Capítulo 02

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Bella

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Thich Nhat Hanh

No final de semana, cantores ou grupos de reggaeton se apresentam no Q'Buffalo, e nesse dia não trabalho só como garçonete, mas também como dançarina. O bar tem suas dançarinas fixas. Os artistas mandam as músicas e as coreografias para nós aprendermos, mas geralmente se apresentam várias vezes, o que torna as coisas mais fáceis para mim. Quando estou dançando, aproveito cada segundo. O dinheiro é bom, e eu amo dançar. É como se minhas energias estivessem sendo repostas a cada movimento dos meus quadris. Antony acha que eu deveria tentar uma companhia de dança em vez de ficar presa com a minha mãe e o Martín. Quando termina a apresentação, desço correndo e começo a trabalhar. Rosa e eu temos nossos setores de atendimento, assim fica mais fácil trabalhar. Faltava uma hora para o restaurante fechar quando vejo um rosto familiar sentado na mesa no meu setor de atendimento. Tento esconder a surpresa ao vê-lo.

— Boa noite! Seja bem-vindo ao Q'Buffalo. Está pronto para pedir?

— O que você me recomenda? — Pietro pergunta sem me olhar, focado no cardápio, como se não me reconhecesse.

— Recomendo a especialidade da casa. O prato do dia é chili, e é feito de guisado picante composto por carne, pimenta, feijão e tomate. É servido com nachos como acompanhamento. E de sobremesa, temos um bolo de chocolate com pimenta.

— Quero a especialidade da casa e uma cerveja.

— Seu pedido estará pronto em alguns minutos — digo, anotando tudo com cuidado.

Pietro age como se nunca tivesse nos visto, mas é muita coincidência ele aparecer no meu local de trabalho. Quando pode pagar pelos melhores restaurantes do México; o Rolex no pulso e as roupas que usa gritam riqueza. Ele estar no Q'Buffalo só diz uma coisa: ele está me testando, avaliando minhas reações, se adaptando como um predador se preparando para atacar. Vinte minutos depois, ele pede a conta e me dá uma gorjeta muito generosa, muito mesmo. Franzo o cenho quando um sorrisinho desponta em seus lábios sensuais.

— Linda e orgulhosa — faz um som no fundo da garganta, como se estivesse apreciando minhas atitudes.

— Conheço você?

— Acho que não! Mas pretendo fazê-la me conhecer.

— Que pena, não me importo com o que você pretende fazer.

— Quero te levar a um lugar — fala sério, perdendo todo o tom de brincadeira.

— Procurou um lugar especial para me matar, Sr. Rolex? — pergunto, colocando a mão no bolso do avental.

— Você leva esse canivete para todos os lugares? — Meus olhos se arregalam de surpresa. Ele me pega desprevenida, mesmo que não esteja com o canivete agora, e esteja na sala dos funcionários. Minha primeira suposição sobre Pietro é pior do que imaginava.

Admiração DistorcidaOnde histórias criam vida. Descubra agora