Adriel Sylvaranth e o Chamado da Floresta

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"Uma Guardiã pode até morrer, mas seu espírito jamais desaparecerá."

Adriel Sylvaranth era uma elfa de aparência etérea, com longos cabelos loiros quase prateados, caindo até os quadris. Seu penteado simples, uma trança adornada com vestes brancas e verdes com detalhes dourados que lembravam penas, destacava a serenidade de sua presença. Seus olhos, de um azul claro profundo como o céu, refletiam uma sabedoria que transcende as eras. Embora fosse uma pessoa de postura calma e gentil, havia uma força silenciosa e uma seriedade em sua expressão que cativava e inspirava admiração entre os que a conheciam.

Adriel nasceu em Meruen, uma das Cidadelas Élficas que compõem o Ermo da Floresta Alta. A linhagem Sylvaranth, da qual ela descende, é conhecida por ser uma linha ancestral de Guardiões do Ermo, encarregados de proteger as florestas e guiar aqueles que se aventuram em áreas selvagens. Desde cedo, Adriel foi criada para seguir essa tradição, sendo treinada como uma Ranger.

"Minha família sempre foi devota à proteção do Ermo," Adriel lembrava-se das palavras de seu pai, Aldron. Ele a treinou no uso do arco e da espada, embora ela sempre tivesse preferido o arco pela leveza e agilidade que combinavam com sua natureza. Sua mãe, Eirien, ensinou-lhe a rastrear e explorar, habilidades essenciais para um ranger. "A natureza é nosso lar, nosso refúgio e nossa responsabilidade," Eirien dizia enquanto a guiava nas trilhas da floresta.

Embora sua criação fosse principalmente focada em treinamento e nas constantes viagens com os pais não permitiu que ela criasse muitos laços com outras pessoas. No entanto, Adriel encontrou companhia na natureza, nos animais que a rodeavam. A floresta era seu lar, e ela sentia uma profunda conexão com todas as criaturas que ali habitavam. Com o passar dos anos, seu conhecimento sobre os segredos da natureza, das línguas antigas e das histórias do mundo cresceu, mas seu verdadeiro foco sempre foi o equilíbrio entre os seres, plantas e animais que formavam o delicado ecossistema da floresta.

Durante as noites de lua cheia, Adriel gostava de se deitar na grama, observando o luar que iluminava a natureza ao seu redor, realçando sua beleza serena. Nessas noites, ela sentia a presença de uma essência sagrada, como se a lua estivesse conectada diretamente a ela. Essas experiências, quase oníricas, a fizeram perceber que havia encontrado seu lugar no mundo, em harmonia com a natureza.

Porém, com o passar das décadas, Adriel começou a notar uma mudança inquietante na floresta. A natureza e os espíritos que antes eram vibrantes começaram a perder sua essência, sua cor. Algo maligno estava drenando a vitalidade da floresta, e isso a entristecia profundamente.

Um dia, determinada a descobrir o que estava causando essa deterioração, Adriel decidiu aventurar-se mais ao sul do Bosque Místico. Perdeu-se em seus pensamentos e nas maravilhas da floresta, e quando se deu conta, o crepúsculo já havia caído. De repente, a floresta ao seu redor ficou silenciosa, e os animais fugiram. Um frio na espinha indicava que algo estava terrivelmente errado.

"A natureza está clamando por ajuda," pensou Adriel, sentindo os espíritos da floresta guiarem-na por um caminho. Seguindo seu instinto, ela encontrou um grande lobo caído, morto por algo não natural, por algo que não pertencia àquele lugar. Ao lado do corpo do lobo, um filhote solitário chorava pela mãe perdida. Um vento suave a empurrou na direção do filhote, e ela entendeu que era seu dever protegê-lo.

Ela se aproximou lentamente, mas o filhote, amedrontado, mordeu sua mão. Adriel não recuou, apenas olhou para ele com ternura. "Eu não sou seu inimigo, estou aqui para ajudá-lo," murmurou suavemente. A aura de medo do filhote começou a desaparecer, substituída por confiança, e ele soltou a mão dela, lambendo-a em sinal de desculpas. Adriel o acolheu em seus braços. Ele tinha uma pelagem branca, quase prateada, que brilhava sob a luz da lua cheia. Era como se o momento estivesse abençoado pela própria lua e sentindo a conexão entre eles crescer sob a luz da lua cheia.

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