Capítulo 14 - Alívio

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Vejo o carro do Johnny sair do estacionamento e passar em velocidade na minha frente.

- Droga...  - Murmuro.

Respiro fundo e recebo uma ligação logo atendendo.

- Oi, Robby...

- Eae, vai vir pra cá?   - A voz soa e lancei um olhar sério para John que me fitava do outro lado da vitrine.

-   ... Pode me esperar.





- Pelo menos não apelou.   - Sorriu Robby apertando minha mão.

A casa dos Larussos até que... Não era tão humilde, né? Área de lazer, piscina, uma lareira, e um dojo bem ATRÁS da casa, e mais uma área que não sei o que tem.

- Laura, é um prazer tê-la aqui conosco.  - Se aproximou Daniel com um sorriso gentil -  Nossa, eu nem sei como cheguei no ponto de dar aula pra filha do Kresse! Essa será uma grande experiência, pode apostar.  - Riu divertido.

- Prometo não lhe dar problemas, senhor Larusso.

- Assim eu espero, Laura, assim eu espero.  - Sorriu calmo -  Bem, já tem alguma ideia do que poderá fazer aqui? Ou aprender?   - Caminhamos e Robby nos seguia.

- Aprender eu não sei... Mas eu queria muito me... Desestressar.  - Murmuro com um olhar cansado.

- Ah, isso é bom. Na verdade é ótimo! Me falar o que sente, ou o que quer... E eu já tenho um modo perfeito para você tirar sua raiva de dentro de si.  - Ele ficou meio empolgado e pegamos um caminho diferente, indo para uma área onde tinha vários carros antigos. Entretanto, o primeiro estava coberto com uma capa preta.

- Minha.. Nossa.

- É... São os meus garotos... Já volto!   - Saiu deixando eu e Robby à sós.

- Então... Você foi mesmo se encontrar com meu pai, não foi?  - Se virou pra mim.

- ... Eu tinha que contar, Robby... Mas pra sua informação, não deu muito certo.  - Suspirei.

- Ah, não? - Debochou e revirei os olhos.

- Por que John estava lá e estragou tudo.   - Digo de uma vez e ele apenas suspirou.

- Hum... Pelo visto alguns pais foram feitos pra isso mesmo... Estragar.   - Bufou e o fitei com pena.

- Sim...

- Cheguei!  - Daniel aparece entre um sorriso animado.

Nos viramos para ele, e esse tinha em mãos três cartelas de ovos.

- Pra quê os ovos, sensei?   - Robby perguntou e eu também estava curiosa.

- Para Laura se desestressar, é óbvio.  - Diz simples me entregando as cartelas.

- Como é?!

- É simples! Você irá jogar isso nos carros! 

- Mas...

- Sem mas! Enquanto você faz isso, o Robby vai treinar lá no dojo. Pode demorar o quanto quiser! - E os dois me deixaram sozinha.

Observei as cartelas, em minhas mãos, e observei os carros.

- Okay... Vamos lá.

E assim lancei em cheio o primeiro ovo sobre o carro preto, lembrando do passado.

"Por que você não esquece isso, John?! Você tem uma filha! Pense no futuro dela!"

"Então a levarei comigo"  

"NÃO! Você não vai tirar ela de mim! Se quer ir.. Então vá"

As cascas estourando sobre o metal....

"Mamãe..."  

"Está tudo bem, querida, vamos ficar bem"

- Idiota...

"Olha só.. Estou orgulhoso de você"

" Aceite isso. Você tem o meu sangue, pode negar o quanto quiser, mas os seus amigos, serão seus inimigos"






Minutos depois...

Ofeguei cansada sobre o chão, até ver os dois chegarem.

- Uau.... Isso me dói os olhos!   - Daniel riu divertido e a boca de Robby estava aberta -  Espero que tenha se acalmado um pouco.

- Me acalmei... Mas... Por que sacrificou seus carros?

- Você tem que sacrificar uma coisa preciosa, pra aprender à priorizar ela.   - Sorriu e percebi um balde cheio, panos e esponjas.

- ... Quem vai limpar?

Robby abriu um sorriso divertido para mim.

- Vocês dois.  - Disse Daniel acabando com o sorriso do Keene.

- Perai, quem sujou foi ela!   - Apontou o garoto e sorri pegando as esponjas.

- Nada cavaleiro deixá-la limpar todos, Robby.

Robby bufou pegando o balde, soltei uma risada vendo-o bravinho.

- Iremos limpar, senhor Larusso.   - Me curvo em respeito.

- Assim eu espero. Enquanto isso, vou aproveitar essa tarde para ler umas revistas, e beber um refri geladinho.  - Disse se sentando em uma cadeira de madeira. Eu e Robby os olhamos não acreditando -  Podem ir.  - Sorriu.

- Okay, vamos logo com isso.  - Murmurou e começamos a limpar.

Passando algumas horas, já era tarde e no pôr-do-sol, os carros estavam limpos.

- Olha só, não é que conseguiram?  - Larusso se pronunciou depois de, um bom tempo.

- Tenho que concordar, Sr Larusso. Mas, por que os seus carros?  - Pergunto e Daniel sorriu de canto se levantando e caminhando com calma.

-  ... Temos que sacrificar as coisas mais preciosas, para aprender á priorizar elas.  - Disse ele detalhadamente.

Isso é verdade.

-  ... Foi o Sr Miyagi que disse isso?  - Perguntou Robby e olhei Larusso curiosa. Senhor Miyagi?

- Não. Essa eu que criei. Gostaram?  - Acenamos.

- Irei escrever no meu espelho, pra nunca mais esquecer.  - Sorri divertida.

- Espero que não seja necessário. Quando a frase mexe com você, ela vira um tipo de bordão. E você nunca mais esquece.  - Sorriu gentil e concordei.

No fim da tarde nos despedimos, e Robby me acompanhou até em casa, e agradeci mentalmente por não ver o carro de antes.

- E ae, gostou do primeiro dia?  - Perguntou ele. 

- Gostei.  - Sorri.

- Que bom... Não esqueça que é bem vinda por lá... Assim, como não vou esquecer do "quase" beijo que ia me dar.  - Sorriu ladino.

- Tchau, Robby!  - Exclamo entrando pro quintal.

- Tchauzinho.. Irmã.

- Ha-ha.. Sem graça.  - Resmungo.




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⏰ Última atualização: Aug 27 ⏰

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𝑁𝑜𝑣𝑎 𝐺𝑎𝑟𝑜𝑡𝑎  |  𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐾𝑎𝑖  (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora