Mean Girls

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     Eram exaustivos os dias que Brad queria distância de tudo e todos, o que passou a ocorrer constantemente após sua derrota vergonhosa naquele desafio estúpido a meses atrás; a popularidade que possuía decaiu e, por consequência disso, sua credibilidade também. Mas, com o tempo, fez com que a maioria das pessoas esquecessem daquilo.

Na faculdade, por exemplo, quando foi excluído dos Gammas, ficou vulnerável diante das pessoas que já tinham sido vítimas da sua maldade. Porém, com muito esforço, conseguiu restaurar a sua imagem pública novamente.

Garotas bonitas continuaram a se arrastarem em seu rastro, também voltou a ser convidado para grandes festas facultadas por playboys ricos e insossos, se tornou o aluno exemplar e, o melhor de tudo, retornou a ser o campeão na maior parte das competições sobre rodas.

Tudo entrou nos trilhos outra vez. Mas, do que adianta as coisas voltarem a ser do jeito que eram antes se Bradley havia mudado completamente? Não só em relação às atitudes, como também tinha reformado totalmente suas concepções durante o período em que corria atrás do prejuízo que ele mesmo causou.

Já não enxergava mais motivos para ofender pessoas que nunca o fizeram mal, diferentemente de como fazia antes, quando não se importava com nada e queria desesperadamente chamar a atenção do pai ao se meter em enrascadas. Atualmente, Bradley sente os resultados das suas ações pesarem em suas costas, como se estivesse sempre carregando uma bagagem cheia de tijolos.

E ainda assim, devido a sua obsessão nada saudável, ele não deixou de irritar Max. Claro, deixou de ser tão agressivo e preferiu trabalhar mais na insistência de manter os olhos de Max em si sempre que era possível.

Bradley estava segurando uma bandeja de metal, esperando a sua vez de se servir na fila, a qual parecia interminável, na frente do self service disposto no restaurante da universidade; poucas eram as vezes que almoçava no local, pois optava por ir na lanchonete da esquina. Entretanto, naquele dia o estabelecimento estava fechado, então teria que se contentar com aqueles alimentos de procedência duvidosa.

O mais velho colocou em seu prato de alumínio um punhado de arroz, dois pedaços de frango grelhado, rodelas de beterrabas cozidas e, para a sobremesa, pegou algumas tiras cortadas de melancia, — que era a única coisa que estava com uma aparência comível, em sua opinião.

Ele respirou fundo e mordeu os lábios, analisando o ambiente meio apreensível; todas as mesas estavam lotadas de grupos de todos os tipos mas, apesar de serem diversificados, sabia que não se encaixaria em nenhum deles.

Por que aquela lanchonete de merda tinha que fechar justo hoje? Brad pensou, grunhindo.

Estufou o peito e empinou o focinho, começando a andar com um objetivo claro em sua mente: Iria se sentar no chão do corredor, e não se envergonharia disso. Mas um chamado o impediu de segurar os puxadores das portas do lugar.

— Ow, Maioral!

Se virou ao não reconhecer a voz e encontrou um jovem gorducho acenando em sua direção. Identificou que era um dos amigos paspalhos de Max, — que foi alvo do seu bullying no passado—, só não esperava que ele estivesse sorrindo como se não guardasse nenhuma mágoa de si. Brad olhou ao redor discretamente para verificar se realmente estava falando com ele.

Decidiu se aproximar, com o cenho franzido em desconfiança. Na mesa que PJ estava tinham três bandejas, mas apenas duas pessoas estavam ali.

— Olá? — Brad saudou, retraído. Sua pose arrogante foi perdida em instantes; se aquele grandalhão quisesse se vingar de si pelas perseguições a hora era agora.

Seu Quase InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora