Momoko Myanoshita

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Nome: Momoko MyanoshitaIdade: 23Sexo: FemininoNacionalidade: JaponesaOcupação: Escritora/Teórico da ConspiraçãoResidência: São Paulo

Descrição pessoal:

Magra, bonita e de estatura média com cabelos negros compridos ehá bastante olheiras por causa da insônia. Ela é paranoica e irritada com os arredores e as pessoas pela falta de sono.Sua insônia causada por seus pesadelos e detesta que as pessoas a abracem, ela entra em pânico caso aconteça e ela não acredita muito nas autoridades.

Frase que define seu personagem :

"Não descansarei enquanto não vingar minha irmã."


O Abraço do Abismo

Momoko Myanoshita tinha apenas 18 anos quando sua vida foi despedaçada pela tragédia. Na noite de Halloween de 2014, sua irmã mais nova, Satsuki, desapareceu misteriosamente durante uma festa no colégio. A busca frenética que se seguiu culminou em uma descoberta aterradora: Satsuki foi encontrada sem vida, seu corpo marcado por símbolos estranhos e inexplicáveis. A polícia local investigou o caso, mas após meses de apuração, o mistério permaneceu insolúvel, e o caso foi arquivado sem conclusão.

Os pais de Momoko, devastados, tentaram seguir em frente, aceitando a morte de Satsuki como uma tragédia inexplicável. Mas Momoko não conseguia aceitar. Incapaz de acreditar que o destino de sua irmã estava selado por um acaso, ela mergulhou em uma busca solitária pela verdade, uma obsessão que a afastou de amigos, da família, e até mesmo de sua própria juventude.

Nos meses seguintes, Momoko se aprofundou em estudos de ocultismo, convencida de que as marcas no corpo de sua irmã tinham um significado mais profundo. Ela começou a explorar lendas antigas, textos proibidos e mitos esquecidos, especialmente os relacionados aos Mitos de Cthulhu. Sua pesquisa a levou a perceber que o inexplicável poderia ter raízes em forças muito mais antigas e sombrias do que ela jamais imaginou. Momoko começou a mudar. Seu rosto antes vibrante se tornou pálido, marcado por olheiras profundas que testemunhavam noites sem sono. Seu olhar, outrora brilhante e curioso, agora era vazio, sombrio, sempre procurando por algo nas sombras. A insônia causada por pesadelos constantes a transformou em uma figura paranoica e irritada, desconfiando de tudo e de todos ao seu redor. Ela perdeu a fé nas autoridades, que durante anos desacreditaram suas suspeitas e ignoraram suas investigações sobre a morte de Satsuki.

Ao longo dos anos, Momoko se isolou cada vez mais, dedicando-se inteiramente ao oculto. Aos 21 anos, ela ingressou na faculdade de História, mas não qualquer curso—escolheu especializar-se em História Mística, uma disciplina marginal que poucos ousavam explorar. Seus estudos acadêmicos apenas intensificaram sua obsessão, e ela se tornou uma especialista em textos antigos e rituais esquecidos, sempre com um olho nas referências a Cthulhu e outras entidades das profundezas.

Aos 22 anos, os pesadelos começaram a piorar. No início, eram apenas fragmentos de medo, mas logo se tornaram visões vívidas de uma criatura amorfa que a perseguia, envolvendo-a em um abraço sufocante e esmagador. Quando despertava, Momoko encontrava marcas reais em seu corpo—arranhões, hematomas—e evidências de que tinha deixado seu quarto durante a noite, apesar de não lembrar de ter saído.

Ela procurou ajuda em todos os lugares, mas nenhum dos médicos ou especialistas foi capaz de ajudar. Até que, aos 23 anos, encontrou o Dr. Silvio Gomes Pereira, um médico que finalmente trouxe algum alívio. O remédio que ele prescreveu silenciou os pesadelos, permitindo que ela tivesse algum descanso pela primeira vez em anos. Mas o alívio foi temporário.

Agora, com 25 anos, Momoko vive em um estado constante de paranoia e irritação. Ela odeia que as pessoas a toquem, e entra em pânico absoluto se alguém tentar abraçá-la. O trauma do abraço sufocante nos pesadelos a tornou hipersensível ao toque humano. As olheiras em seu rosto se tornaram permanentes, e sua pele pálida e doentia reflete a deterioração de sua saúde mental e física. Ela se isolou quase completamente, com exceção de alguns objetos que ainda lhe trazem algum conforto: o laptop de sua irmã, uma foto das duas juntas e o skate de Satsuki.

Apesar de tudo, Momoko ainda ama seus pais profundamente, embora tenha se afastado deles, incapaz de compartilhar o fardo de sua obsessão e da dor que carrega.

O relógio na parede do Hospital Santa Luz Guiadora marcava quase meia-noite. Momoko, agora com 25 anos, caminhava pelos corredores silenciosos com passos apressados, as luzes fluorescentes lançando sombras inquietantes ao seu redor. As horas de insônia marcavam seu rosto, que estava pálido e coberto de olheiras profundas, testemunhas de noites sem fim povoadas por horrores indescritíveis.

Há sete anos da morte de Satsuki, Momoko era uma sombra da jovem que um dia fora. A cada passo, ela lutava contra a paranoia, contra a sensação de que estava sendo observada. As pessoas ao seu redor, os sons, as luzes—tudo a irritava e a deixava em alerta constante. O toque de alguém era insuportável, e a ideia de ser abraçada provocava pânico absoluto. Os pesadelos a haviam transformado em uma figura frágil, assustada e sempre à beira do colapso.

Ela finalmente alcançou a porta do consultório do Dr. Silvio Gomes Pereira e bateu com força, a urgência e o desespero claros em seus movimentos. A porta se abriu lentamente, revelando o médico que, ao contrário dela, parecia não ter envelhecido um dia. Seus olhos penetrantes a analisaram com uma calma desconcertante.

"Dr. Silvio," ela arfou, "os pesadelos... Eles voltaram. Preciso do remédio, por favor."

Ele a observou por um momento antes de responder, seu tom de voz medido e quase gentil. "Eu sabia que você voltaria, Momoko."

Ela estremeceu, sentindo uma frieza crescer em seu interior. "Por favor, só quero que os pesadelos parem."

O médico suspirou e gesticulou para que ela entrasse. "Os pesadelos, Momoko, não são apenas frutos da sua mente perturbada. Eles são reflexos de algo mais profundo, algo que você despertou com seus estudos."

Ela sentiu o chão sumir sob seus pés. "O que isso significa?"

"Você atraiu a atenção de forças antigas, forças que desejam mais do que simplesmente perturbá-la em seus sonhos." Ele se aproximou, tocando levemente seu ombro. Ela teve que lutar contra o pânico que crescia com o toque, sua fobia sempre à espreita. "Remédios não serão suficientes dessa vez."

"Então, o que eu devo fazer?" sua voz saiu quase em um sussurro.

"O único caminho é confrontar o que está nas sombras," ele respondeu, os olhos nunca deixando os dela. "Você deve descobrir o que realmente aconteceu com sua irmã, e entender o significado do que a persegue."

Ela sentiu uma onda de terror e resolução ao mesmo tempo. Fugir não era mais uma opção; as respostas estavam lá fora, esperando por ela, no abismo que sempre a espreitou. Determinada, Momoko aceitou que sua única chance de paz era confrontar as profundezas do horror que havia invocado.

Assim, com o peso dos anos e a escuridão do desconhecido à sua frente, Momoko deixou o consultório do Dr. Silvio. Esta não seria apenas uma luta contra pesadelos, mas uma batalha contra algo muito maior—um abraço que a aguardava nas profundezas do abismo.

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