POV ALICE
Meu pai estava me olhando, esperando explicações. O que eu poderia falar? Eu não sabia. Eu sabia que tinha feito algo errado. Eu tinha apoiado Rosalie, e não esperava que meu pai fosse entender tudo. Eu e Rosalie nunca havíamos sido muito próximas, mas ela era minha irmã. E eu queria sim ter com ela o que eu tinha com Bella.
- Eu e Rosalie não nos damos bem, a maior parte do tempo, pai. - Suspirei, tentando ser sincera. - Eu queria memso que ela soubesse que pode contar comigo. E se eu fosse te falar algo tão...sério... como ela confiaria em mim? Eu me importo com ela. Claro que sei que era melhor ter contado mas...
- Ela é sua irmã. - Carlisle respirou fundo, tentando segurar os sentimentos. - Alice, essa não é a melhor forma de ajudar sua irmã.
- Não... mas o que adianta eu não ser capaz nem de conversar com ela? Minhas visões me fazem a inimiga dos meus irmãos... porque eu preciso contar. Eu conto. Eu sei de coisas que não era para eu saber, e eu sou a dedo duro. Ser irmão muitas vezes é cobrir e dar apoio até nas bobagens que fazemos, pai.... e você nem me dá espaço para isso.
Eu sabia que ele havia sentido quando vi o rosto dele mudar, ficar pesado. Eu havia tocado em uma ferida, mas eu não sabia bem qual.
- Eu entendo que suas visões tem um peso, Alice, e entendo que sou duro com você. Eu cobro...mas... eu me importo com vocês também. - Ele se sentou do meu lado, colocando uma mão no meu ombro. - Como pai, eu sinto que devo usar todos os recursos disponíveis para manter vocês seguros.
- Eu não sou um recurso... eu sou sua filha. E Rosalie é minha irmã. Se você quer brigar comigo por acobertar ela... tudo bem, pai, mas eu sinto que fiz a coisa certa.
- Alice... não estamos falando de uma travessura. Sua irmã se feriu....
- E se ela não puder confiar em mim com isso... do que adianta o resto? Pai, somos só nós... só nós... somos um grupo bem isolado. Poxa vida, você pode mesmo me condenar por agir como eu agi?
- Não. - Ele concordou. - Não, eu não posso.
- Eu sei que poderia ter agido de outra forma, sei mesmo, pai. E sei que Rosalie precisa de você e da mamãe... e que precisa de ajuda, mas eu não quero ser o elo responsável... não quero dedurar minha irmã. Eu quero...
- Quer ser uma adolescente da sua idade.
Os dois se olharam, e ele esticou meu celular para mim. Eu não entendi bem o movimento, até ele largar na minha mão o celular. Ele estava devolvendo o celular. Eu sabia que eu estava errada, e eu sabia que ele tinha razão de brigar comigo, mas no fundo, ele também sabia que eu tinha alguma razão.
- Obrigada. - Agradeci pegando meu celular de volta.
- Não quero saber de remédios de novo. - Ele avisou, sério. - Isso eu não vou admitir.
- Desculpe.
- Mas obrigado... por ser uma boa irmã. Eu acho que eu fui injusto. Exigi muito de você. Esqueci que além de minha filha.... você também tem outros papéis nessa família. E é bom ver você e Rosalie indo além das provocações baratas.
- Você não vai me bater?
- Não. - Ele sorriu. - Não vou. Não acho que devo. E na verdade, acho que te devo desculpas.
Eu concordei, sorrindo também para ele.
- Jasper está chateado, você sabe....
- Sim, eu sei.
Meu pai me olhou, querendo prolongar a conversa, mas eu senti que não deveria. Senti que deveria dar para ele o espaço para ir cuidar da minha irmã.
- Alice... se você souber de algo muito grave...
- Eu vou sinais, prometo.
- Você quer.... falar com sua irmã? - Ele ofereceu. - Ela está no quarto, sua mãe cuidou dela e ela está deitada agora.
- Quero sim. - Concordei. - Obrigada, papai.
- No meu quarto, Alice.
Eu fiquei feliz, com a abertura, e fui até o quarto dos meus pais, depois de dar um beijo na bochecha de Carlisle. Era uma mudança entre nós, ele entender meu papel e o das minhas visões, sem pedir para eu usar isso contra meus irmãos. Eu estava mesmo feliz.
Fui até o quarto dos meus pais, e entrei, notando que Rosalie estava deitada na cama, embolada para o lado, e que minha mãe não estava por ali - mas devia estar por perto.
Eu senti vontade de correr, e não falar nada, mas também sabia que era necessário falar alguma coisa. E, Deus, eu queria.
- Rose? - Eu a chamei, com as mãos encolhidas perto do meu corpo.
- Oi. - Ela respondeu olhando por cima do ombro.
- Você está bem?
- Não sei. - Ela suspirou, puxando o corpo como conseguia para se ajeitar na cama. - Eu estou feliz de estar um pouco sozinha... mas não sei o quanto eu vou aguentar disso tudo.
- Quer que eu... vá....
- Não. - Ela negou. - Não... pode ficar. Quero que fique um pouco.
Eu sorri.
- Obrigada.
- Diz que papai não te bateu... porque se ele bateu... eu juro...
- Não. Não bateu. - Eu neguei, me aproximando da cama. Sentei ao lado dela, me sentindo mais próxima do que nunca. - Mas eu falei umas coisas... sobre ele me exigir usar minhas visões contra vocês... não é legal, né?
- Não mesmo. - Ela concordou. - Obrigada. Pelo o que você fez por mim.
- Você é minha irmã.
- No final das contas, eu faria por você também. - Ela ponderou.
- Como você está... de verdade, Rose?
- Não sei, Alice... não sinto que vou conseguir ficar aqui muito tempo. Quero...respirar. Não consigo. Talvez, se eu tivesse um tempo.... ou... espaço....
- Rose... sabe que isso nunca acaba bem. - Ponderei. - E papai e mamãe não vão te dar isso agora, sabe disso.
- É, eu sei.
- Não faça nada sem pensar. - Pedi. - Por que eu sei que você está considerando... e nem preciso de visões para isso...
- Quem não consideraria? - Brincou, rindo ironicamente. - Não se preocupe, não vou te falar nada e nem te meter em nenhuma fria.
- Não fale isso. Eu me importo. - Segurei a mão dela. - E você pode me falar qualquer coisa.
- Ei... segura a vibe melhores amigas. - Rosalie puxou sua mão de volta. - Obrigada, Alice... mas eu não faria nada pra encrencar você. Se eu decidir algo... vai ser por mim mesma.
- Você precisa descansar. - Eu falei preocupada. - Quer ver um filme? Eu posso ver se o Emmett não quer vir aqui e...
- Não. Não quero. - Ela falou. - Obrigada, Alice, mas acho que agora quero ficar sozinha.
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Resgatando Rosalie
FanfictionRosalie tem problemas e a família se une para ajudar. Reunidos na ilha da família, eles encaram finalmente o passado da filha, e todos os medos com ele.