O Confronto

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No outro dia, George amanheceu jogado na sua cama. Sua primeira ação foi pegar o celular, e já eram umas 12 horas da tarde. Era Vini perguntando: "E aí, se abriu para o garoto que você zoa na escola, o Severino?" George, embora ainda lembrasse de tudo da noite anterior, fingiu que não sabia de nada e perguntou a Vini: "Que papo é esse?" Vini respondeu: "Ah, então você esqueceu??" Ele continuou: "Deixa pra lá, George. Acho que você estava drogado ontem."

Depois disso, George ficou se perguntando por que Vini havia falado aquilo e se arrependeu, mas, na verdade, ele tinha medo da verdade. Em sua cabeça, ser homossexual era errado, então ele não dizia nada sobre Severino, embora esse fosse seu maior pensamento na noite passada.

No dia seguinte, George encontrou Severino no corredor da escola. Ele arrastou Severino para um canto isolado, longe dos olhares curiosos. "Por que você é assim, meio gay?" George perguntou, com um tom de desprezo. Severino, surpreso, tentou responder, mas George não deu chance.

"Você precisa parar com isso! Para você virar homem!" George gritou, enquanto começava a bater em Severino. A briga começou, e os dois se empurravam, com os outros alunos se afastando, alguns filmando, outros apenas assistindo, em choque.

"Você não sabe o que é ser homem!" Severino gritou de volta, tentando se defender. "Você só tem medo do que não entende!" As palavras de Severino cortaram como uma faca, mas George estava tão tomado pela raiva que não conseguiu ouvir.

"Medo? Eu não tenho medo de nada!" George respondeu, socando o armário ao lado. "Você é só um fraco!" A tensão aumentava, e a briga se intensificava. Severino, com lágrimas nos olhos, tentava se manter firme. "Você não sabe nada sobre mim! Você só quer se sentir superior!"

George parou por um momento, a raiva dando lugar a uma confusão interna. Ele olhou para Severino, que estava ofegante e machucado, e sentiu uma pontada de culpa. Mas a pressão dos colegas ao redor o fez continuar. "Cala a boca! Você não tem direito de falar assim comigo!"

A briga se espalhou, e os alunos começaram a gritar, alguns torcendo por George, outros por Severino. "Bate nele, George!" "Vai, Severino, mostra pra ele!" O barulho era ensurdecedor, e George se sentia cada vez mais perdido.

No fundo, ele sabia que estava lutando contra algo muito maior do que apenas Severino. Era uma luta contra seus próprios medos e inseguranças. Mas, em vez de enfrentar isso, ele escolheu a violência.

Finalmente, um professor apareceu, separando os dois. "Chega! O que está acontecendo aqui?" George, ainda ofegante, tentou se justificar, mas as palavras não saíam. Severino, com o rosto machucado, olhou para o professor e disse: "Ele só tem medo de ser quem realmente é."

As palavras de Severino ecoaram na mente de George, mas ele não podia admitir isso. O professor levou os dois para a sala da direção, e a tensão pairava no ar. George sabia que a briga não tinha acabado, e que a verdadeira luta estava apenas começando.

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⏰ Última atualização: Aug 20 ⏰

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