the end

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Seulgi desce do ônibus que a levou até Seoul e arrasta sua mala de rodinhas pelo asfalto. Ela está exausta, não só pela viagem que fez, mas por todos os pensamentos que lhe perseguiram pelo caminho.

Seulgi estava apaixonada por uma assassina. Foi a primeira coisa que ela colocou em ordem na sua cabeça. Essa assassina tinha um motivo plausível para fazer o que estava fazendo, essa foi a segunda coisa que Seulgi organizou em suas ideias, e agora a terceira coisa a deixava em um impasse. Seulgi não queria entregar Joohyun, mas não entregar Joohyun resultaria em uma infração grave de sua parte. Ela deveria desistir de tudo que acreditou até agora se escolhesse ficar do lado da mulher vingativa.

Seulgi deixou a cidade de Taebaek para não pensar tanto sobre o assunto e era tudo o que ela fazia até agora.

A Kang chama um táxi e diz a ele o endereço de seus pais, uma comida caseira e rever a família era tudo que ela precisava agora, talvez isso a fizesse acalmar seu coração, ou até mesmo fazer a escolha certa. Seulgi paga o homem minutos depois da viagem de iniciar, não demorou muito para que o portão de sua casa fosse revelado e ela deixasse o automóvel.

Abrindo o portão como sempre fazia, Seulgi entra na casa e percebe que as coisas estão exatamente como ela se lembrava. Um balanço amarelo no canto esquerdo, enquanto havia um pequeno jardim no canto direito e algumas roupas estendidas no varal. Seulgi passa por um lençol e percebe a porta aberta, vê sua mãe passando com um cesto de roupas a mais para estender.

A senhora Kang paralisa quando vê sua filha mais velha.

- Seulgi? - Ela chama. - Seulgi, é você mesmo? - A mulher solta o cesto de suas mãos e corre para a filha que não vê há um tempo.

- Yerim, venha ver, Seulgi está aqui. - A mulher chama a caçula enquanto abraça apertado a filha primogênita.

Seulgi percebe ali que talvez tenha sido uma péssima ideia ter ido ver sua família, quando ela precisa pensar com sabedoria. Sua irmã aparecendo com uma gata branca em seu colo, tão jovem, pura e inocente, faz com que ela tenha a certeza de que se Yerim tivesse sido morta por causa da corrupção de uns policiais, ela não teria nenhuma piedade quando encontrasse os responsáveis.

- Seulgi unnie. - A menina corre e abraça sua irmã. - Eu senti tanto a sua falta.

- Eu prometi que viria, não prometi? - A Kang abraça sua irmãzinha e a suspende brevemente, rodando pelo quintal em um ato exagerado para com uma adolescente. - Senti sua falta pirralha.

Yerim solta o abraço da irmã e arruma suas roupas. - Não precisa de tanto. - Ela diz com uma falsa cara emburrada.

- Senti falta de casa.

- Ela sempre estará aqui quando precisar voltar. - A Senhora Kang segura as mãos de sua filha e caminham juntas até a cozinha. - Está com fome?

Seulgi responde positivamente, lava as mãos e logo se senta no chão, como era o costume na casa modesta.

- Onde está o papai? - Pergunta, já se servindo do alimento sobre a mesa.

- Seu pai foi ao mercado e volta logo, ele vai ficar contente em ver que a princesa dele está em casa.

Seulgi termina sua refeição e sobe para o outro andar, onde ficam os quartos de seus pais e o que agora é exclusivamente de Yerim. Ela observa os ursos em cima da cama, a escrivaninha rosa com o computador e livros didáticos de uma estudante do ensino médio.

Yerim tem a mesma idade que Isabela tinha quando toda aquela história trágica aconteceu, e para alguém que resolveu tirar uma semana sabática, Seulgi estava pensando demais em seu presente caso. Não era tão surpresa assim, se considerar o fato de que Seulgi descartou provas e está prestes a saber de uma nova vítima de Irene. Seulgi também pensava em como aquela mulher relativamente pequena tinha força - ou raiva - suficiente para derrubar todos as vítimas sozinha até agora.

Taebaek Killer - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora