Lanças de prata, sangue amaldiçoado

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Capítulo quatro _ parte 1

Uma lança de prata...

//Reyna//

No mesmo momento em que recebi outra mensagem "dele", eu sabia que era hora de agir. De preferência de uma forma que não me coloque como alvo "dele" também.

Assim que sai do meu dormitório com uma mochila cheia de apenas o necessário para a viagem. Quando chego as escadas e desço em direção a saída desse lugar, uma lança de prata polida e colocada em minha frente, de forma quase inofensiva, quase.

Um barulho sibilante, semelhante ao de uma cobra, aquela maldita cascavel, ecoou pelo cômodo, os ventos frios que entravam pelas janelas me devam um arrepio na espinha e um calafrio enorme, meu coração acelerou de forma drástica, minhas mãos tremiam e suavam enquanto eu segurava a alça da mochila com força.

Ter aqueles olhos verdes, repugnantes, me olhando como se fosse um predador venenoso esperando que sua presa indefesa fizesse um movimento errado. O sorriso enganoso e enjoativamente doce em seu rosto sempre me dava arrepios e um desgosto que eu adoraria expressar mas não tinha permissão.

- Bem, bem, eu finalmente resolvi visitar você e logo eu descubro que você vai, planeja na verdade, trair minha confiança? -

"Ele" disse, com aquele sorriso assustadoramente não-humano, seu tom era uma mistura perfeita de diversão e desapontamento. Tudo sobre "ele" me fazia me sentir enjoada mas eu tinha que segurar minha língua e andar na linha.

- Nao vai me responder? Agora, isso não é rude da sua parte? - Reyna queria correr como nunca antes quando o sorriso "dele" se alargou de forma não-humana. - É assim que minha generosidade e retribuída? -

Os cabelos de sua nuca se arrepiaram quando "ele" se aproximou, o medo enchendo suas veias, o sangue correndo vem seus ouvidos, as lágrimas se acumulando em seus olhos.

"Ele" estendeu a mão, unhas longas e escuras semelhantes agarras, acariciando sua bochecha com carinho falso, as unhas arranhando sua bochecha. O olhar "dele" era frio e sádico vendo ela sem colher com apenas um toque.

- Mas eu tenho certeza que você encontrará a razão e fará a decisão certa, não é? Afinal... Não e apenas a sua cabeça que está na guilhotina. -

Seu tom era outro nível de perigo, quis me afastar mas sua mão me segurou no lugar com uma força impressionante.

Sua pele era fria e imaculada, lisa como porcelana e macia como um travesseiro fofo seria, mas o dono da mão era alguém de quem Reyna queira fugir mais do que tudo.

Sua respiração parecia que estava presa na garganta, junto com o vento, aqueles olhos verdes, repugnantes, desapareceram, o cômodo agora vazio com a tensão ainda presente.

Reyna quase desabou no chão quando percebeu que estava sozinha. Suspirando e quase chorando de alívio.

Foi então que ela lembrou, quem exatamente era o alvo "dele"?

Ainno. Reyna pode realmente não gostar da garota por causa do quão hipócrita e narcisista ela pode ser, mas ser um alvo "dele" e algo que ela não deseja pra ninguém, mesmo que seja aquela garota irritante.

Então, com a decisão tomada, ela se levantou e andou, cambaleando ainda, até o quarto onde Ainno dormia. Não era difícil de encontrar, na frente da porta haviam alguns arranhados na parte inferior da madeira, ninguém sabe oque realmente aconteceu, sempre esteve lá de qualquer maneira.

Reyna bateu na porta primeiro, como se esperasse que Ainno, quem era conhecida por dormir até tarde, estivesse ainda acordada.

Dito e feito, Reyna apenas escutou Ainno caindo da cama e se arrastando até a porta, quando Ainno a abriu ela encontrou Reyna em sua frente, com o rosto pálido, uma mochila cheia nas costas e com uma expressão seria.

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⏰ Última atualização: Aug 28 ⏰

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