Prólogo

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               Eu tinha quatorze anos quando o vi pela primeira vez, a ventania fez com que seus cabelos voassem de uma forma engraçada, deixando os fios escuros desajeitados

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       Eu tinha quatorze anos quando o vi pela primeira vez, a ventania fez com que seus cabelos voassem de uma forma engraçada, deixando os fios escuros desajeitados. Eu não sabia ao certo o que eu sentia, não sabia o que era o amor, mas sabia claramente quando algo roubava minha atenção. Aquele garoto conseguiu fazer com que meu coração batesse em um ritmo que eu nem sabia que ele era capaz.

Dentro do carro ajeitei meu vestidinho branco com detalhes rose, mamãe estava ao lado do meu pai que sorria de forma animada. Pelo que eu havia entendido, nossos pais sempre foram próximos e após tanto tempo afastados finalmente iriam se reencontrar e acharam que seria uma boa ideia que seus filhos pudessem se conhecer já que a diferença de idade não era tão grande assim.

Mas não apresentaram. Não tiveram tempo. Pois naquele dia enquanto eu o observava à distância, somente esperando o momento exato para dizer “olá, eu sou a Nathaly!”, seu pai puxou desesperadamente seu braço forçando-o a entrar dentro do veículo branco.

Eu nunca pude dizer meu nome a ele, também nunca pude saber o seu. Papai nunca me disse, todas as vezes que eu perguntava qual era o nome do amiguinho que eu não pude conhecer, ele mudava de assunto e dizia que eu não precisava saber. Mamãe dizia que ele fazia aquilo para que eu não falasse besteira caso ocorresse aquele jantar novamente.

Meus pais sempre deixaram claro que isso poderia acontecer, aquele dia somente não ocorreu como o planejado devido uma emergência do senhor Walker. Anos depois eu descobri que essa mesma emergência, cujo nunca me especificaram o que de fato o que fora, trouxe a tona o acidente de seu único filho.

Apollo. Esse era o seu nome, descobri com dezessete anos, mas nunca pude dizer o meu a ele. Quando tive a chance de reencontrar o menino cujo se fazia presente em meus sonhos por anos, ele já não estava mais lá. A única coisa que eu tive para me contentar foram suas fotos que encontrei na sala de sua casa, durante um jantar. Em duas delas ele sorria amigavelmente com sua família e um cachorro peludo, era um Golden Retriever. Nas dele sozinho, seu semblante sempre estava fechado, da mesma maneira que o vi na primeira vez.

Mas não era do tipo raivoso, era um fechado brincalhão, mesmo pelas fotografias era notório o brilho em seus olhos e admiração por seus pais. Não quis ser uma pré adolescente intrometida e perguntar sobre ele. Depois daquele dia, eu desisti de saber o que era que fazia meu coração palpitar de maneira exagerada, talvez ele tivesse morrido e eu de fato nunca poderia dizer meu nome a ele, nunca poderia saber o seu sabor favorito de sorvete, banda favorita ou o som da sua voz.

Eu não sabia o porque aquela garotinha de quatorze anos esperava tanto por alguém que tinha visto uma única vez, mas sabia que aos dezessete, ela ainda se sentia triste por não saber quem era o rapaz e o que ele causava em si. Sete anos depois, fui capaz de desenvolver maturidade o suficiente para compreender que eu não poderia esperar por alguém que nunca fez parte do meu mundo, tudo não passou de uma fantasia que a pequena eu havia criado em sua mente. Todavia, me tornei sensata o suficiente para ser sincera e dizer que ele foi o único que fez eu me sentir de tal maneira, mas que talvez, eu nunca saiba o porquê.

As linhas do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora