Dancing with devil.

O diabo está em minha casa. - Parte 02.

Jimin sente o olhar de Jeon em suas costas, e as perguntas que rodeiam sua cabeça são as mais simplistas possíveis.

"Será que está tudo minimamente organizado?"
"E se ele pensar ser um local simples demais? Céus eu devia ter investido mais dinheiro ao arrendar um apartamento melhor..."

Jeon sentia a tensão no corpo do menor e isso lhe divertia. Em um ato de conforto leva a grande mão até a cintura fina de Jimin, puxando-o para si, com a outra mão livre ajuda a abrir a fechadura que estava emperrada por se tratar de um prédio antigo. Jimin preferia dizer ser 'vintage', mas, no fundo, sabia ser apenas um lugar velho mesmo.

ㅡ Está com fome? ㅡ O bailarino pergunta colocando a bolsa e o casaco no cabide logo ao lado da porta.

Jeon encara o apartamento pequeno e com um ar 'vintage', lê-se velho, e acha adorável. Lembra a casa de uma senhora aposentada e tranquila, com estampas de flores por todos os lados. Além dos móveis em tons pastel e chamativos, o que mais lhe atrai os olhos é a poltrona enorme na sala pequena. Aquele objeto emanava algo que lhe era conhecido, mas Jeon não sabia dizer exatamente o quê.

ㅡ Jungkook? ㅡ O bailarino volta a chamar.

ㅡ Perdão, me perdi olhando a decoração da sua casa, é um local bonito... Gostei da poltrona, é sua?

ㅡ Oh! Não, era do antigo dono. Reza a lenda que ela tem mais de 100 anos, acredita?

Jungkook encara o objeto que não tem nenhuma falha ou amostra de sua idade, além da estampa fora de moda.

ㅡ Há coisas feitas para durar, não é? Esta deve ser uma dessas. ㅡ O moreno comenta, sentindo que Jimin, está um pouco envergonhado.

ㅡ Talvez seja... Mas você não respondeu, está com fome? Podemos pedir algo para comer, o que acha? ㅡ É clara sua tentativa de desviar do assunto, decoração.

ㅡ Oh sim, estou faminto! ㅡ E Jeon, apesar de ser um grande aliado da mentira, disse a verdade, mas o que mais lhe apetecia os olhos pecaminosos não era qualquer alimento mundano... Mas sim Jimin.

ㅡ Irei pedir uma pizza então! Fique a vontade, eu vou tomar um banho enquanto esperamos... ㅡ ele disse com as bochechas um pouco coradas fazendo Jeon rir soprado, e logo ele vê a pequena figura sumindo na pequena escada que provavelmente levava ao seu quarto e banheiro.

Jeon aproveita para se aproximar da cadeira, tocando-a com a ponta dos dedos, e como desconfiava o cheiro de enxofre toma a sala e o habitante do objeto se põe em joelhos a Jeon, pois sabia que se não o fizesse o desespero que iria sentir era tão grande quanto o inferno.

ㅡ O que faz nesta casa? ㅡ Jeon indaga a criatura demoníaca ajoelhada em sua frente.

As roupas que estavam em seu corpo denunciavam que não era alguém deste século, provavelmente já havia morrido há anos, mas estava no objeto sugando a energia de cada um que morava ali durante os anos.

ㅡ Sobrevivo das discórdias causadas pelos moradores desse apartamento, senhor! ㅡ A criatura sob o olhar e o rosto por poucos instantes e Jeon percebe que a falta de brilho nos olhos amarelos é por fome.

ㅡ Está faminto não é pequeno infeliz? Jimin não é do tipo que briga? ㅡ O demônio estava curioso.

ㅡ Não é por isso senhor, ele é diferente... Mesmo quando está triste, chateado ou sente dor... Eu... Eu...

ㅡ Você? Você? Ande, termine! ㅡ Jeon ordena, agarrando cabelos do ser já sem paciência.

ㅡ Eu não consigo machucá-lo, não consigo sugar nada dele... Apenas fico aqui o protegendo da criatura que o ronda às vezes.

ㅡ Que criatura? Sabe o que é?

ㅡ Sei sim, senhor, é um Nefilim... É obcecado com o garoto, o persegue e encurrala, já até mesmo o feriu, impedindo-o de dançar... Criatura asquerosa senhor!

ㅡ Sabe o nome? Sabe o nome desse maldito Nefilin?

ㅡ Jong-un... É este o nome que Jimin amaldiçoou no dia que se feriu e por vezes mais, ele deseja o bailarino, senhor!

E as peças se encaixaram na mente do demônio. Então era isso, agora fazia sentido, as marcas no ombro de Jimin, o cheiro estranho no teatro e, por fim, a bailarina assassinada.

Tudo se encaixava aos poucos, o demônio sempre estranhou a atração que sentia por Jimin. A verdade é que teve tantos humanos ao seu dispor, e nenhum deles lhe prendia tanto, porém se o nefilim também o queria, suas desconfianças talvez estivessem certas, e seu doce bailarino não fosse mesmo humano.

Mas o que seria ele? Bom, Azael tinha a plena certeza que iria descobrir em breve.