As flores que o diabo me deu.

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Capítulo 1.

O diabo andava com pressa pelas ruas de Seul, a apresentação já deveria começar e ele ansiava por ver a doce criatura novamente.

O terno negro bem alinhado ao corpo, a camisa um pouco aberta para exibir as inúmeras tatuagens que tinha e se orgulhava de ter, a pele pecaminosa era uma tela artística pintada com agulhas, a mistura exata do que o demônio apreciava.

O rosto marcante com o queixo evidente e quadrado, com os olhos pequenos num tom tão escuro quanto um céu sem estrela alguma. Carrega um riso perfeito e malicioso, não havia um que não encarasse o homem estupidamente alto e bem vestido e, bem, a arrogância caia bem ao diabo.

Pois os humanos os chamavam por Jeon Jungkook, mas na verdade, aquele homem não tão homem, era o príncipe do inferno, o senhor do caos, Azael.

Poderia ter qualquer um ao seu bel prazer, se não fosse, ele.

Aquele bailarino era o único humano que o atraia de uma maneira estranha. O demônio se condenou por meses ao não pensar em consumir a alma do loiro e, condenou-se ainda mais, quando espancou o homem que ousou tocar em seu anjinho, com pensamentos maliciosos. Aliás, essa era sua função.

Mas no fundo, ficou grato por ser um demônio e ver que aquele homem não era um admirador e sim um completo devasso, digno das piores torturas do inferno. Finalmente ele descobriu que fez isso, não por simplesmente gostar de condenar os devassos e incorretos, mas sim porque o mínimo pensamento de ter aquele homem tocando em seu amado bailarino, fez-lhe se enfurecer como nunca.

E então se deu conta que estava condenado, e não era ao inferno.

Jeon pôde ler sua mente, onde o maldito pretendia sequestrar e abusar do loiro. Para seu mais completo azar, o príncipe infernal estava lá e, quando o demônio lhe alcançou, nem mesmo seu anjo da guarda ousou fazer algo, apenas fingiu não estar ali, olhando para o outro lado.

A fúria do demônio foi cruel e desenfreada, acabou com o homem. Sem sua língua e completamente cego, abandonado para agonizar em um beco qualquer de Seul, onde qualquer um confundiria com um bêbado.

Ah! Esse era o poder que ele mais gostava de usar, o poder de mostrar aos humanos o que era o inferno e aqueles que o mereciam acabam por ficar cegos e loucos. Foi por isso que o demônio não o matou, mas para sua pura e mera diversão, arrancou a língua do homem, para que nunca mais ousasse falar o nome de seu bailarino predileto.

Quando finalmente chegou ao teatro, já era conhecido sempre pedia o camarote mais próximo ao palco. Acompanhava a apresentação junto a um licor de cereja e sua própria companhia. Aliás, pelo demônio, ele estaria sozinho naquele teatro, apenas ele e a doce criatura dançante.

Assim que a apresentação começa e a doce criatura adentra o palco, o moreno já não vê mais nada, a não ser ele, a criatura que lhe fazia de bobo e lhe tinha na palma das mãos sem nem ao menos saber.

Park Jimin, no brilhante auge dos seus vinte e três anos, apaixonado pela dança desde pequeno, afinal era a fuga para a dor de ter perdido a mãe muito cedo, a única pessoa que julgou o amar sinceramente, já que de seu pai apenas recebia desprezo e olhares de nojo. O homem desejava um ser másculo, forte e duro como si, culpava a mãe de Jimin por isso. Mal sabia o homem, que Jimin fazia cada um de seus gestos de forma proposital. Gostava que seu progenitor se lembrasse de sua mãe, gostava de lembrar que foi graças a ele que ela se foi.

Graças a sua ganância e infidelidade, partiram o coração dela, a ponto de não haver mais como consertar. Ouviu dizer que ela morreu por um problema genético.

Dancing with devil.Onde histórias criam vida. Descubra agora