Capítulo 3

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Lucy

A rua está escura e silenciosa. São 19 horas e a noite já caiu completamente. Walter esqueceu de me buscar, então estou andando sozinha em direção à minha casa. Cada passo ecoa no silêncio, aumentando a sensação de solidão. É quando me deparo com um corpo ensanguentado caído no meio do caminho. Meu coração dispara. Minhas mãos começam a tremer e minha visão se embaça de pavor.

Aproximo-me com cuidado, tentando controlar o medo. Coloco dois dedos em seu pescoço para verificar o pulso. Está vivo. Por um breve momento, penso em levá-lo ao hospital, mas a ideia é rapidamente sufocada pelo medo. Se eu fizesse isso e Walter fosse verificar o quarto, ele descobriria que eu não estava lá. Eu sei o que ele é capaz de fazer. 

No final, decido levá-lo para casa, escondida sob o manto da noite. Cada passo é uma luta contra o pânico e o peso do corpo inerte. Levo dez minutos limpando o rastro de sangue que ele deixou. Minhas mãos estão manchadas de vermelho, e o cheiro metálico do sangue impregna o ar.

Uso o que tenho em casa para enfaixar o desconhecido. Pelo corte na cabeça, parece que alguém o atacou com uma garrafa. Fiz o melhor que pude, improvisando com panos e bandagens antigas, mas sei que isso não vai durar muito. Se ele não procurar um médico logo, essa ferida vai infeccionar. Meu coração pesa com a incerteza. Quem é ele? E por que sinto que, ao ajudá-lo, estou me colocando em um perigo ainda maior?

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