<<**Diário de Su kamari**
**Casa Visse, 6:30**
- **Diário, eu…**
Talvez eu esteja me apaixonando. Algo que eu nunca imaginei sentir dessa forma. Há uma confusão misturada com a empolgação de cada momento que passamos juntos. Eu não sei como lidar com isso, mas sinto que é algo profundo e verdadeiro.
---
Enquanto isso, Linfi e eu estávamos na biblioteca, folheando um antigo livro que descobrimos sobre eventos misteriosos da universidade. A atmosfera estava carregada de tensão.
"Olha isso... 'No inverno de 1912, uma série de mortes inexplicáveis ocorreu entre os estudantes. As autoridades nunca encontraram uma explicação lógica, mas rumores persistiam sobre uma presença sombria que parecia rondar os corredores à noite…'" Linfi leu, sua voz carregada de curiosidade.
"Isso soa muito familiar. Como o que está acontecendo agora. O que mais diz?" Eu me aproximei para tentar ler também.
"'Os poucos sobreviventes relataram sensações de frio intenso, vozes sussurrando no escuro, e uma figura indistinta, alta, que usava um amuleto vermelho brilhante, vista nos arredores das áreas onde ocorreram as mortes. A diretoria da época decidiu encobrir os incidentes, alegando que era tudo fruto de histeria coletiva causada pelo estresse dos exames e fofocas de estudantes desocupados.'" Linfi continuou, virando a página.
"Então, isso já aconteceu antes… e foi encoberto. Isso explica os rumores e lendas urbanas. Mas o que realmente aconteceu? Por que encobriram? Qual é a dessa universidade?" Questionei, levantando e andando em círculos ao redor da mesa.
"Sabemos que o Campus inteiro foi fechado após a morte da antiga diretora e ninguém conseguiu explicar a morte dela também. Acha que os eventos estão conectados?" Linfi perguntou, tirando o cabelo do rosto.
"Precisamos descobrir mais. Se conseguirmos ligar esses acontecimentos antigos aos acidentes atuais, talvez possamos entender o que está acontecendo e como impedir que mais alguém se machuque." Eu murmurei, apoiando-me na mesa. "Tem mais alguma coisa aí?"
"Daqui para frente, só falam de como as coisas foram piorando para a diretora e, no final, ela acabou tirando a própria vida e a universidade fechou. A história depois disso, a gente conhece: reforma e reabertura." Linfi disse, folheando o livro até o final.
"A gente pensa que sabe. Tem muita coisa faltando aí." Resmunguei, pegando o livro e o devolvendo à estante. "Vamos encerrar por hoje. Eu ainda tenho outros lugares para olhar e tem uma certa alguém que pode nos dar mais respostas."
"Você quer ir ver o quadro do corredor agora?" Linfi perguntou, levantando-se.
"Na verdade, quero ver o espelho do corredor da sala de debate." Respondi, saindo da biblioteca.
"Achei que não fosse fã de espelhos e coisas refletivas."
"É por isso mesmo." Acenei uma despedida para a bibliotecária e seguimos para o setor leste. Eu fiquei em silêncio, juntando as novas informações e refletindo sobre as histórias. Sentia que estava correndo contra um relógio invisível e isso me deixava ansiosa. Queria que a resposta caísse sobre mim como um balde de água fria — desconfortável, mas necessária para me acordar de vez.
Não percebi que o chão havia se transformado em uma superfície quase como um espelho, mas em um formato líquido, como água.
"LINFI!" Gritei, procurando pelo garoto, mas ele já não estava mais ali. Senti um ar frio soprar contra minha pele e um arrepio correu pela minha espinha. Recusei-me a olhar para baixo com medo do que veria. Minha mente entrou em pânico e eu automaticamente esqueci como funcionar. Ia correr, mas percebi que meus pés estavam grudados no chão. Na verdade, eles estavam afundando. Gritei desesperada quando vi múltiplos braços se esticando para tentar me alcançar e me arrastar para a dimensão espelhada.