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Manuela se viu presa em uma atmosfera eletrizante, o som da multidão ao seu redor era ensurdecedor, e as luzes do estádio piscavam freneticamente. No centro da quadra, Rosamaria a encarava com intensidade, seus olhos fixos nos dela como se fossem a única coisa que importava no mundo. De repente, Rosa atravessou a quadra em direção a Manuela, ignorando sua equipe e todos os outros, até que, com um gesto, a puxou pela mão e a trouxe para perto de si.

O coração de Manuela batia acelerado enquanto Rosa, que sem hesitar, se inclinou e sussurrou em seu ouvido: “Eu não consigo parar de pensar em você.”

Antes que Manuela pudesse pensar, sentiu os lábios de Rosa roçarem os seus, um toque suave, mas carregado de desejo. A eletricidade no ar era quase palpável, e tudo ao redor delas desapareceu em um estralo.

Mas, então a cena se desfez. Manuela acordou de repente, ofegante, no quarto escuro do hotel. O coração ainda martelava no peito, e ela demorou alguns segundos para perceber que tudo não passava de um sonho. Um sonho tão real que a deixou completamente sem palavras.


[...]


Manuela ainda estava tentando se recuperar do sonho intenso que teve na noite anterior que ela não conseguia tirar da cabeça, afinal quem iria conseguir de um sonho desse tipo tão rapidamente? Enquanto tentava se recompor, o sol já iluminava as ruas, e ela sabia que o dia estava apenas começando.

Ela e Nicolas decidiram passar a manhã nas proximidades do hotel, explorando os arredores com mais calma. As ruas charmosas de Paris eram uma mistura de boutiques, cafés aconchegantes e turistas animados. Eles pararam em uma pequena confeitaria, onde o aroma de croissants frescos e café recém-passado os envolveu. Manuela pegou um croissant quentinho, enquanto Nicolas se deliciava com um éclair de chocolate. A conversa entre os dois era leve, para ela Nicolas era definitivamente a sua pessoa, como com Christina Yang e Meredith Grey de Grey’s Anatomy, eles sempre estiveram juntos, mesmo com a mãe da menina sempre achando que os dois namoravam, mal sabia a mais velha que Nick tinha agonia só de pensar nessa possibilidade.

Depois de algumas horas andando e aproveitando a manhã, voltaram ao hotel para tomar um banho e se preparar para o próximo evento: o jogo do Brasil contra o Japão. Era o último jogo dos grupos e depois daquele jogo iria começar o famoso “mata-mata”, mas um jogo contra o Japão era sempre um desafio, elas trocavam toda hora a técnica e consequentemente a estratégia e com isso complicava um pouco para o lado brasileiro.

No quarto, enquanto Manuela secava o cabelo, e deixou a roupa que havia escolhido em cima da cama, Nicolas, ainda estava de roupão e deitou na cama com uma expressão maliciosa. Ele virou a cabeça em direção a Manuela, que estava ocupada em frente ao espelho, e perguntou, com uma sobrancelha levantada.

"Você teve algum pesadelo essa noite, Manu?"

Manuela parou o que estava fazendo e olhou para ele pelo espelho, surpresa pela pergunta. "Por que você tá perguntando isso, Nick?

Ele deu um meio sorriso e respondeu: "Porque você estava se mexendo muito enquanto dormia. Parecia até que estava tendo um daqueles sonhos mais calientes, sabe?"
Manuela sentiu o rosto esquentar ligeiramente ao se lembrar do sonho, mas tentou disfarçar. "Ah, não foi nada. Só uma coisa boba mesmo."

Nicolas se sentou na cama, com um ar brincalhão. "Boba? Se você diz... Mas se precisar de alguém para exorcizar os pesadelos, estou à disposição! Não melhor não"
Manuela riu, tentando afastar os pensamentos sobre o sonho. "Vou lembrar disso, exorcista de pesadelos."
Enquanto eles continuavam a se arrumar, o clima entre eles era descontraído, mas Manuela não conseguia parar de pensar na intensidade do sonho. A imagem de Rosamaria ainda estava fresca em sua mente, ainda estava sentindo os lábios da mesma e ela não sabia o que pensar sobre isso.

Entre as linhas do OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora