Seis anos, cinco meses e dois dias

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Então de repente me vi em um dos meus piores traumas... eu e o Cinxo ficamos perdidos nas estações do metrô. Não conseguiamos achar o caminho de volta. Pegamos inúmeros metrôs em busca de chegarmos na nossa estação, mas não conseguimos. E quando eu vi... um ano tinha se passado.
No começo tentamos ser compreensivos e esperançosos, tentamos só buscar o caminho de volta, mas então começamos a brigar, e brigar muito mesmo, parecíamos não concordarmos em nada. No segundo ano com a aceitação e necessidade começamos a voltar a nos falar. Sempre foi eu e ele contra o mundo, sabemos que sempre tínhamos um ao outro independente da situação e que não adiantava brigar. E pouco meses depois da nossa "volta" com o encerramento das brigas continuamos tentando buscar o caminho de volta pra casa, mas um dia... a gente desistiu. Não porque achávamos que não podíamos encontrar o caminho de volta pra casa, mas sim porque tivemos um... imprevisto que tomou um pouco da nossa concentração e meio que obrigou a gente a mudar o nosso objetivos principais...

Eu estava sentada no chão brincando com ele.

- Quem é o bebê da mamãe?- Perguntei.

- Sou eu, mamãe!- O meu bebê respondeu.

- É, é você meu príncipe- Falei e dei um beijo na bochecha dele.

É isso ai, depois de dois anos no apocalipse eu e gravidez. Eu me cuidava, mas depois de um tempo, sem ter nada pra se prevenir, aconteceu.

- Aidan, olha pro papai- O Cinco diz- Olha pro papai, filho.

O Aidan olhou pra ele.

- Quantos anos você 'tá fazendo?- O Cinco perguntou.

- Assim, papai- O Aidan respondeu fazendo o número 4 com os dedos.

- É isso ai!- O Cinco diz- Que número é esse?

O Aidan olhou pros dedos como se estivesse pensando.

- Conta com o papai- O Cinco fala- Um, dois, três e quatro.

- Um, dois, tlês e quatlo- O Aidan diz.

- Isso aí ,cebolinha‐ Eu falo rindo.

Então o Aidan saiu do meu colo e foi até a plantação de morango, em seguida ele pegou um e comeu.

- Se você continuar devorando tanto morangos não vai sobrar pro inverno, filho- O Cinco falou.

O Aidan olhou pra ele e começou a rir.

- Não dá pra acreditar que ele já tem 4 anos- Falei pro Cinco- Ele é tão espertinho.

- Eu sei, parece que foi ontem quando ele nasceu- O Cinco diz.

Eu deitei a minha cabeça no ombro do Cinco.

- A gente não vai passar fome no inverno, né?- Perguntei- O Aidan é novinho de mais pra saber o que é fome.

- Pelos meus cálculos não. A gente tem a plantação de morango, aquelas latas que a gente achou, os animais que pegamos. Em falar nisso a gente tem que ver se conseguiu pegar mais- O Cinco respondeu.

A gente ficou um pouco em silêncio só observando o Aidan brincando.

- Pensa em voltar tentar voltar pra casa?- O Cinco me perguntou.

- Por que eu pensaria nisso?- Perguntei.

- Bom, nossa família ainda 'tá lá- O Cinco respondeu.

- O primeiro dois anos que passamos tentando voltar pra casa foram horríveis. Polícia secreta, porcos selvagens, atiradores e outras inúmeras pessoas- Eu falo- Acha mesmo que eu vou pegar o meu filho de 5 anos e simplesmente sair pra me aventurar nesse tipo de perigo? Eu 'tô bem.

The Umbrella Academy | SnOnde histórias criam vida. Descubra agora