Instinto de proteção

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POV: Lalana

O cemitério parecia ainda mais sombrio à luz do dia. Eu havia decidido voltar lá para investigar o que Nittaya estava fazendo na noite anterior, determinada a encontrar alguma pista. Caminhei entre as lápides, tentando reconhecer o local onde a vi parada, mas tudo parecia igual. Frustração crescia em meu peito enquanto percebia que não conseguia identificar exatamente qual era a lápide que ela havia visitado. A distância que mantive para não ser descoberta agora me custava caro. Sem novas informações, eu saí do cemitério me sentindo derrotada.

De volta à mansão, a sensação de frustração se transformou em uma necessidade desesperada de esquecer tudo isso, pelo menos por uma noite. Decidi que precisava sair, me divertir, sentir algo que não fosse essa constante pressão e incerteza. Esperei a noite cair porque não estava nem um pouco afim de esbarrar com meu pai ou com Nittaya no caminho até a porta.

Horas depois, recebo uma mensagem de Ploy, ela já estava esperando por mim em um bar que conhecemos bem, um lugar onde eu posso me perder entre as luzes e a música alta.

Já era tarde da noite quando comecei a me arrumar. Escolhi uma mini saia e uma blusa cropped, algo que certamente faria minha presença ser notada. Acreditava que Yut e Nittaya já estavam dormindo. Mas, no fundo, eu não tinha certeza. Afinal, Nittaya sempre parecia estar um passo à minha frente.

Quando saio do meu quarto, pronta para encontrar Ploy, sou surpreendida por uma cena que não esperava. Nittaya está parada em silêncio no mezanino que dá para as escadas, escondida observando enquanto meu pai, Yut, conversa com alguém lá embaixo, na sala de estar.

Eu não reconheço a voz da outra pessoa, tampouco consigo distinguir o que eles falam, tudo que posso dizer com certeza é que se trata de um homem. Não que eu tenha tempo de prestar atenção, porque assim que Nittaya percebe a minha presença, ela cobre a minha boca, me agarra e me arrasta à força até o meu quarto. Me sinto como se estivesse sendo sequestrada. Não sei dizer se sua atitude me deixa possessa de ódio, ou completamente louca de tesão. Ouso dizer que uma perigosa mistura dos dois.

— Que porra é essa, Nittaya? O que você pensa que tá fazendo? — Pergunto completamente revoltada com a situação.

— Eu é que pergunto, aonde é que você pensa que vai vestida assim à essa hora?

— Encontrar a minha amiga, Ploy. — Respondo em um tom provocativo, na intenção de irritá-la.

— Eu não vou deixar você sair assim, pode trocar essa roupa. — Eu rio em tom de deboche.

— E o que é que você pensa que vai fazer pra me impedir?

Ela pensa por um segundo, sem saber como agir, até que vem em minha direção e começa a tirar minhas roupas à força. Eu tento resistir, mas ela é mais forte do que eu. Racionalmente, eu sei que o que ela está fazendo é inaceitável e errado em todos os níveis, mas sou traída pela forma como meu corpo reage.

Eu imediatamente sinto minha excitação molhar minha calcinha e meu corpo inteiro vibrar de tesão com as mãos de Nittaya arrancando minhas roupas agressivamente. A vontade que sinto é de tomar seus lábios em um beijo ardente e puxá-la para a minha cama. Durante toda essa interação, nós duas nos impedimos de fazer barulho, para não chamar a atenção do meu pai. Me pergunto porque eu não quero chamar a atenção dele, eu deveria querer usar essa situação para desmascarar Nittaya, mas tomo a decisão consciente de não fazer barulho.

— Agora você não tem escolha. — Ela diz.

Quando enfim estou apenas de calcinha e sutiã, Nittaya recolhe minha saia e minha blusa em suas mãos e sai do quarto. Meu olhar pra ela enquanto ela sai é de puro ódio. Mas não porque ela teve a audácia de me despir dessa forma, não pelo ato extremamente abusivo que ela acabou de cometer, mas porque ela não deve a pachorra de me comer depois de ter feito o que fez.

A Noiva do Meu PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora