Carta anônima

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Ps: Marlboro Nights foi a música que me inspirou a escrever essa fic em um surto de insônia

Boa leitura e, por favor, não esqueçam de votar! ^^

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O barulho que o skate fazia no asfalto era já conhecido por muitos; os trajes despojados e sempre arranhados em algum local também. Max percorria o caminho para a faculdade com seus fones inseparáveis, nos quais já se ouviam ruídos altos de um ritmo animado de longe. Era segunda-feira, e a algumas horas atrás estava voltando da casa de campo do seu pai.

      Max diminuiu a velocidade de seu skate até estagnar em frente aos portões grandes do lugar cheio de adolescentes tão despojados quanto si.

— Coé, Max!  — Uma voz gritou no meio da multidão.

      Era Bobby, Goof o avistou e não perdeu tempo em ir em direção aos seus dois melhores amigos, os quais acenavam. O recém chegado foi recebido com toquinhos de mãos.

— Fala aí, meu parceiro. Estudou pra prova? — O jovem de óculos escuros questionou, encostado no tronco de uma árvore velha.

— Prova...? — Max segurou seu objeto de maior valor embaixo da axila com um olhar confuso, e segundos depois se desesperou. — Puta merda, a prova!

   PJ, o qual estava confortavelmente sentado em um banco de madeira sendo protegido do sol, teve seus ombros largos balançados bruscamente. Max retirou seus materiais de dentro da mochila, consternado ao procurar por algum milagre que pudesse tirá-lo daquela fria.

— Fica tranquilo, irmão. A gente também esqueceu. — Bobby disse, dando de ombros e despreocupado.

     O Goof, no entanto, continuou aflito.

— Maaaxie

     O citado sentiu os pelos da nuca se arrepiarem com a voz melódica atrás de si, não precisou checar para saber quem era.

     Bobby e PJ observaram o garoto charmoso, que praticamente desfilava entre as pessoas. Passaram a se acostumar com aquela situação diária após muitas provocações, então esperaram o desenrolar que sabiam que viria.

— Não enche, Bradley. Sério. — O moreno disse entredentes, cruzando os braços e olhando raivoso para seu quase inimigo.

— Que foi, bebêzão? Seu pai não esquentou direito seu mingau hoje? — Ele disse, com aquele ar cheio de arrogância.

     Alguns alunos que moviam-se ao redor deles riram da fala de Brad, e Max a cada segundo perdia mais e mais a paciência. O mais velho era alguns centímetros maior que o outro, mas isso não impediu que Max se aproximasse, rangendo os dentes.

— Não enche. — Goof repetiu em um tom baixo. Brad sentiu seu sorriso vacilar sutilmente ao perceber a faísca de raiva sincera que atravessava a feição do menor.

     Brad manteve a pose de superioridade, mas analisava cuidadosamente cada traço do outro diante de si. Max não percebeu, cego pelo enfurecimento, que estavam próximos demais para duas pessoas que discutiam.

— O que aconteceu, novato? — O de olhos azuis perguntou, soando mais preocupado do que gostaria.

     Os amigos de Max se entreolharam surpresos, não esperavam por aquilo.

     A verdade é que Bradley adora implicar com o mais novo, e quando atiçava-o o suficiente para retribuir suas provocações era melhor ainda. Mas, ali naquele momento, presenciar a visível aura negativa vindo dele não o agradou, nenhum pouco.

Seu Quase InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora