Dancing with devil.

O diabo que me atrai.

Capítulo 3.

ㅡ Jeon Jungkook... Eu gosto do seu nome. ㅡ O bailarino repetiu ainda com os olhos fechados e com a mão do moreno em seu rosto.

ㅡ Eu também gosto do seu, Jimin lhe cai bem, mas não creio que nada em você não seja ornado e preparado para me encantar. É quase como um vício, caro Park Jimin. Tenho você em minha mente todos os dias, não consigo não pensar em você e, às vezes, sinto raiva de mim mesmo por sucumbir assim.

Finalmente os olhos de Jimin se abrem e ele fita o rosto do maior com o peito acelerado. É como se tudo ao seu redor parasse, ele nunca acreditou em atração instantânea, mas aquele homem era como a gravidade, puxando-o para mais e mais perto. Sentia-se em queda livre e estava adorando.

ㅡ Você me causa sensações estranhas, Jungkook. Eu estou sempre procurando por você, sempre quero que meus olhos encontrem os seus e. Assim que ouvi sua voz, desejei ouvir mais... E agora sua pele. ㅡ Ele se vira, deixando um selar na palma da mão que lhe afaga, agraciando-o com um toque morno, sedoso. ㅡ Eu quero seu toque também.

A intenção de Jimin não era clara, seus olhos felinos e inocentes brilhavam, mas sua boca deixava apenas verdades saírem.

O demônio sentiu tudo dentro de si ferver. As palavras do bailarino despertaram todos os meses de sentimentos guardados, lembrou de como desejou toca-lo com sua permissão. Sabia que poderia induzir o outro a isso, afinal, Jeon era um demônio e não era dos fracos. Lúcifer tinha por ele o mais perto que chegou de afeto e admiração e, os céus tinham tanto medo dele, quanto do primeiro anjo caído.

Mas quando se tratava daquele pequeno humano, tudo era diferente. Sucumbiu com tamanha facilidade, que poderia se envergonhar, mas estava ocupado demais admirando.

ㅡ Não diga essas coisas meu pequeno Querubim, talvez eu não possa me conter se continuar a me dar permissões em segundas palavras. ㅡ Jeon se sente rígido, incrédulo do que o loirinho lhe diz.

O menor sorri com doçura e uma pontada de malícia. Talvez isso definisse bem o bailarino, um ser doce e malicioso, a mistura do paraíso e do limbo.

ㅡ Pois se é minha intenção, eu lhe permito, Jungkook. Permito ir além, porque do momento em que vi como me olhava, desejei ser olhado e tocado por você, desejei sempre ter essa sensação de ser admirado. Então me admire e me veja. Eu gosto, eu desejo, e eu permito.

Jimin dá um passo, fazendo a distância dos corpos ser quase nula e, o demônio, já tentado demais, toma os lábios rosados e macios. O gosto do gloss de cereja é sentido pela língua demoníaca e lhe agrada.

Jimin arfa, inexperiente, mas com desejo o suficiente para se deixar guiar pelo outro. É bom sucumbir ao pecado.

O bailarino leva as mãos a nuca de Jeon, segurando e acariciando os cabelos compridos. Já o demônio agarra a cintura do bailarino, rindo internamente pelo seu desejo ter sido atendido e ele finalmente poder ter em suas mãos o que tanto desejou. Toca seu pedaço do paraíso, inundando-o com sua promiscuidade.

Assim que os lábios se separam, o olhar do demônio é repleto de desejo, não muito diferente do olhar do bailarino. Ambos os corpos, ambos os lábios queriam mais e mais daquela sensação pecaminosa, mas quando iriam colocar seus lábios juntos novamente, um grito feminino os assusta, interrompendo o momento.

Saem do camarim e vão em direção ao som. A curiosidade os move, Jimin segura firme a mão do maior, que entrelaça os dedos, pois sente que o ar ficou pesado e o cheiro de morte estava ali.

Quando chegam ao lugar de onde os gritos vieram, deparam-se com uma pequena plateia. O espetáculo apresentado é uma das bailarinas com seu pescoço cortado e as pernas quebradas, deixando-a em uma posição bizarra e horrenda.

Jimin esconde o rosto no braço de Jeon, e o moreno afaga-lhe os cabelos, mas sem tirar os olhos da bailarina.

Ele sente a energia que emana do corpo, sabia que a alma dela havia sido sugada e isso lhe confirmava apenas uma coisa:

O que a matou não era humano, mas a ganância que o corte exalava também lhe contava que a criatura não iria parar por ali.