1. O eclipse em Luminara, uma visão do caos.

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A lua Luminara estava alta no céu, sua luz suave banhando o templo sagrado em uma aura de serenidade

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A lua Luminara estava alta no céu, sua luz suave banhando o templo sagrado em uma aura de serenidade. O interior do templo de Solara era um lugar de beleza mística, onde colunas de mármore esculpido se erguiam para tocar os céus e as paredes eram adornadas com símbolos antigos, representando o equilíbrio entre luz e trevas. Incensos queimavam em pequenos altares, liberando uma fumaça delicada que serpenteava pelo ar, carregando o aroma doce das flores sagradas.

Asterin, de apenas vinte e quatro anos, ajoelhava-se diante do altar central, sentindo o frescor do mármore contra sua pele enquanto murmurava antigas palavras em uma língua quase esquecida. Seus longos cabelos negros, brilhantes como a noite sem estrelas, caíam ao redor de seu rosto, enquanto seus olhos azuis, semelhantes ao próprio céu de Luminara, estavam fechados em profunda concentração. Ela vestia robes intricadamente bordados com símbolos celestiais, que pareciam brilhar à luz das velas, conferindo-lhe uma aparência etérea, quase sobrenatural.

No silêncio do templo, a única coisa que Asterin podia ouvir era o suave bater de seu coração e o sussurro distante das estrelas, que pareciam responder ao seu chamado. Ela estava imersa no ritual, sentindo a conexão com o cosmos fortalecer-se a cada palavra pronunciada. O poder de Luminara fluía por seu corpo, preenchendo-a com uma paz indescritível, uma sensação de unidade com o universo.

Mas então, algo mudou.

Uma sensação gelada percorreu a espinha de Asterin, interrompendo seu transe. Seus olhos se abriram subitamente, e ela viu, como em um sonho, a luz de Luminara começar a vacilar. Asterin ergueu o olhar, e o que ela viu fez seu coração parar. A lua, antes brilhante e cheia de vida, estava lentamente sendo envolta por uma sombra escura, como se uma força invisível estivesse tentando apagá-la do céu.

O ar no templo tornou-se pesado, sufocante, e Asterin sentiu seu estômago revirar de medo. A visão que se desdobrava diante dela era algo que nunca havia visto antes, algo que não deveria ser possível. Luminara, o símbolo de equilíbrio e harmonia, agora parecia estar sendo consumida por uma escuridão desconhecida e terrível.

As mãos de Asterin começaram a tremer, e um pânico crescente tomou conta dela. Sua mente estava em caos, cheia de perguntas sem respostas, mas uma coisa era clara: Solara estava em perigo. A visão de seu planeta natal em chamas, destruído e irreconhecível, pairava em sua mente, assombrando cada pensamento. Ela sabia que não podia hesitar, não podia ignorar o que tinha acabado de presenciar. Cada segundo era crucial.

Levantando-se de forma abrupta, Asterin quase tropeçou enquanto se dirigia às pressas para a câmara das anciãs. Seu coração batia descontroladamente, e a cada passo, ela sentia a sombra de Luminara crescendo, como se a escuridão estivesse a seguindo. Os corredores do templo, antes familiarmente acolhedores, agora pareciam longos e ameaçadores, as sombras nas paredes pareciam se estender e se contorcer, quase tomando formas próprias.

Quando finalmente chegou à entrada da câmara, Asterin parou por um breve momento, tentando acalmar seu coração acelerado. Precisava encontrar sua voz, sua clareza, para que as anciãs entendessem a gravidade da situação. Ela empurrou as portas pesadas e entrou no salão com determinação.

A câmara era um espaço impressionante, iluminado por uma luz suave que emanava dos cristais dispostos em círculo no centro do salão. As tapeçarias nas paredes contavam as histórias ancestrais de Solara, de suas batalhas, suas vitórias e suas perdas. As anciãs, figuras de sabedoria e poder, estavam sentadas ao redor do círculo, suas expressões calmas mas atentas, refletindo anos de experiência.

Soleil, a princesa de Solara, estava de pé ao centro. Seu porte era nobre, com longos cabelos dourados que caíam como um manto sobre seus ombros, e olhos azuis que, como os de Asterin, pareciam refletir o próprio brilho de Luminara. Ela ergueu o olhar ao ver Asterin entrar, notando de imediato a preocupação que marcava suas feições.

ㅡ Asterin, o que a traz aqui com tanta pressa? ㅡ perguntou Soleil, sua voz carregada de serenidade, mas com uma nota de alerta.

Asterin respirou fundo, reunindo sua coragem antes de falar. As anciãs observavam-na em silêncio, aguardando suas palavras.

ㅡ Princesa, Anciãs ㅡ começou Asterin, tentando controlar o tremor em sua voz. ㅡ Durante o ritual... tive uma visão. Uma visão de Luminara envolta em trevas e de Solara em chamas. Algo terrível está para acontecer. Senti que o perigo é iminente.

O silêncio na câmara tornou-se palpável. As anciãs trocaram olhares entre si, suas expressões se tornando mais graves, mas também cautelosas. Ithara, uma das mais velhas e respeitadas anciãs, foi a primeira a falar.

ㅡ Asterin, visões podem ser simbólicas. O eclipse de Luminara pode ter perturbado sua percepção ㅡ disse Ithara, sua voz calma e ponderada. ㅡ Precisamos ter cuidado para não interpretar presságios como catástrofes.

ㅡ Concordo com Ithara ㅡ interveio a anciã Nerida, com um tom igualmente sereno. ㅡ Luminara sempre foi um símbolo de transformação, mas transformação nem sempre significa destruição.

Asterin sentiu o peso do ceticismo das anciãs como uma pedra em seu coração. Como poderia fazer com que compreendessem a gravidade do que havia visto? A sensação de urgência ardia dentro dela, mas as palavras pareciam insuficientes para transmitir o terror que experimentou.

ㅡ Não foi apenas um presságio ㅡ Asterin insistiu, dando um passo à frente. ㅡ Eu vi a escuridão consumindo tudo. A luz de Luminara desapareceu, e Solara... estava destruída. Não podemos ignorar isso.

O silêncio que se seguiu foi tenso. Soleil, que até então havia permanecido em silêncio, aproximou-se de Asterin, seus olhos brilhando com uma compreensão profunda que fez a jovem sacerdotisa sentir-se exposta, como se cada medo e dúvida estivessem sendo lidos pela princesa.

ㅡ Asterin, o que você viu é alarmante ㅡ disse Soleil finalmente, sua voz suave, mas carregada de seriedade. ㅡ E confesso que senti algo perturbador esta noite também. As marés litorâneas estão se comportando de forma estranha, como se estivessem tentando nos enviar uma mensagem. Há uma inquietação nas águas que eu nunca havia sentido antes.

As palavras de Soleil trouxeram um alívio momentâneo a Asterin, mas não dissiparam sua inquietação. As anciãs, embora ainda cautelosas, começaram a se mostrar mais preocupadas. Ithara franziu o cenho, mas permaneceu em silêncio, ponderando as palavras da princesa.

Soleil colocou uma mão reconfortante no ombro de Asterin, sua presença emanando uma calma necessária naquele momento de incerteza.

ㅡ Não podemos agir impulsivamente ㅡ continuou Soleil. ㅡ Mas também não podemos ignorar os sinais. Devemos nos preparar, mesmo que não saibamos exatamente com o que estamos lidando. O equilíbrio de Solara pode estar ameaçado, e precisamos estar prontas para protegê-lo.

Asterin assentiu, sentindo uma responsabilidade esmagadora se abater sobre seus ombros. Ela sabia que isso era apenas o começo. O que quer que estivesse vindo, era mais sombrio e perigoso do que qualquer coisa que Solara já havia enfrentado.

ㅡ Obrigada, Princesa ㅡ respondeu Asterin, sua voz agora mais firme. ㅡ Vou começar os preparativos e consultar os textos antigos para tentar entender melhor o que isso pode significar.

ㅡ Faça isso, e mantenha-me informada ㅡ disse Soleil, sua voz cheia de autoridade e preocupação. ㅡ Precisamos estar vigilantes.

Com um último aceno de cabeça, Asterin se virou para sair da câmara. Mas enquanto caminhava pelos corredores do templo, o peso do que ela havia visto e sentido continuava a pressionar seu coração. A escuridão estava se aproximando, e ela sabia que a paz de Solara pendia por um fio.

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⏰ Última atualização: Aug 21 ⏰

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