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Yuto fez uma manobra incrível, e não conseguimos conter as risadas. Ele garantiu o primeiro lugar, encerrando a rodada masculina com chave de ouro. Depois que a competição dos meninos terminou e alguns avançaram para a final, eu e as meninas decidimos andar pelo corredor da "parte de dentro da pista". Enquanto caminhávamos, parei para beber água em um bebedouro e, numa onda de brincadeira, comecei a jogar água em Rayssa e Cassandra.

— Diaz! Para com isso! — Cassandra riu, tentando se proteger da água.

— Vem cá, Rayssa! — provoquei, jogando mais um pouco de água.

Antes que a brincadeira pudesse continuar, nossa treinadora apareceu, com a expressão séria de sempre.

— Vocês três, comportem-se! — disse ela, cruzando os braços. Tentei não rir, mas a situação era engraçada demais.

Logo em seguida, o treinador do Japão surgiu no corredor, acompanhado por Yuto, Sora, Liz e Coco. Os dois treinadores começaram a conversar enquanto eu fazia o máximo para manter a seriedade.

— Nossos treinos têm sido tranquilos e produtivos — comentou o treinador japonês.

Nossa treinadora respondeu, lançando um olhar direto para mim:

— Aqui também, mas nunca é realmente calmo por causa de certos alunos.

Os skatistas do Japão começaram a rir discretamente, e as meninas ao meu lado também não conseguiram se segurar. Revirei os olhos, mas mantive o humor.

— Sou um anjinho, treinadora! — disse, dando um sorrisinho amável, tentando parecer inocente.

Cassandra e Rayssa riram ainda mais, e os skatistas japoneses trocaram olhares divertidos.

Rayssa, percebendo minha reação, disse com um sorriso:

— Ah, não é nada demais, só algo engraçado.

A conversa continuou leve, e todos começaram a rir. Eu e Yuto começamos a conversar um pouco. Aproveitei para ensinar algumas palavras em português para ele, tentando tornar a interação mais divertida.

— Ok, agora você vai aprender uma frase importante em português — disse, com um sorriso travesso. — Diga "você é a melhor skatista".

Yuto tentou repetir, mas eu lhe dei uma tradução errada propositalmente.

— Diga "você é a melhor skatista" como "eu gosto de skateboarding".

Yuto, confuso mas rindo, tentou pronunciar a frase errada, e a situação gerou uma boa risada entre nós.

— Isso não é o que eu disse! — ri, enquanto Yuto também se divertia com a brincadeira.

A diversão foi contagiante, e a conversa fluiu naturalmente enquanto continuávamos a rir e brincar.

Depois de um tempo, a competição das meninas começou. Nós, do trio, nos desejamos boa sorte e pegamos nossos skates, preparadas para nossa vez. A primeira competidora era uma garota da Austrália. Ela começou suas manobras com confiança, impressionando o público com sua habilidade. Terminou sua apresentação com um impressionante 360 flip, que garantiu uma pontuação alta e deixou todos animados para o que viria a seguir.

Agora era a vez de Rayssa entrar na pista. Ela começou com uma confiança que só aumentava a cada movimento. Com uma leveza impressionante, executou manobras perfeitas, incluindo um Smith Grind impecável no corrimão, deslizando com uma precisão que fez a plateia vibrar.

Sorri ao ver Rayssa dominando as manobras com tanta facilidade, como se tudo aquilo fosse natural para ela. Ela continuou sua apresentação com a mesma destreza, e eu não pude deixar de sentir orgulho ao vê-la brilhar na competição.

Agora era a minha vez. Respirei fundo, sentindo o peso das expectativas e a pressão de estar ali. As lembranças da minha lesão surgiram por um breve momento, mas afastei o pensamento. Aquela era minha oportunidade de mostrar que eu estava de volta, mais forte do que nunca.

Entrei na pista com determinação, começando com alguns flips para aquecer e entrar no ritmo. Cada manobra inicial era executada com precisão, mas eu sabia que precisava de algo mais, algo que realmente mostrasse do que eu era capaz. Quando me aproximei do corrimão, senti a adrenalina correr por minhas veias.

Olhei para o corrimão e sabia que era o momento de arriscar. Respirei fundo, foquei, e decidi ir além do que já tinha feito antes. Com um impulso certeiro, me lancei e executei um **Noseblunt Slide 360 shove-it**. O skate girou de maneira controlada enquanto eu deslizava com a ponta do skate no corrimão, sentindo cada segundo como se estivesse em câmera lenta. Completar a manobra foi um teste de tudo o que eu treinei e de cada desafio que enfrentei para chegar ali.

Quando aterrissei, o barulho da madeira contra o asfalto soou como música para meus ouvidos. A plateia explodiu em aplausos, e uma onda de emoção tomou conta de mim. Eu havia conseguido. Não apenas executei uma manobra de altíssimo nível, mas também provei para mim mesma que estava pronta para superar qualquer obstáculo.

Olhei para as arquibancadas, buscando o rosto das pessoas que sempre acreditaram em mim, e um sorriso de alívio e orgulho se formou no meu rosto. Aquele momento era meu, e eu sabia que tinha deixado minha marca naquela competição.

Assim que saí da pista, ainda sentindo a adrenalina pulsar, a treinadora apareceu, caminhando em minha direção com uma expressão que misturava seriedade e orgulho. Ela parou na minha frente, olhou diretamente nos meus olhos, e, para minha surpresa, bagunçou meu cabelo de um jeito carinhoso.

— Boa, Diaz — disse ela, com um leve sorriso.

Eu retribuí o sorriso, sentindo um alívio enorme. Todo o esforço, as horas de treino, as dores, tudo valeu a pena naquele momento. Agora, era a hora de receber minha nota. A expectativa crescia enquanto o placar se atualizava. E então, lá estava: 97.88.

Meu coração disparou de alegria. Olhei para as arquibancadas, procurando por meus amigos e colegas, e vi o entusiasmo em seus rostos. Aquele 97.88 era mais do que uma nota; era a confirmação de que todo o sacrifício havia sido recompensado.

88 era mais do que uma nota; era a confirmação de que todo o sacrifício havia sido recompensado

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ᴛʜᴇ ᴘɪꜱᴛ | Yuto horigomeOnde histórias criam vida. Descubra agora