Sonhos lúcidos e pensamentos.

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A forma em que Minjeong entrou em um profundo e pesado sono apenas com um leve cafuné de seu irmão após uma chuva forte lá fora.

No sonho, Minjeong era uma alma dentre as linhas cruzadas de seu sonho e esperava por outra, não importava quem fosse. Passou os dedos entre as linhas e elas balançavam como harpas e voltavam em seus devidos lugares.
De repente sentiu um arrepio e olhou para trás, vendo uma silhueta atravessar a névoa que se fazia presente a sua frente.

Esperava que fosse ou Ning, ou sua mãe...

Mas quem apareceu surpreendeu a garota foi quem menos se fazia presente em sua vida.

Yoo Jimin, a mesma andava lentamente em sua direção e sua visão foi de si mesma levantando seu dedo e a outra fazendo o mesmo. Quando a ponta dos dedos de ambas se tocaram, a branquela levou um choque, o que a despertou de seu sono que parecia sim ser pesado.

Lhe veio imediatamente o sonho em sua cabeça, do motivo em que a fez acordar de uma forma tão desnecessária.

Mas sentiu que gostou do sonho, não saber o porquê a deixava louca.

Tateou o local ali e não sentiu ninguém. Quem faria carinho em si agora?...

- Tom?... - sua voz saiu baixa, quase como num sussurro e rouca. Ninguém a ouviria.

Simplismente pendou a cabeça e voltou a deitar, deixando sua cabeça numa almofada aleatória que pegou. Sua cabeça tentava a lembrar de como aquele sonho começou.

Estava tão tarde para pensar mas as engrenagens de seu cérebro ainda forçavam seus olhos abertos.

Não era para ter sonhado com Jimin. Aquilo era errado, não, não, não!

Só não.

Passou uns bons minutos tentando entender o porquê seu cérebro meteu Jimin nisso mas após tanto pensar, se entregou completamente ao sono.

Mas ela estava tão... Jimin...

Jimin era tão charmosa, linda, quente...

Num piscar de olhos, em que os olhos de Minjeong se abriram tão arregalados que podiam sair da cabeça.

Minjeong, oque pensa que está fazendo?!

- Porque pensei isso?! - seus pensamentos saíram de sua boca num gesto tão ingênuo que passou despercebido pela coreana. A voz que saiu deu beijo para a Minjeong que batia em sua cabeça e bagunçava seus fios.

Minjeong não entendia, não queria agarrar seus fios de uma forma tão bruta e nao querer soltar. Com certeza não era por Jimin.

Não soltava de jeito nenhum, enquanto pressionava seus olhos fechados. Por sorte - ou talvez não - Tomas e fez parar de se machucar.
O garoto foi correndo na direção de Minjeong e segurou seu pulso esquerdo, puxando seus dedos para fora para desagarrar deles e fez o mesmo com o outro.

No fim, Minjeong tinha fios castanhos em seus dedos e eles tava deitada, fraca e Tomas a ajudava a beber um remédio de ansiedade e vitaminas goela a baixo.

Minjeong não se lembrava de comer por ter problemas então tomava vitaminas.

- Tomas... - respirava fundo após beber a água e seu irmão respondeu com um murmuro atencioso.

- Porque eu faço isso comigo mesma? - Tomas paralisou no caminho do sofá até a pia com um copo e umas embalagens de remédio.

Tomas fez questão de acelerar o passo e voltou em direção de Minjeong, sentou ao seu lado e engoliu em seco.

- Papai me disse para não lhe contar mas isso é uma auto-mutilação. Eu achei que deveria te contar pois já está bem grandinha para ficar escondendo coisas sobre você de você. Você se machuca por não poder descontar em ninguém o peso que carrega. E você é t-

Cortou sua fala quando viu o pai dos irmãos descer a escada e ir em direção a cozinha e notar embalagens de vitamina.

- Se você não comer, vai morrer de tanto remédio que tem que tomar. - Minjeong abaixou a cabeça e sussurrou para si mesmo.

- Você que me faz ter tantos problemas... - Tomas acariciou seu joelho coberto pelo edredom pois entendeu a fala da garota.

- Me desculpa, pai. - se desculpou.

Está se desculpando com o causador de tantos problemas em sua vida, Kim Minjeong? Minjeong pensou.

A mesma mordeu um lábio em repreensão a si mesma e levantou a cabeça novamente.

- Sai desse sofá e vai fazer algo de útil. - sua anemia não ajudava, apesar de estar melhorando em muitos tópicos nesses meses.

Mas conseguia fazer muita coisa.
Comparando com a época - cinco meses atrás - em que Minjeong não levantava nem da cama para andar.

[...]

Minjeong entrou de cabeça baixa pelo portão da escola, tentando não manter contato visual com ninguém. Mas logo encontrou Ning - obviamente com Aeri -.

- Eai, garota! - Ning estava animada, tanto que praticamente gritou para chamar Minjeong, mesmo estando quase na cara da garota. E pôs o braço por cima dos ombros da coreana.

- Oi, Ning. Oi, Aeri. - cumprimentou as duas de uma vez, seus olhos subiram para o rosto de Ning e a mesma sorria com os olhos, de uma forma tão adorável que se Aeri não estivesse ali, ela apertaria as bochechas da chinesa.

Mas claramente não.

Minjeong seguiu caminho com duas garotas em seu pé, de vez em quando cumprimentava alguém com um tchauzinho e coisas do tipo.

Entrou na sala de matemática e viu Ning se despedir de sua suposta namorada e entraram em sala.

Não tinha ninguém lá ainda, a sala ainda estava meio vazia pois era aula de matemática, uma única vez na semana elas tinham essa aula.

E Minjeong de qualquer jeito agradecia, mas ao mesmo tempo gritava por dentro pois o que não teve na semana teve num dia só.

Duas aulas seguidas e após o lanche, mais duas.

- Ah, que inferno! - resmungou após colocar sua mochila ao lado da cadeira que ocupou e deitou a cabeça ligeiramente na carteira.

Logo quando se levantou, após longos segundos ou até minutos quase que tentando se concentrar em tal coisa que não precisava.

Quando descolou sua testa de seu braço, percebeu que deu uma leve dor em sua testa e olhou para trás, onde Ning tava.

A chinesa teve uma crise ridícula de tosse pois tentou rir.

- Eita caralho, para de fumar que é bom nada, não é, Ning? - essa indireta não tinha curva, era como o carro mais rápido numa pista de corrida.

Batucou seus dedos na mesa esperando a garota a sua frente parar de tossir. Até ficou preocupada, seu pescoço formou veias e quando foi ajudar a garota, a mesma respirou fundo e parou de tossir, sorrindo bonito em seguida.

Minjeong revirou os olhos e suspirou, colocando a mão em sua cabeça. Quando se virou para o lado, virada para a porta viu bastante gente chegando e finalmente - e também infelizmente - olhou para frente e viu a pessoa com quem não queria manter um único segundo de contato visual, pois piorou sua situação.

Jimin era tão... Linda (?)...

Minjeong não percebeu por quanto tempo encarou a mulher, pensando na mesma. Mas quando voltou para o mundo, a Kim havia feito as bochechas da de cabelos negros queimarem.

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