Reflexões e Confusões

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George estava jogado no sofá, o tédio o consumindo como uma sombra. Ele olhou para o teto, suspirando. "Poxa, eu tô em tédio. Acho que vou ver um pornô", murmurou para si mesmo, tentando afastar a monotonia. Mas antes que pudesse pegar o controle remoto, seu celular vibrou. Era uma notificação do Instagram: "Pessoas que você talvez conheça". Ele hesitou, mas a curiosidade o venceu. Ao abrir, seu coração disparou. Era o perfil de Severino.

George ficou horas ali, rolando a tela, observando as fotos de Severino. Ele se perguntava o que aquele garoto tinha que o atraía tanto. Por que ele, que sempre atormentou Severino na escola, agora se via preso em pensamentos sobre ele? A mente de George estava em um turbilhão. De repente, uma onda de excitação o atingiu. "Que porra é essa?", ele se questionou, batendo no peito. "Eu sou homem, não um viadinho!" Mas, mesmo assim, a única coisa que ocupava sua mente era Severino.

Desesperado para afastar esses pensamentos, George decidiu sair. Ele precisava de um escape. Encontrou seus amigos em um bar, onde a música alta e as risadas abafavam suas preocupações. Ele fumou, bebeu e, em meio à euforia, não conseguia parar de pensar em Severino. O assunto logo surgiu entre eles, e George, sob o efeito das drogas, soltou: "Eu sou louco por aquele cara!"

Os amigos o olharam com estranheza, mas a risada logo tomou conta do grupo. Vini, sempre o provocador, disse: "Você tá de brincadeira, né? O Severino? O cara que você sempre zoou?" George sentiu um calor subir pelo rosto, mas não se deixou abalar. "É sério, cara! Tem algo nele que me atrai", desabafou, olhando para Dener, que sempre foi o mais respeitoso do grupo.

Dener, com um olhar compreensivo, perguntou: "E o que você vai fazer com isso, George? Vai continuar atormentando o cara ou vai encarar seus sentimentos?" A pergunta pairou no ar, e George se sentiu exposto. Ele nunca havia pensado em Severino dessa forma. A tensão aumentou, e ele percebeu que estava em um ponto de virada.

"Eu não sei, mano. É confuso pra mim", respondeu, a voz trêmula. "Eu sempre fui o cara que zoava, e agora... agora eu não sei o que pensar." Vini, ainda rindo, disse: "Vai lá e fala com ele, ué! Se você tá afim, por que não tentar?" George olhou para os amigos, a adrenalina correndo em suas veias. A ideia o aterrorizava e excitava ao mesmo tempo.

"Você acha que ele me aceitaria? Depois de tudo que eu fiz?", George questionou, a insegurança transparecendo. Dener, com um olhar sério, respondeu: "Severino é mais forte do que você pensa. Ele pode ter passado por muita coisa, mas isso não significa que ele não possa entender você." As palavras de Dener ecoaram na mente de George, e ele começou a ponderar.

A noite avançava, e a conversa fluiu entre risadas e reflexões. George percebeu que, por trás da fachada de bravura, havia um desejo genuíno de se conectar com Severino. Ele não queria mais ser o opressor; queria ser alguém que pudesse entender e apoiar. "Talvez eu deva tentar", disse ele, mais para si mesmo do que para os amigos.

A tensão no ar era palpável, e George sabia que estava prestes a entrar em um território desconhecido. Ele olhou para seus amigos, que o encorajavam com sorrisos e palavras de apoio. "Vou fazer isso", decidiu, sentindo uma mistura de medo e esperança. "Vou falar com Severino."

E assim, com o coração acelerado e a mente confusa, George se preparou para enfrentar seus sentimentos e, quem sabe, descobrir um novo lado de si mesmo. A noite ainda era jovem, e a jornada estava apenas começando.

Entre sombras e sentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora