Entre as linhas do Ouro

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O ambiente do trem estava abafado, a estação parcialmente vazia, com apenas alguns passageiros esperando nos bancos de metal. Manuela, nervosa, olhava ao redor, procurando pela figura que estava ansiosa para encontrar. Ela ajustou a alça da sua bolsa, sentindo o coração bater mais rápido a cada segundo que passava.

De repente, ela a viu. Rosamaria caminhava em sua direção, com a postura confiante que parecia ser sua marca registrada. Usava um boné preto de aba curva que escondia parte do seu rosto, mas não o suficiente para disfarçar a atraente intensidade de seu olhar. Óculos arredondados cobriam seus olhos, dando-lhe um ar enigmático e um pouco rebelde. O cabelo solto caía por baixo do boné, emoldurando seu rosto de forma natural e um tanto despretensiosa.

Rosamaria estava vestida com uma jaqueta de couro preta, aberta, revelando uma camiseta branca justa por baixo, que destacava seus músculos tonificados. Calças jeans escuras, rasgadas nos joelhos, completavam o look, junto com botas pretas de couro que faziam ecoar o som de seus passos pelo chão da estação. Ela parecia saída de um filme, a personificação da “bad girl” que parecia sempre saber exatamente o que queria.

Quando seus olhos se encontraram, Manuela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Rosamaria esboçou um sorriso de canto, uma mistura de diversão e interesse, como se estivesse saboreando cada segundo daquela interação.

[...]

Algumas horas antes...

Manuela estava deitada na cama do hotel, havia acordado a pouco, mas sem nenhum sinal de sono em seu rosto, tudo isso devido ao convite que recebeu na madrugada. A adrenalina e a expectativa a mantinham desperta, mesmo depois de uma noite agitada.

O celular que estava em seu colo vibrou e Manuela rapidamente o pegou, seu coração disparando ao ver a notificação de uma nova mensagem.

Rosamaria:
Bom dia, dormiu bem? Estava pensando... Quero te levar a um lugar, é um pouco longe, mas juro que lave a pena. Te encontro na estação de trem perto do seu hotel, às 18h?

Manuela:
Oi, Rosa! Dormi sim, quer dizer mais ou menos e adorei a ideia. Te vejo às 18h!

Rosamaria respondeu rapidamente com um simples: Até lá e Manuela soltou o ar que nem tinha percebido estar segurando.

Ela passou o resto do dia com Nicolas, tentando não deixar transparecer que iria sair com Rosa a noite e a tensão que sentia. Apesar das brincadeiras habituais de Nicolas, que adorava tirar sarro dela, Manuela estava distraída, seus pensamentos sempre voltando ao encontro que teria mais tarde.

[...]

De volta ao metrô...

“Então, você veio,” Rosamaria disse em um tom baixo e rouco, chegando mais perto de Manuela e a abraçando. Sua voz parecia ainda mais hipnotizante no espaço cavernoso da estação vazia.

"vim sim, pensou que iria te dar um bolo?" perguntou depois que se afastaram. Rosamaria continuou com a mão em sua cintura, e, enquanto se afastavam, a mão de Rosamaria ainda parecia quase se recusar a se soltar, parecia quase possessivo. O rosto de Manuela ficou imediatamente vermelho, e ela abaixou o olhar, tentando esconder o rubor.

Rosamaria manteve a mão na cintura de Manuela, seus dedos se ajustando de forma quase possessiva, como se quisesse garantir que Manuela não se afastasse. A proximidade era palpável e os olhares que trocavam carregavam um desejo silencioso.

“Eu confesso que estava um pouco preocupada,” Rosamaria sussurrou, seu olhar fixo em Manuela com um brilho travesso. “Você parece tão... reservada às vezes. Mas estou adorando ver você aqui., está pronta para a aventura?” Rosamaria perguntou, seu olhar fixo em Manuela com um brilho travesso. “Ou devo te preparar para algo ainda mais excitante?”