A Herança que você deixou (degustação)

CAPITULO 14

LAYLA

Ter resolvido as coisas com Isaac me trouxe um certo alívio, mesmo sabendo que nós nunca mais seríamos a mesma coisa antes de tudo acontecer, mas ao longo dos dias e dos anos em que ficamos afastados entendi que eu tinha problemas muito maiores do que enfrentar meus sentimentos por ele, a ausência de Will reverbera em cada passo que dou e um dia achei que a indiferença do homem que eu amava me mataria, mas na verdade o que me matou foi a dor de não poder ver meu irmão nunca mais.

Antes de chegar na casa de Derek passei pela lanchonete em que ele trabalhava, lágrimas surgiram em meu rosto, eu sabia que uma garotinha como eu nunca não salvaria, mas eu amaldiçoava o tempo por não ter me deixado tentar.

Estacionei em frente a mansão Weston, o design da casa era clássico, havia um grande jardim que estava enfeitado com luzes de natal, finalmente a neve estava começando a chegar,rapidamente Jane abriu a porta e veio até mim com um sorriso enorme em seu rosto.

— Bom dia, Layla, entre. — Ela abriu espaço para que eu entrasse.

— Bom dia, obrigada!

Dei uma breve olhada no interior daquele lugar, a lareira estava acesa, e uma jovem de cabelos da cor dos de Jane estava sentada lendo uma revista, a casa era escura e também tinha uma decoração clássica.

— Layla, essa é a Julie, minha sobrinha. — Julie se levantou; ela era uma garota magérrima, suas feições eram todas proporcionais. O cabelo loiro contrastava perfeitamente com os olhos azuis quase brancos, e ela usava um moletom rosa e calças pretas.

— É um prazer te conhecer, Layla. — Ela estendeu sua mão, pegando a minha, e sorriu.

— O prazer é todo meu, Julie. Podemos começar? — Me virei para olhar Jane, que assentiu.

— Vamos até o salão. — Eu e Julie a seguimos.

— Veja quem está na minha casa. — Derek surgiu de uma porta. Olhei rapidamente e pude perceber que era seu escritório.

— Obrigada por me receber, Derek. — Obrigada o caralho.

— Fico feliz pela sua presença. — Ele se aproximou um pouco mais, com um copo de whisky na mão, as mangas de sua camisa azul escura estavam levantadas na altura do cotovelo, tatuagens por todo seu braço escondiam as marcas que foram deixadas no Halloween. — Jonathan vai acompanhar vocês. — Ele fez um gesto, e um rapaz alto e forte, de cabelos encaracolados loiros, se aproximou.

— Acho que não precisa, Derek. — Jane falou timidamente.

— Quem decide sou eu, querida. — O escroto sorriu. — Jonathan, fique na porta apenas, não as atrapalhe.

O rapaz assentiu e caminhou na nossa frente, Derek deu um breve aceno e voltou para seu escritório, eu me perguntava como uma mulher tão incrível como Jane pode ficar com um lixo daquele.

O salão era enorme, havia algumas pinturas renascentistas que valiam milhões decorando o espaço, a grande porta se fechou atrás de nós e pude ouvir Jane respirar fundo, Julie se sentou em uma das cadeiras esperando para ver o que faríamos.

— Desculpe pelo Derek, às vezes ele é um idiota.

— Eu sei, não se preocupe. — Levei uma de minhas mãos para o seu braço, e ela tocou minha mão. Um olhar cúmplice surgiu entre nós, ela sentia falta do Will. — Certo, Julie, o que você pensou?

— Não sei, o tema é baile de máscaras, mas eu gostaria de fazer umas danças mais sensuais. Mas o Derek vai encher o saco.

— Entendi, mas nada mais justo do que uma mulher de dezoito anos começar a explorar a sensualidade, não é, Jane?