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Decidi andar um pouco por Paris, já que ainda não tinha tido a chance de explorar a cidade. Acabei entrando em um shopping super chique e, como sempre, fui direto para uma loja de tênis, uma das minhas maiores paixões. Eu não estava planejando comprar nada, e ainda não tinha esquecido que Cassandra me devia um par de tênis.

Entrei na loja e comecei a olhar um Adidas que era um dos meus favoritos. Enquanto admirava a vitrine, levantei os olhos e, para minha surpresa, vi Yuto lá dentro. Ele também me viu no mesmo instante. Ficamos ambos desconcertados, pegos de surpresa por termos nos encarado ao mesmo tempo.

Senti meu coração acelerar, e por um momento, não soube como reagir. Yuto parecia igualmente perdido, desviando o olhar por um segundo antes de dar um pequeno sorriso meio tímido. Eu sorri de volta, tentando disfarçar o nervosismo que subitamente tomou conta de mim.

Quando Diaz e Yuto se viram na loja de tênis, ambos ficaram um pouco surpresos. A princípio, trocaram um olhar tímido, quase hesitante, mas logo depois, um sorriso amigável apareceu no rosto de ambos.

— Oi, Diaz! — Yuto quebrou o silêncio, tentando disfarçar o nervosismo. — Também veio olhar os tênis?

Diaz, que já estava se recuperando do choque inicial, brincou enquanto se aproximava da prateleira onde ele estava:

— Sim, mas só olhando. Estou esperando a Cassandra me pagar um tênis que me deve. Ela prometeu e eu não vou deixar barato!

Yuto riu, e o som da risada dele fez Diaz relaxar. Ela percebeu que essa poderia ser uma oportunidade para conhecer melhor o garoto que tanto a intrigava.

— Sabe, eu vi um fliperama enquanto andava por aqui... Quer dar uma volta comigo? — Diaz sugeriu, disfarçando a expectativa em sua voz.

Yuto olhou para ela, surpreso, mas logo concordou com um sorriso sincero.

— Claro, parece divertido.

Os dois saíram da loja juntos, com Diaz liderando o caminho pelo shopping. A energia dela era contagiante; ela praticamente corria à frente, mal contendo a empolgação. Yuto a seguia, um pouco mais calmo, mas claramente se divertindo com a animação dela.

Chegando ao fliperama, Diaz quase puxou Yuto pela mão para dentro. Eles se perderam em meio aos jogos, como se o tempo tivesse parado. No jogo de corrida, Diaz era imbatível, seu foco e reflexos no volante eram impressionantes. Yuto, por outro lado, mostrou habilidades inesperadas nos jogos de tiro, sua precisão era quase cirúrgica.

— Nossa, você é bom nisso! — Diaz comentou, impressionada, depois de uma rodada em que Yuto acertou todos os alvos sem errar uma vez sequer.

— E você é incrível nas corridas. Tenho que admitir, não esperava perder para você assim — Yuto respondeu, com uma expressão meio envergonhada, mas admirada.

Os dois continuaram jogando, se desafiando em diferentes máquinas. Riam, provocavam um ao outro, e a barreira da timidez inicial foi quebrada completamente. A cada vitória ou derrota, a conexão entre eles parecia crescer um pouco mais.

Depois de um tempo, a fome começou a bater e eles decidiram dar uma pausa para comer. Sentaram-se em uma lanchonete dentro do shopping, onde continuaram conversando, agora em um tom mais relaxado. Falavam sobre as Olimpíadas, sobre suas vidas no Japão e no Brasil, e sobre como o skate havia moldado quem eles eram.

— É engraçado, parece que te conheço há mais tempo — Diaz comentou de repente, enquanto mordia um pedaço do sanduíche. — Talvez seja por causa daquela foto que a Rayssa postou.

Yuto concordou, um sorriso brincando nos lábios.

— Eu também sinto isso. Acho que o skate cria uma conexão entre as pessoas, mesmo antes de se conhecerem de verdade.

ᴛʜᴇ ᴘɪꜱᴛ | Yuto horigomeOnde histórias criam vida. Descubra agora