A hora do acerto de contas chegou!
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- Cara to cansadão. Vou meter o pé pra casa! - Grito próximo ao ouvido do meu amigo Marcelo.
Fui obrigado a isso, já que a música está num volume absurdamente alto, o suficiente para que eu não ouça nem os meus próprios pensamentos. O chamei por duas vezes e ele não me ouviu, a solução que encontrei foi essa, gritar o mais alto que pude.
- Mas já cara? Está cedo ainda! - Marcelo diz em tom alto e da batidinhas com o dedo em cima do relógio de ouro que está no seu pulso.
- São só 04:45 da manhã ainda! Fica por mais alguns minutos! - Ele diz tentando convencer-me a permanecer um pouco mais no ambiente barulhento de luzes coloridas pulsantes.
- Estou de boa cara. A minha bateria social esgotou-se. A única coisa que quero agora é estar no conforto e no silêncio do meu apartamento. - Solto um longo bocejo.
- Então beleza.
- Espera. Será que estou mesmo prestes a presenciar um verdadeiro milagre? - Sorrindo ele grita e olha em volta de mim a procura de algo.
- Não vai mesmo levar nenhuma gata com sigo para casa hoje?
Assinto com a cabeça que não. Marcelo faz uma cara de espanto misturada com surpresa.
Ele se aprixima, segura firme nos meus ombros e grita no pé do meu ouvido:
- O senhor Alessandro jamais em hipótese alguma voltaria para casa desacompanhado!
Marcelo assim que se afasta de mim deixa estampado nos seus lábios um sorriso de canto de boca maroto.
- Não encontrei nenhuma que me agradasse o suficiente. Aliás, já estou cansado de ver os mesmos rostos e ter os mesmos corpos! Necessito de uma mulher diferenciada! - Respondo com a feição séria arqueando uma das sobrancelhas.
Finalizo o diálogo e me despeço dando um tapinha nas suas costas. Após isso saio da boate. Já fora dela inspiro profundamente o ar fresco e inflo ao máximo os meus pulmões, em seguida expiro e elimino o ar de dentro deles.
Com pulosdesço os quatro degraus de piso brutoquehá na frente da boate. Assobiando sigo em direção ao estacionamento que é provido de pouca iluminação enquanto giro de um lado para o outro o molho de chaves no meu dedo indicador. Com poucomais de trinta e cinco passos chego até minha BMW prateada, que deixei estacionada bem abaixo de um poste de luz amarelada.
Quando estou prestes a abrir a porta do carro vejo na escuridão algo que me chamou a atenção e me fez exitar de abri-lá. Avistei a alguns metros de distância uma silhueta feminina, cambaleando de um lado para o outro e, ela vem vindo exatamente na minha direção.
