nachtmerrie op volle zee : deel twee

6 0 0
                                    

_______
"Corra o quanto quiser, mas você sabe que não vai escapar deles... ou de si mesma."

Ela arfou, o coração batendo tão forte que doía. O eco das palavras reverberava em seus ouvidos, mesmo quando alcançou a escada, descendo os degraus com pressa desajeitada. Mas a voz, os sussurros e o som dos passos pareciam segui-la, enchendo o ar ao seu redor de uma escuridão opressiva.

Ela precisava achar um lugar seguro, um momento para respirar, mas sabia que essa batalha estava longe de terminar... e o verdadeiro terror estava apenas começando.
..........
Sully tropeçou no último degrau, seu corpo colidindo contra a parede ao final da escada. Ela se forçou a ficar em pé, seus pulmões queimando enquanto lutava para recuperar o fôlego. A escuridão no andar de baixo parecia mais densa, como se o ar fosse mais pesado, saturado por algo invisível, mas palpável.

Os sussurros ainda a rodeavam, mas agora eram mais sutis, um zumbido ao fundo brincando com seus nervos, ameaçando fazê-la ceder. Ela sabia que precisava continuar, mas para onde? Seu instinto dizia para se esconder, mas uma parte dela sabia que não havia esconderijo seguro para o que estava enfrentando. As paredes do colégio pareciam se fechar ao seu redor, deformando-se em formas bizarras na penumbra.

O corredor à sua frente se dividia em duas direções: uma levava à ala leste, onde a velha biblioteca ficava, e a outra ao ginásio vazio. Sully olhou para os dois caminhos, tentando decidir qual seria o mais seguro. A biblioteca parecia uma opção lógica, um lugar cheio de cantos escuros e estantes altas onde poderia se esconder. Mas o ginásio tinha mais espaço, mais saídas. Um som. Passos, não distantes, ecoaram do corredor da biblioteca. Sua decisão foi feita por ela.

Sully girou na direção oposta e correu em direção ao ginásio. Cada passo parecia levar uma eternidade, mas ela sentia que estava ficando mais perto. A porta dupla do ginásio apareceu à vista, e ela se lançou contra ela, forçando as portas a se abrirem. Lá dentro, a vastidão do ginásio se revelou, banhada em uma penumbra cinzenta, com fileiras de bancos que subiam em um arco sombrio. Ela correu para o meio do ginásio e parou, ouvindo. A respiração entrecortada ecoava no espaço aberto, mas não havia mais passos. Apenas o silêncio, pesado e opressor.

De repente, a luz de uma janela alta piscou, um reflexo que capturou seu olhar. E ali, naquele reflexo... ela viu algo. Um par de olhos. Não eram humanos, muito menos confortantes. Sully congelou. O ar ficou gelado ao redor dela, e ela sentiu o suor frio escorrer por sua espinha.

- Não... - ela sussurrou para si mesma, tentando se convencer de que era apenas sua mente pregando peças. Mas o reflexo dos olhos permanecia. Observando. Esperando. Ela precisava de um plano, de uma forma de escapar dessa tormenta. Mas, pela primeira vez, percebeu que talvez não estivesse fugindo de algo externo. Talvez o verdadeiro inimigo estivesse dentro dela.

Com um último olhar ao seu redor, Sully respirou fundo, tentando reunir a coragem para o que viria a seguir. A batalha estava longe de terminar, e o terror que a cercava estava apenas começando a mostrar seu verdadeiro rosto.

Sully estava no centro do ginásio, o reflexo dos olhos ainda perturbando sua visão. Ela tentou se recompor, respirando profundamente, quando o som de passos rápidos se aproximou. De repente, uma figura surgiu da penumbra. Era Léo, um dos membros do grêmio, com um olhar preocupado, mas também um pouco irônico.

- Porra, Léo! - Sully exclamou, saltando de susto.

- Você está bem? O diretor está te chamando - Léo disse, tentando esconder o sorriso nervoso ao ver a expressão alarmada de Sully.

- O diretor? - Sully perguntou, ainda ofegante. - Mas... por que ele me chamaria aqui?

Léo fez um gesto para acompanhá-lo e, sem esperar resposta, começou a guiá-la pelo corredor.

Além Do Reflexão: Sombras Do Oculto Onde histórias criam vida. Descubra agora