Circo maldito

04

Jack continuou pela estrada, avistando uma pousada no caminho. Apesar do cansaço, ele decidiu não parar ali, preferindo seguir adiante até o circo.

"Finalmente", murmurou, aliviado, ao notar alguns carros estacionados mais à frente. A luz avermelhada que iluminava o caminho anunciava a presença do circo, cuja tenda se erguia imponente, mas com um ar de abandono.

"Que lugar estranho...", comentou Jack, enquanto estacionava o carro. Ele observou algumas pessoas entrando na tenda-aparentemente comuns, mas algo nelas o deixava inquieto.

Jack desligou o carro e, com um suspiro, saiu, sentindo a brisa fria da noite passar por ele. Caminhou em direção à entrada da tenda, seus passos ressoando na terra batida. Cada vez que se aproximava mais, a sensação de inquietação crescia, mas ele continuava, como se algo invisível o puxasse para dentro.

Ao atravessar a abertura da tenda, foi surpreendido pelo silêncio. Esperava ouvir música, risos, qualquer som típico de um circo. No entanto, tudo o que ouviu foi o ranger das madeiras sob seus pés. As poucas pessoas que viu lá fora agora estavam espalhadas pelas arquibancadas, sentadas em silêncio, com os rostos parcialmente ocultos pelas sombras. Seus olhares estavam fixos no centro do picadeiro vazio, como se aguardassem algo.

Jack hesitou por um momento, mas então se juntou a elas, subindo os degraus de madeira e sentando-se no topo da arquibancada. A sensação de ser observado era intensa, como se cada par de olhos na plateia estivesse sobre ele, mesmo sem se moverem.

Ele olhou ao redor, tentando entender o que estava acontecendo, mas só encontrou mais perguntas. O que era aquele lugar? Por que aquelas pessoas estavam ali, tão quietas, tão estranhas? E por que ele sentia que, de alguma forma, já havia estado ali antes?

O picadeiro permanecia vazio, iluminado pela mesma luz avermelhada que o guiou até ali. Jack não sabia o que esperar, mas algo dentro dele sabia que não havia volta. Algo estava prestes a acontecer.