Oi, piticos! 😊
Segue mais um capítulo de CPUD.Boa leitura! 💜
“Eu ainda te sinto aqui, dentro de mim, pulsando e me enchendo com seu amor quando atingiu o auge da sua satisfação e fez eu me sentir o ômega mais precioso, amado e quente desta terra.
Fecho meus olhos e consigo enxergar cada pedacinho do seu rosto lindo e perfeito. A pintinha linda do nariz. O semblante de êxtase a cada vez que se colocava no ponto mais íntimo e profundo dentro de mim.
Foi tudo tão delicioso e perfeito, meu amor, que me vejo revivendo nossos momentos por muitas e muitas vezes, como seu estivesse reprisando meu filme favorito. Repetindo-o com tanta frequência que poderia até reproduzir com perfeição suas falas e repetir suas feições.”
Taehyung lia e relia aquela carta recebida uma semana após o encontro íntimo. Ele também não estava diferente do que Jungkook dizia nela. Sentia-se exatamente assim. Extasiado de amor e satisfação. Ansioso por viver novamente aquele momento gostoso.
Managia!* Ter o ômega em seus braços foi tão excelso que parecia bom demais para ser verdade. Estava perdidamente apaixonado por Jungkook. Ou paixão fosse pouco para definir o que sentia. Ansiava tê-lo perto de si novamente. Por uma vida toda. Tentava matar um pouquinho da saudade relendo cada cartinha, vendo as fotos do seu lindo ômega, inalando o aroma doce impregnado no papel e revivendo na memória tudo o que fizeram dentro daquele quarto. (*droga!)
Quase podia sentir as mãos do ômega percorrendo seu corpo. Um rastro abrasado traçando um caminho de luxúria em cada toque que culminava em um vale de prazer e amor.
Os sinais evidentes daquele momento de prazer entre os dois ficou registrando em suas costas pelos inúmeros arranhões que Jungkook havia deixado.
– Caralho! Meu pirralho fez um trabalho bonito nas suas costas, hein? – Jimin mencionou logo após o banho, ainda no dia da visita íntima, quando ambos estavam se trocando, após já terem se lavado. Haviam outros detentos no banheiro que também viram o estrago que o ômega havia feito. Sorriam de modo malicioso, mas Tae e Jimin estavam tão absorvidos entre si que nem perceberam.
Tae estava só com a calça do uniforme e a blusa ainda estava em mãos, ajeitando-se para vesti-la também. Olhou-se de costas pelo espelho que estava à uma certa distância dele e pôde ver com perfeição os vergões sobre sua pele. Sorriu sacana, lembrando-se de como Jungkook gemia enquanto se lançava com força para dentro dele. Suspirou.
– Pervertido! Esse sorriso aí diz tudo. – Falou Jimin, com um sorriso safado nos seus lábios também.
Foi a vez de Tae ver o estrago que Yoongi havia feito nas costas do amigo. Ele não estava tão diferente.
– O Yoon também deixou uma bela “tatuagem” em você, amico*! – Tae retrucou com um olhar debochado. (*amigo)
Os dois riram. Estavam apaixonados e felizes. Haviam saciado momentaneamente a fome sexual que possuíam.
Naquela noite Tae sonhou com seu ômega. No sonho estavam felizes e juntos, bem longe daquele inferno do presídio. Vivendo uma vidinha simples. Compartilhando uma rotina gostosinha em uma casinha. Acordava com o ômega enroscado em seu corpo. Cheirava aqueles cabelos macios. Banhavam-se juntos. Tomavam café. Passavam horas no sofá assistindo alguma coisa, enrolados em um edredom, trocando beijos e mais beijos estalados e molhadinhos. Seus corpos se esquentando e Tae sentindo Jungkook sugar sua língua. Depois faziam amor bem lentinho ali no sofá mesmo. As sensações eram tão reais, os toques, aquele aperto. Tudo parecia ter acontecido de verdade.
Taehyung acordou com o coração quentinho e cheio de amor para dar ao seu ômega, pena que ao despertar se deparou com uma cela cinza e fria. Sua ereção aos poucos foi desinchando. Olhando o beliche de cima ficou repassando o sonho em sua memória. Seus dedos resvalavam sobre seus lábios, trazendo à mente o gosto e textura daquela boca rosadinha e macia. Sorriu por lembrar-se com perfeição como era ter seus lábios contra os de Jungkook. Suspirou e fechando seus olhos conseguia ver aquele rostinho bonito sorrindo para si. Sorriu também. Todo bobinho e apaixonado. O coração se derretia todo só de imaginar Jungkook.
O momento bom que tiveram juntos trouxe-lhe um renovo, recarregando suas energias e sua esperança.
Durante aquele mesmo dia, o domingo posterior à visita íntima, Jimin disse que Tae estava com a cabeça nas nuvens e sabia muito bem que seu pirralho era o motivo de tantos pensamentos e olhares perdidos em memórias. Conhecia bem os efeitos avassaladores da paixão. Foi assim também com ele e Yoongi no início do relacionamento e até hoje o ômega o afetava profundamente.
Jimin abraçou o amigo com entusiasmo quando Tae relatou sobre o inesperado fato dele e Jungkook terem se descoberto parceiros de vida. Cada coisa, pequena ou grande, era motivo de felicidade para os dois dentro daquele presídio. Devia ser apreciada com intensidade, pois a dureza do ambiente não permitia que momentos felizes fossem usufruídos com frequência. Aquela notícia veio como um bálsamo no coração dos dois amigos e trouxe um frescor de esperança. Um pequeno tesouro guardado a sete chaves em ambos corações e compartilhado com cumplicidade genuína.
Agora, uma semana após a visita íntima e logo após se findar a visita semanal, relia a última cartinha que a Sra. Park-Jeon, atualmente conhecida também como sua sogra, havia lhe trazido. Jungkook não pôde ir, pois tinha um ensaio importante. Tae já sabia disso, pois o moreno havia comentado algo sobre tal possibilidade durante o banho antes de terminar a visita íntima.
Seu ômega enviou-lhe mais biscoitinhos. Todos feitos no formato de coração. Deixando uma doçura no seu paladar e na sua vida também. Conseguia sentir o cuidado de seu namorado, mesmo à distância.
Ainda assim não conseguiu evitar que uma certa frustração se apossasse de si quando não o viu junto da sogra no momento da visita. Lembrou-se que seu coração saltitava quando estava à caminho do pátio, pois ainda que soubesse da quase certeza dele não poder comparecer naquele dia, ainda sim nutria uma expectativa em ver seu ômega lindo.
Não queria bancar o egoísta, de modo algum, mas após estarem sexualmente conectados sentia-se mais ligado ao seu ômega e também mais necessitado de sua presença.
A semana seguinte chegou e suas rotinas voltaram com tudo. Procurou empenhar-se com afinco no trabalho, na oficina de marcenaria. Esperando ansiosamente o momento em que veria Jungkook novamente.
Na terça-feira à noite, ele e Jimin estavam jantando juntos com todos os detentos. Tae acelerou sua refeição, pois desejava mais uma vez reler as cartinhas de Jungkook, ver as fotos do seu ômega e escrever algo para postar no dia seguinte, ainda que no sábado fosse vê-lo.
Ele despediu-se de Jimin que já sabia quais eram seus planos naquela noite. Acelerou o passo de volta à sua cela. Quando estava quase chegando nela ouviu um barulho bem familiar. Não era possível que Suk ou Siwoo estava batendo uma justo na cela deles! Normalmente usavam uma das duchas mais reclusas ou uma das cabines do banheiro para fazer isso. Todos ali faziam assim.
O arfar e o barulho da mão se movimentando indicavam que sim. Pensou em dar meia volta, mas quando ia fazer isso, ouviu a voz de Suk sussurrando num tom que sua audição aguçada de lúpus alcançou:
– Italiano filho da mãe! Conseguiu te comer, né, marshmallow? Também tô louco pra te foder. Porra! Deve ser uma delícia afundar o pau nessa boquinha linda, seu putinho! Meter meu cacete nessa bunda carnuda!
O barulho se intensificou e Suk soltou um pequeno gemido.
Tae não suportou ouvir aquilo, explodiu quando entrou na cela e viu o desgraçado em pé, em frente aos nichos, com a foto de Jungkook em uma das mãos e o pau puxado para fora envolvido pela outra.
– Figlio di puttana!* – Taehyung gritou. Seus olhos avermelharam e arderam em fúria. Seu lobo o dominando completamente. (*filho da puta!)
Suk assustou-se, seu corpo tremeu inteiro ao fitar a imagem do alfa irado. O pau de Suk estava duro e a mão o envolvia totalmente. Estava mesmo se punhetando. Podre! Suk era um alfa podre! Sem um pingo de moral. Não tinha limites e não respeitava o ômega. Não respeitava ninguém. Mas se borrava de medo dos dois alfas lúpus.
Os olhos vermelhos de Taehyung davam-lhe calafrios. Jogou a foto de Jungkook sobre a mesa que ficava abaixo dos nichos. Mal conseguindo guardar o pau (agora semi duro) dentro da calça. Suk ficou mais pálido do que papel. Estava desesperado!
A foto lançada na mesa era uma onde Jungkook estava vestido com um collant e meia-calça de dança. A roupa toda marcava muito seu corpo malhado, como uma segunda pele, quase fazendo-o parecer nu pelo tom que se assemelhava à sua pele. As coxas grossas, o bumbum gostoso, o tronco bem exposto. Estava de costas para a câmera e dava para ver seu rosto de perfil. Estava praticando um passo de dança. Ele estava lindo e muito, muito gostoso mesmo. Uma imagem que faria qualquer alfa arder em luxúria.
Tae já estava há muito tempo com sua paciência no limite com aquele puto. Via no olhar daquele escroto uma cobiça sobre Jungkook desde o primeiro dia em que ele o viu e uma inveja intensa desde que soube que Tae o namorava. Sabia que ele queria ser o par de seu ômega. E quem não queria aquele garoto lindo para si?
O ciúme e o sentimento de posse haviam dominado Tae completamente. A simples possibilidade daquele alfa maldito ter posto seus olhos nojentos sobre o seu namorado. Seu ômega... Seu... Fez toda sua ira romper tal como a barragem de uma represa estoura sem conseguir conter o excesso de água.
E então Tae partiu para cima dele como um touro bravo. Puxou-o pelo colarinho e socou o corpo de Suk na parede, batendo-o contra ela e causando um estrondo. Em seguida começou a desferir uma série de golpes sobre o rosto do outro alfa. Punhos cerrados e maxilar travado de puro ódio. Tudo estava acontecendo rápido demais e Suk não conseguia nem falar. Saíam apenas grunhidos de seus lábios. Gemidos de dor. O detento tentava levar as mãos ao rosto, mas Tae o impedia e continuava socando o rosto do alfa.
– Nunca... – Um soco. - Mais... – Outro soco. – Coloque... – Mais um soco. – Os olhos... – Suk recebia mais um golpe. – No meu...- Outro soco forte. – Ômega... – Mais um soco potente. – Maledetto!* (*maldito!)
Taehyung golpeava-o com tanta brutalidade que o corpo de Suk caiu no chão. O Kim estava possuído de ódio e não cessou as agressões. Passou a chutar o estômago de Suk, que no momento já estava com o rosto ensanguentado e gemia mais alto a cada novo chute.
Não tardou para que os guardas mais próximos ouvissem o que ocorria e assim logo alguns deles vieram apartar a briga. Haviam apenas dois por perto, o que não fez nem cócegas para evitar que Tae continuasse seus golpes. Pediram reforços e foram necessários oito homens para conter Taehyung. Outros dois estavam ali para pegar o corpo quase desfalecido de Suk e carregar em direção à enfermaria.
Taehyung estava ofegante. O olhar ainda rubro direcionado àquele monte de merda que se dizia um alfa. Até os guardas sentiam-se intimidados, porém precisavam mostrar pulso firme diante àquela situação ou um estopim estouraria naquele lugar.
Outros guardas haviam se posicionado no corredor, pois os presos já voltavam da janta e uma leve balbúrdia se formava. Precisavam conter os ânimos e mostrar quem é que mandava por ali. Qualquer mínima faísca poderia causar uma rebelião e instaurar o caos naquele inferno.
Tae foi conduzido para fora da cela ao mesmo tempo que Jimin e Siwoo se aproximavam. Fora algemado e agora estava sob a mira das armas dos policiais.
Jimin olhava para o amigo com perplexidade. Tentando entender o que rolava por ali.
– O que tá pegando, Tae? – Questionou olhando o Kim que ainda estava pilhado devido a todo o ocorrido, envolto por vários guardas.
– O Suk... – Tae começou a dizer, mas sendo empurrado para fora da cela por todos aqueles guardas teve sua fala interrompida por um deles que disse:
– Pode circulando e indo pra sua cela, camarada! Seu amigo aqui quase matou outro detento e tá indo pra solitária pensar um pouco.
Jimin arregalou os olhos. Os dois amigos se encararam brevemente antes de Tae se afastar com os guardas. O Park olhou ao redor e viu de longe Suk sendo carregado por outros dois, não demorou para criar sua teoria. Chegou na cela, viu a foto de seu irmão jogada na mesa, achou estranho, já que Taehyung era extremamente zeloso com cada item que o namorado havia lhe dado, como se aqueles fossem seus pequenos tesouros. Guardou-a nas coisas de Tae e pensou que provavelmente isso teria algo a ver com o ocorrido.
– Caralho, mano! O bagulho aqui foi nervoso! – falou Siwoo e Jimin olhou para o chão, onde o rapaz também olhava. Ali havia uma poça de sangue.
“Que merda!”, pensava Jimin.
Nos corredores cada detento estava dentro de sua cela, qualquer mínima possibilidade de exaltação foi contida, mas os cochichos podiam ser ouvidos.
Aos poucos as coisas foram se acalmando e um silêncio excruciante pairava sobre aquele lugar que abrigava dor, terror, sofrimento, desesperança e animosidade.
– Cazzo*! – Falou Taehyung, dentro da solitária. Um local minúsculo, pouco iluminado. Apenas uma cama pequeníssima, um vaso sanitário e uma pia. A iluminação vinha de uma janelinha na porta que dava para o corredor. Não haviam janelas nas paredes. Nenhuma iluminação exterior além daquela. O local era claustrofóbico. E se o presídio em si já era depressivo, a solitária era o fundo do poço da depressão. (*Porra/Caralho!)
Estava deitado na cama e com um dos braços sobre os olhos fechados. Apesar de tudo, não se arrependia do que havia feito. Taehyung nunca fora um anjo, vide o fato de ter parado em uma prisão e embora pretendesse sim mudar de vida, não iria deixar um filho da puta como Suk faltar com respeito com seu Jungkook e consigo.
– Ninguém mexe com mio ômega! – Sussurrou consigo mesmo.
Precisava se concentrar e manter sua sanidade ao máximo. Não sabia quanto tempo eles o deixariam ali. Um dia? Dois? Uma semana? Dez, quinze dias? Essa informação era uma incógnita.
Talvez perdesse a visita de Jungkook no próximo sábado. Provavelmente sim. Caralho! Era um preço bem alto a ser pago, considerando a imensa saudade que Tae estava de seu garoto e o quão desprovidos eram dos mais ínfimos prazeres da vida enquanto estavam ali encarcerados.
Mas aquilo ficaria como mensagem para qualquer outro puto que estivesse com os olhos cobiçosos sobre o que era seu. Ninguém mexia com seu ragazzo.* (*garoto)
Nos dias que se seguiram a notícia do ocorrido alastrou-se entre os presos e se já temiam os alfas lúpus, o medo só aumentou. Suk ficou dois dias em coma. Passou por cirurgia e estava em recuperação no hospital penitenciário. Algumas sequelas permaneceriam. O atrito entre eles fez a direção do presídio optar por trocar Suk de cela quando retornasse.
Para Tae o tempo passava lentamente, perdeu toda e qualquer referência de noite e dia, não sabendo quando era hora do almoço e da janta. A alimentação era muito regrada, pois isso também fazia parte da penalização. Era alimentado somente duas vezes ao dia. Sorte que sua condição de alfa lúpus lhe dava uma certa vantagem, pois era mais resistente do que alfas comuns, conseguindo suportar melhor esse tipo de situação.
Procurava controlar seus pensamentos que muitas vezes pareciam querer sabotá-lo. Um medo de ter perdido Jungkook ao sair dali queria toda hora sufocá-lo. Os olhos de preocupação de Jimin também habitavam sua mente. A chateação por deixar sua sogra preocupada. Será que Bogum havia lhe mandando alguma carta? Seus pais estavam bem? Haveria aumento na sua pena? Não podia ser, já tinha visto outros presos que foram e voltaram da solitária e não havia sido acrescido um só dia na sua sentença. Não, não podia ser. Aquele inferninho por si só era como o cumprimento de mais uma penitência. Um cárcere dentro de outro.
Para fugir da tormenta que pairava em sua mente, seu pensamento refugiava-se no dia da visita íntima. Revivia cada minuto daquele dia e se masturbava imaginando estar com Jungkook. Não lembrava de ter se masturbado tanto em sua vida como fez nos dias de solitária. Nem mesmo quando era adolescente abusou tanto do cinco contra um.
Outrora ficava criando em sua mente um futuro ao lado do ômega. Imaginava-se livre. Apresentando Kook aos seus pais. Levando-o para morar consigo. Oficializando a união através do matrimônio. Dias simples e calmos ao lado de seu ômega. Noites tórridas de paixão. Sonhava com Jungkook gravidinho de um filhotinho que ambos fariam com muito amor. Sorria sozinho naquele cubículo frio e escuro.
Podiam até tirar sua liberdade, porém nunca poderiam reprimir os sonhos que habitavam em seu coração e que eram fruto de sua relação com um ômega zeloso. Um ômega lindo que restaurou em sua vida essa capacidade de sonhar, que trouxe seu cheirinho doce carregado de carinho e cuidados, alojando-se em seu coração como um inquilino permanente.
Os dias se arrastaram, mas felizmente chegou o momento de sua saída. Quando saiu daquele local, seus olhos sofreram com a luz do dia. Taehyung ficou uma semana e dois dias na solitária. Foi liberado na tarde de quinta-feira. Chegou em sua cela e não havia ninguém ainda. Todos estavam nas oficinas de trabalho. Mexeu no seu nicho e viu que Jimin havia colocado a foto de Jungkook de volta. Notou uma nova carta em meio às que já conhecia e às quais praticamente havia decorado. Seu coração acelerou ao ver a caligrafia de seu ômega.
Levou-a para sua cama. Deitou-se na sua beliche e abriu a carta.
“Oi, meu amor!
Como você está? Fiquei tão triste por não te ver no sábado, meu coração se apertou quando o MinMin me disse que você estava na solitária. Estou preocupado, muito mesmo, hyung!
Não sei o que houve de fato e meu irmão parecia também incerto do ocorrido, sei que há uma boa explicação, eu confio em você e me preocupo demais contigo, meu alfa.
Mamãe também ficou bastante preocupada, tentamos contato com a administração do presídio para obtermos informações, mas eles não nos deram nenhuma satisfação.
Estou preocupado se você tem se alimentado direitinho, se tem dormido, se te fizeram algum mal.
Por favor, fique bem e não cometa mais nenhuma loucura que o leve de volta à este lugar. Eu te peço encarecidamente. Quero te ver o mais seguro possível, ainda que este ambiente seja difícil e instável.
Estou louco de saudades de você, de estar em seus braços, sentir seu corpo no meu, olhar nos seus olhos lindos. Te beijar. Só de pensar sinto uma dor no meu peito.
Estou enviando essa carta logo na segunda-feira, espero que até sábado você já tenha saído. Estarei na visita para te ver, meu amor.
Cuide-se direitinho e não se meta mais em encrencas ou você vai se ver com seu ômega. Sou doce como marshmallow, mas também sei ser azedinho quando preciso... Rsrsrs
É brincadeirinha, meu alfa, eu quero apenas que você esteja bem e volte logo pra mim.
Eu amo você!
(acho que eu deveria dizer isso pessoalmente, mas esse sentimento tem transbordado em meu coração e não deu para evitar)
Beijos, meu amor.
Seu ômega,
Jungkook”
As lágrimas já embaçavam as vistas de Taehyung. O coração quentinho com aquela cartinha recheada de amor e preocupação. A alegria de ler aquelas três palavrinhas que enchiam seu peito de calor. Para ele também vinha sendo impossível ignorar aquele sentimento que explodiu após ter o ômega em seus braços, após a conexão entre os corpos, as almas e os corações.
Taehyung também estava amando Jungkook. Era mais forte do que ele. Incompreensível, incontido e inevitável.
Quando Jimin voltou da oficina de marcenaria, abraçou Taehyung efusivamente. Estava com saudades e preocupado com o melhor amigo. Taehyung explicou com detalhes o ocorrido com Suk e Jimin ficou furioso, queria ele também ter dado uma boa surra naquele filho da puta.
A administração ainda não havia remanejado nenhum detento para a cela dos alfas lúpus, provavelmente só fariam isso após a alta de Suk, a qual ainda não sabiam a previsão.
Jimin notou que Tae havia emagrecido um pouco nos dias de solitária e por isso forçou o alfa a jantar naquela noite e se alimentar melhor no dia seguinte, mesmo que o amigo às vezes não sentisse muita fome. Às vezes desejando até mesmo pular refeições.
– Se meu pirralho te ver mais magrinho vai ficar preocupado e puxar sua orelha se souber que anda recusando comida. Tô falando, cara! Escuta seu amigo aqui. – Falava Jimin para Tae que revirava os olhos, mas acabava acatando o seu pedido.
A sexta-feira passou rápido e logo o sábado chegou. Mal Taehyung entrou no pátio para dirigir-se ao banco onde a Sra Park-Jeon e Jungkook aguardavam e seu corpo foi agarrado pelo seu ômega em um abraço extremamente carinhoso e carente. Ele havia se antecipado no caminho que Tae faria para chegar até eles.
Taehyung abraçou-o com ardor. Seus braços fortes envolvendo aquela cintura fininha. Seu nariz afundando no pescoço cheiroso. Fechava os olhos e se deleitava naquela sensação. Sentia Jungkook agarradinho à si. O calor do corpo bonito emanando e envolvendo o seu.
– Eu quase morri de saudades, alfa. – Jungkook falou baixinho no ouvido de Tae, arrepiando-o todo. – Você tá mais magrinho! Se alimentou mal? Te machucaram? O que aconteceu, Tae?
Taehyung afastou-se minimamente do pescoço, apenas para olhar aqueles orbes de mel. Sorriu para ele. Beijou a boca dando-lhe um selinho. Depois encostou as testas e fechou os olhos.
–Eu também amo você, mio ômega!
A declaração quebrou Jungkook completamente. Ele também mantinha os olhinhos fechados e sentia uma lágrima teimosa escapar por um dos olhos.
Taehyung abriu os seus e viu-a deslizando no rostinho bonito do seu namorado. Elevou uma das mãos e limpou-a.
– Eu estava morrendo de saudades de você, Kook. Ti voglio bene!* (*eu amo você!)
Deram mais um selinho e de mãos dadas seguiram até o banco onde estavam a sua sogra, Sra. Park-Jeon, Yoongi, em uma de suas incríveis aparições e a presença mais incrível de todas, seu irmão Kim Bogum. Taehyung franziu o cenho quando o viu.
Jimin já estava abraçado ao seu ômega. Tae não era o único com saudade de seu par.
Assim que chegou, Tae cumprimentou Yoongi. Recebeu um abraço caloroso da sogra e quando o irmão sorriu para si ambos se uniram em outro abraço.
– Eu tava com saudades de você, moleque! – Bogum disse.
– E eu de você, hyung! Como tá todo mundo? Seu esposo, o filhote? O pai e a mãe estão bem?
Permaneciam naquele abraço enquanto falavam.
– Minjae e Minho estão bem. Te mandaram beijos e abraços. Agora o pai e a mãe...
Os dois se afastaram e olharam-se profundamente.
– O que houve, hyung? – Tae já continha uma aflição em sua voz.
Então Bogum respondeu:
– As notícias não são as melhores.
Taehyung sentiu seu chão desabar com aquela frase.
Todos em volta estavam aflitos e acompanhavam aquele momento.
Até a próxima! 😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas para um detento
FanfictionTaehyung encontra-se em um presídio para alfas na Coréia. Ele e seu amigo Jimin foram presos após participarem de um esquema de tráfico de drogas. A vida não é fácil lá dentro. Sobreviver a cada dia de detenção é uma vitória. Em meio ao cinza daquel...