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22/04/2024

Margarida Albuquerque

18:30

Estou com a Madalena no estacionamento exterior do prédio da Alice, à sua espera. Combinámos ir jantar ao Colombo e depois ir para o jogo, que é às 20:30.

Vejo a morena a sair do edifício e rapidamente lhe faço sinal para mostrar que estava ali. Acho que não conheço ninguém mais distraído que a Alice, ela é o tipo de pessoa que pode ter um elefante à frente do nariz e mesmo assim vai perguntar onde está o animal.

A morena passa a rua pela passadeira e entra no meu carro:

- Olá! Desculpem o atraso.

- Olá 'Cinha - assim é como a Madalena chama à Alice. Desde sempre que lhe chamo 'Cita, por causa do diminutivo "Alicita", mas a Mada chama-lhe 'Cinha, não sei se por não ser capaz de dizer corretamente "Cita", pois é uma criança e de certa forma é difícil, ou se simplesmente achou que lhe devia chamar assim por causa do diminutivo "Alicinha". Seja como for, é querido.

(...)

Dirijo até ao estacionamento do Estádio da Luz (que por sinal é o estádio mais bonito de Portugal) e estaciono mais ou menos na zona onde o Neves estacionou da outra vez.

Não faltava muito para o jogo começar por isso apressámo-nos a subir até ao piso dos camarotes.

Pedi que o segurança me indicasse o caminho e ele assim o fez. Surpreendentemente foi mega simpático. Nada contra seguranças, atenção!

Seguindo o caminho que o homem de colete amarelo nos indicou entrámos numa espécie de sala de estar gigante. É isto que é chamado a "Sala da Família"? Estão lá várias pessoas. Reconheço algumas das redes sociais.

Dentro dessa sala havia várias portas, que supostamente iriam dar a corredores, com os nomes e números de todos os jogadores e nomes de outras pessoas ou entidades, como empresas, que tinham camarote.

Avistámos uma porta que tinha uma placa em cima com o nome "João Neves" gravado e por baixo o número 87. Logo debaixo desse tinha "António Silva" "4".

Deve ser porque os camarotes deles são perto um do outro.

Abrimos a porta e entrámos num corredor. Mas nunca mais lá chego? Os pensamentos alentejanos começam a tomar conta de mim.

Percorremos o corredor e entrámos finalmente numa sala semelhante à outra, mas mais pequena. Uau, tanta comida. Pena que já jantámos.

- Vou roubar um croquete. - ri-me - Queres alguma coisa coração? - dirijo-me à minha filha, que me responde que não.

- Ela não quer mas eu aceito um pastel de bacalhau. - não éramos nós se recusássemos comida.

- Nós podemos por acaso comer disto? - pergunto eu, já com o croquete meio mordido na mão.

- Suponho que sim, não está aqui mais ninguém, não estamos própriamente a roubar. Se não fosse para comer não metiam aqui, acho eu.

- Espero que sim - solto uma gargalhada e tiro mais um croquete.

(...)

Rola a bola na Luz e só à poucos minutos me apercebi que o jogo era contra o Farense. É uma das qualidades dos benfiquistas, não interessa com quem seja, estamos sempre lá.

Something between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora