Clara
Graças a Deus terminei meu trabalho por hoje.
Wé...espera aí!
Meu nome é Ana Clara Alves, tenho 23 anos, não conheço minhas
origens nem sei quem são meus pais.
Fui criada num orfanato de freiras. Quando perguntava às freiras
se elas ao menos sabiam quem foi o abençoado que me abandonou ali,
elas não tinham resposta para tal. Desde pequena perguntei por meus pais até que completei quinze anos, desde então nunca mais quis saber quem são eles.Durante o tempo que morei com as freiras, aprendi a não guardar
mágoa, a perdoar as pessoas que de uma forma directa ou indirectamente
me machucaram. E mesmo não conhecendo meus pais os perdoei, mesmo sem saber os motivos para tal ato. E na verdade não quero saber.
Minha única família é a minha amiga Tânia. Ela chegou no orfanato dois anos depois de mim, e nos tornamos inseparáveis. Apesar da nossa diferença de comportamento — Tânia é mais extrovertida e eu
mais reservada — sempre nos demos bem. A educação que recebi contribuiu para meu comportamento certinho.Quando Tânia fez 18 anos, ela saiu do orfanato deixando-me dois
anos sozinha. Ela sempre me visitava, mas não era a mesma coisa. Chorei
muito com sua partida. Mas depois de dois anos eu também saí e consegui me inscrever na faculdade em que ela estava. Com o passar do tempo, consegui um emprego em uma lanchonete perto da faculdade.O tempo passou e comecei a ajudar a Tânia com o pagamento do
apartamento que morávamos. Ela tem sido como uma irmã mais velha
para mim.Ela se formou e logo conseguiu um emprego de secretária do
CEO em uma das melhores empresas de publicidade do Brasil, a agência
Muller.
Depois de dois anos eu me formei em fotografia e hoje trabalho na Alcy Mídia, uma agência africana de fotografia. Estou trabalhando
aqui desde Janeiro. Embora eu goste do meu trabalho, às vezes me sinto
explorada. Sério...eu amo fotografar, mas ...o meu chefe abusa do meu
talento, o que faz que eu queira fugir daqui. Como por exemplo hoje, é
um desses dias que eu gostaria de sair cedo, mas o Tomás, meu chefe me
encheu de trabalho que está me deixando louca.
Finalmente termina meu expediente, arrumo minha mesa, pego
minha bolsa e saio sem olhar para trás antes do meu querido e adorável
chefe me chame.
— Clara — Ah não! Paro irritada— Senhor Gonçalves — digo me virando para encara-lo. Tomás
Gonçalves é um chefe que eu não desejo para ninguém, ele é um chato,
mal-humorado, todas as coisas ruins. Apesar de ele ser lindo, musculoso,
não me agrada nem um pouco.
— Você já terminou o seu trabalho?— Perguntou chegando perto.
A agência está vazia e não gosto como ele me olha.Juro por Deus se eu não precisasse tanto desse trabalho eu me demitiria sem remorsos, mas eu preciso desse emprego para comprar um apartamento, meu apartamento.
Cansei de morar com a Tânia. Quer dizer, não que eu esteja cansada, mas
é que ela vive de um lado para o outro com aquele namoradinho
lindíssimo dela.
— Sim, chefe terminei — digo.
— E para onde você vai?— perguntou ele.
Reviro os olhos
— Já que perdi uma sexta-feira maravilhosa com minha amiga, no
bar, vou para casa— digo num tom irônico. Eu nem bebo, mas digo
porque sei lá.
Ele acena que sim com a cabeça.
— Te levo para casa— se oferece.
— Não sei se o senhor sabe, mas eu tenho um carro— digo
levando as chaves do carro para o seu rosto — então... o senhor não
precisa...
— Só queria ser gentil— fala sorrindo de lado, ele é lindo, mas
também é muito, muito, muitíssimo mulherengo e eu não gosto de
homens dessa espécie.
— Seria bom que o senhor usasse essa gentileza na hora de me
encher de trabalho — digo e ele gargalha. Você deve estar se perguntando se eu não tenho medo de perder meu emprego? É claro que tenho, mas não aceito ser explorada. Isso é um abuso de poder.
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O amor em tentação ( O Homem errado 1)
Spiritual#Degustação# O livro estará disponível aqui para degustação. A história completa estará disponível no Amazon e Kindle unlimited Impossível vencer o pecado quando se quer viver ele. Impossível vencer o pecado quando se senta e aprecia o quão lindo e...