Circo maldito

01: O chamado

Era uma manhã típica para Jack. O sol já despontava no horizonte, banhando a cidade com uma luz suave que anunciava mais um dia de verão. Ele havia planejado passar a folga em casa, assistindo a alguns filmes antigos e finalmente colocando a leitura em dia. Com uma xícara de café quente nas mãos, Jack estava afundado no sofá, desfrutando do silêncio raro que preenchia o apartamento.

De repente, o som do telefone quebrou a paz de Jack, ele suspirou, imaginando se deveria ignorá-lo. Mas algo em seu instinto o fez se levantar e ir atender.

"Alô?"

"Jack, aqui é Harrison," a voz do outro lado da linha era firme e direta. "Precisamos de você. Algo estranho está acontecendo na cidade. Um circo acabou de chegar, e desde que montaram o picadeiro, coisas... esquisitas estão acontecendo."

Jack sentiu um frio percorrer sua espinha. "Esquisitas como?"

"Pessoas desaparecendo, relatos de figuras misteriosas rondando à noite, pessoas não são mais as mesmas desde que passaram por lá e o pior... os sonhos, Jack. Todos estão tendo pesadelos, mas não são só sonhos comuns, são reais demais. O circo parece estar no centro de tudo isso. Precisamos que vá lá investigar."

Jack respirou fundo, lutando contra a sensação de pavor que começava a se instalar. Não era como se ele estivesse distante desse tipo de situações - seu trabalho o expunha a eventos inexplicáveis e sombrios o tempo todo. Mas algo sobre um circo, com suas cores vibrantes e a promessa de alegria, misturado com o terror das palavras do seu Superior, fez com que ele hesitasse.

"Estou indo," respondeu Jack, a decisão já tomada. Ele desligou o telefone, deixou a xícara de café intocada sobre a mesa e se dirigiu ao quarto para se vestir.

Enquanto trocava de roupa, sua mente estava a mil. Um circo - lugar de risos, diversão e inocência. Mas, como ele bem sabia, as aparências podiam enganar. E se havia algo que aprendeu ao longo dos anos, era que onde há fumaça, há fogo.

Já pronto, Jack pegou o distintivo, colocou-o no bolso interno do casaco e saiu do apartamento, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Algo no fundo de sua mente o avisava de que essa investigação seria diferente de todas as outras.