Capítulo 2

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Clara

Já é terça-feira e eu já estou cansada de aturar meu chefe.

A hora do almoço chegou e eu ainda estava lotada de fotos para editar. Além de ser fotógrafa, sou designer da empresa. Adoro o que faço, por isso algumas vezes prefiro ficar aqui trabalhando até tarde. Não porque meu chefe fica enchendo-me de trabalho, mas sim, porque de uma
certa forma, isso me deixa feliz.

Trabalho... trabalho... trabalho.

Enfim, chegou o fim do expediente. Organizo tudo e saio com a Carolina, minha colega e quase amiga. Eu e ela entramos aqui juntas e desde então estamos sempre juntas.

Num desses dias, a Carolina me convidou para participar da aula
de dança na academia de dança da sua mãe, e eu aceitei.

Já faz quase dois meses que estou aprendendo a dançar. Ninguém sabe disso além de mim e da Carol. Então, praticamente todas as terças e quintas-feiras, nós vamos para lá nos exercitar um pouco.

Inicialmente, a ideia de dançar me deixava constrangida, mas hoje
vejo como uma forma de exercício saudável. Porém, não dançaria para
qualquer um.

— Vamos chegar atrasadas — digo para Carolina, que corre para
entrar no seu carro.

— Corrida? — Pergunta e eu rio. Ela é fotógrafa assim como eu,
mas adora participar de corridas clandestinas que esses homens ricos
organizam.

— Nem pensar — digo.

— Ah... Qual é? Vamos — diz.

— Ok — digo, acelerando o carro e saindo do estacionamento.

♪♣♪


Chegamos à academia e fomos direto para a aula.

— Muito bem, meninas, a aula terminou — dona Marta, mãe da
Carolina, diz batendo palmas, e todos fazem o mesmo. Marta é uma
senhora muito bonita e uma ótima dançarina. Gosto dela e da filha dela.

— Eu sei que ainda não me encontrei, mas a senhora não pode
dizer "meninas" — Miguel diz, e todos riem. Miguel é um amigo que
conheci aqui através da Lina, e nós nos damos muito bem.

— Está bem, Miguel. Meninos e meninas, por hoje é tudo — diz
Marta se despedindo. Ela tem um corpo de dar inveja, nem parece uma
senhora de quarenta anos. Quando eu crescer, quero ser assim como ela,
penso rindo.

— Te vejo em casa, mãe — Carolina diz, e Marta acena dando um
beijo nela.

— O que vocês acham da dança do ventre? — Miguel pergunta
quando estamos nós três.

— Hum... Uma boa... uh... Aí não sei — Lina diz, indecisa.

— Eu acho uma excelente opção, e já estava pensando em fazer
aulas dessa dança — digo a verdade. Já faz tempo que estou pensando em
fazer aulas dessa dança. Gosto de ver como as mulheres fazem tremer
suas barrigas, quadris, braços, o corpo inteiro.

— Perfeito...dois contra um — Miguel diz, e Lina revira os olhos.

— Nem...

— Por favor, por favor, por favor... — Eu e Miguel suplicamos com as mãos juntas. Ela nos olha incrédula, mas depois lança um sorriso de aceitação.

O amor em tentação ( O Homem errado 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora