A bêbada e o cavalheiro

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Segundos depois de uma breve consideração, Juan acreditou que a sirena negaria sua oferta. Nesse caso, ele se veria obrigado a ir atrás de alguém que a conhecesse e ficasse encarregado de uma pequena e linda bêbada. 

Que noite! Primeiro sua proposta de negócios foi recusada, e agora estava se transformando na babá da única mulher que chamou sua atenção naquela festa sem sentido. Sim, pois um homem em seu juízo perfeito não consideraria a possibilidade de se amarrar a uma única mulher no "até que a morte os separe"! 

— Se preferir, posso chamar um dos seus parentes. Claro que a sereia balançou a cabeça numa firme negativa. 

Por que não estava surpreso?

— Não! Eu aceito a sua carona. — De repente, a jovem levantou o indicador com uma unha grande e vermelha na direção do rosto de Juan. — Mas se tentar alguma coisa, eu...                         — Cálmate*... Você não é o tipo de mulher mais atraente nesse momento. 

Olhou-a com um sorriso debochado, o que a fez empurrá-lo, tomando certa distância.

— Bom, já que você é mais um a pensar assim, é melhor irmos logo. 

Declarou com resignação e Juan se arrependeu imediatamente de suas palavras.

Considerando que toda aquela bebedeira era simplesmente devido a amor não correspondido, deveria ter um pouco mais de cuidado ao falar certas coisas. Na verdade, ela era extremamente atraente... ainda lhe parecia sexy e deliciosa como dificilmente poderia ser naquele estado de embriaguez. 

— Eu não quis... — Ele considerou falar, ao mesmo tempo, soube que não fazia diferença, talvez no dia seguinte ela nem se lembrasse da conversa. — Ok, vamos.

Estendeu a mão para que ela se apoiasse e em pouco tempo precisou usar o braço e um lado de seu corpo para guiar a jovem até a saída. Era surpreendente o fato de ela ter conseguido se manter em pé até aquele momento, ainda mais com as sandálias de salto alto. 

— Carol?!

Um rapaz com um rosto familiar os encontrou no portão de acesso à rua. Com ele estava uma jovem muito bonita, morena com longos cabelos jogados de lado.

— Vocês se conhecem?

Juan quis saber.

— Sim. Ela é prima da minha cunhada, a que casou hoje.

O loiro explicou, esclarecendo de onde vinha a semelhança, pois se tratava do irmão do noivo.

— Oi, cunhadinho... — A sereia pôs uma mão sobre a boca. — Ex-cunhado, quero dizer.

Completou sorrindo debilmente, da forma que só os bêbados conseguem fazer. Já o loiro, disfarçou o próprio riso, no entanto, logo a expressão divertida se desfez.

— Quanto ela bebeu? Para onde você a está levando?

As perguntas vieram num tom claro de desconfiança.

Era só o que faltava! Ter que se preocupar com o que esse chico* possa estar pensando.

— Vou levá-la para...

— Minha casa!

A sereia fez questão de corrigir, chamando a atenção dos dois. O rapaz voltou a encará-lo. 

— Vocês já se conheciam? 

Quis saber, franzindo as sobrancelhas. 

— Ih... Você vai mesmo fazer um interrogatório? — A pequena bêbada, que agora ele sabia se chamar Carol, se afastou trôpega. — Vou me sentar até que terminem. Tudo está rodando e eu não quero cair de cara no chão.

Sob seu Toque - Irmãos Villarreal IOnde histórias criam vida. Descubra agora