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10. Divisão do Quarto

Hwang Hyunjin

— Só deixar tudo dentro do quarto e ir, preciso conversar com o Felix. — Falei para Changbin enquanto empurrava a porta do meu novo quarto. 

Quase deixei a caixa em minhas mãos cair no chão ao vê-lo com uma trena, parecendo medir o chão do quarto. Ele estava agachado, concentrado na tarefa, seu traseiro virado para a porta.

Felix marcava o chão com um lápis grafite, os olhos semicerrados enquanto media com precisão.

Desviei meu olhar para Changbin, que assistia à cena com uma sobrancelha arqueada e apoiei a caixa no chão, tentando entender o que estava acontecendo.

Felix tirou uma fita vermelha do bolso e começou a desenrolá-la. Colocou a ponta na mesinha de cabeceira e a esticou até o chão, claramente dividindo o espaço do quarto.

— Você está dividindo o quarto ou eu estou maluco? — Perguntei, ainda incrédulo, observando-o se esforçar para colar a fita reta no chão. Ele continuava aproximando o traseiro cada vez mais de onde estávamos, focado em sua missão absurda.

— Você já é um maluco que me tira do sério. Estou arrependidíssimo de ter pedido sua ajuda. Você é bem esquisito, estou garantindo que não vai me perturbar no meu lado do quarto. — Felix respondeu sem parar de fazer o que estava fazendo, a voz cheia de determinação.

Sua bunda parou a centímetros de mim, e ele tentou me chutar para que eu saísse do seu caminho, dando um quase coice para trás.

— Vai me dar uma bundada se eu não sair? — Arqueei uma sobrancelha, achando o empenho dele quase divertido.

— Seria seu sonho, não é? — Murmurou de forma ácida, me fazendo sorrir, divertido, na direção de Changbin, que parecia surpreso com a resposta afiada.

— Entendeu agora? — Apontei para a bunda de Felix e Changbin assentiu devagar, ainda processando a situação inusitada.

Felix então se levantou, dando de cara com Changbin ao meu lado, o que fez suas bochechas ganharem cor rapidamente. A reação dele era sempre tão adorável quanto previsível.

— Oi! — Murmurou sem graça antes de me lançar um olhar fulminante. — Eu não sabia que estava com ele.

— Deveria marcar a parede também; ele gosta de colar as notas vermelhas. — Changbin comentou, ainda com uma expressão assustada. — Pelo menos vocês não se dão bem. Isso é bom. Espalhem pelo campus. — Ele murmurou e saiu do quarto, deixando a caixa no chão ao lado da que eu havia carregado.

Ficamos encarando a porta por alguns segundos antes de voltarmos a nos olhar. — Olha, docinho, colar uma fita vermelha no chão não vai me fazer seguir suas regras, hum? Que palhaçada é essa?

— Era para você me ajudar, mas acabou me atrapalhando. Não para de me dar apelidinhos chatos, criticar meus cupcakes, minhas atitudes, me chamar de lerdo e de outros adjetivos feios. Tudo que sabe fazer é reclamar e ser um esquisitão. — Fez bico e cruzou os braços, claramente irritado. — Agradeço a ajuda e vou continuar fazendo os cupcakes, mas agora cada um segue seu próprio caminho. Não consigo mais fingir que estamos namorando; vou lidar com a minha frustração sozinho e superar Bang Chan.

Eu ri suavemente, apreciando seu drama. — Agora você me surpreendeu positivamente. Que bom que levou um choque de realidade. De nada, docinho. — Sorri falso, sabendo que o deixaria contrariado. — Está tudo bem. Quer dividir o quarto com essa fita? Faça como quiser, mas eu também quero colocar algumas regras. Vamos conversar. — Apontei para uma das camas, indicando que ele se sentasse.

— Regras? Eu não vou seguir suas regras. Apenas não quebre a regra única de não cruzar meu caminho; farei o mesmo por você. — Ele apontou para a fita no chão com determinação. — Eu sei que pareceu que eu queria te beijar, mas isso não é verdade. Você pareceu bem convencido desse pensamento, e estou dividindo o quarto em dois para deixar claro que foram apenas negócios e que chegaram ao fim. Já pode parar de ficar me provocando.

Eu me aproximei mais, reduzindo a distância entre nós. — Se pensou nisso é porque está preocupado, e se está preocupado é porque realmente queria me beijar. Você é muito previsível, docinho, muito fácil de se ler.

Felix bufou, cruzando os braços. — Você fez aquilo de novo! Pode parar com isso! Você não me conhece, e eu não te conheço! Eu estava muito doido em te pedir ajuda, você tem toda a razão. Eu já aprendi minha lição, ainda mais agora que Bang Chan está dividindo o quarto com Seungmin. Game over para mim, game over para você. Game over, entendeu? Jogo acabado! — Cruzou os braços em um X na frente do peito. — Vou cumprir minha promessa e seguir em frente. Estamos bem? De acordo? — Estendeu a mão em minha direção, de uma forma adorável, e eu abri um sorrisinho.

Em um movimento rápido, o puxei pela mão, fazendo seu corpo colidir com o meu, nossos rostos ficando perigosamente próximos.

— Ainda acho que está nervoso porque quer me beijar. Se eu tivesse ficado mais tempo com o meu rosto perto do seu naquela quadra, teria me beijado, não teria? — Sorri malicioso quando suas bochechas se tornaram vermelhas e ele arregalou os olhos.

Felix me empurrou com força, se desvencilhando, e eu não consegui evitar uma risada.

As reações exageradas dele eram sempre cômicas e adoráveis. Eu não conseguia controlar minha vontade de provocá-lo para arrancar mais dessas reações.

Observei-o coçar a ponta do nariz com o indicador, um gesto que eu havia notado antes, mas agora entendia que era um sinal de nervosismo.

— Pode parar! Por que tem que ser tão convencido e irritante? Não torne nossa convivência difícil. Eu sou muito legal, mas posso ser muito ruim também. — Cruzou os braços e fez um biquinho com os lábios. — Para quem não fala com ninguém e não se aproxima, está muito confortável em fazer tudo isso comigo.

...

Heey!

Capítulo curto para quebra de tempo :)

Quero muito saber o que estão achando ❤🧁 Essa foi a fagulha...

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