2. O perigo a espreita
Não consegui pensar em outra coisa a não ser aquela mensagem que a Rayna havia recebido de alguém a aula toda, você pode me culpar?
Alguém tinha a irmã mais nova dela como refém por algo em que eu estava infelizmente envolvida, eu não sabia como me sentir naquele momento.
As aulas estavam sendo muito monótonas, sem a bagunça costumeira que sempre podia ser ouvida na sala, ela simplesmente sumiu.
Não e como se estivesse faltando era que havia diminuindo para um pequeno ruído de fundo, esse era um dos maior pressentimentos que me estava dando até agora.
Eu não sabia como me sentir Reyna não é basicamente a pessoa com quem você falaria sobre sentimentos ou se abriria para você, sua personalidade é horrível em certos pontos ela é arrogante, cheia de se, se acha melhor que os outros, mas até agora essa personalidade não parece certa, ela está sempre sercada de pessoas mas parece tão sozinha, sempre pensei que ela parecia assim porque é bem, nenhum deles era de verdade amigo dela mas parece que é algo diferente.
Não sei como me expressar exatamente sobre isso mas de certa forma havia algo estranho ali não só nisso mas desde que acordei hoje de manhã algo estranho tem acontecido.
Tenho um mau pressentimento que algo... algo grande irá acontecer hoje, sempre que tenho esses pressentimentos eles me surpreendem ainda mais, mas os que ainda me surpreendem muito mais são os que vem com sonhos, agora não me acha estranho mas às vezes os sonhos vem primeiro, pode parecer uma memória distante que eu não me lembro corretamente mas a questão é assim que o pressentimento se instala é como se fosse uma segunda memória muscular, eu sei o que vai acontecer de certa forma mas não sei como fazer com que meu corpo haja para evitar aquilo como talvez quando que eu fui assaltada, eu tive um sonho que era algo parecido com isso mas não consigo me lembrar, tive pressentimento mas meu corpo ser recusava a se mexer então simplesmente aconteceu.
‘Suspiro’
_ Vai ficar até quando aí?_
Rapidamente sou tirada de meus pensamentos por Reyna que estava agora na minha frente com a mochila na mão quase na mão era como se exatamente ela estava meio caída em sua mão como se estivesse me convidando a pegá-la e levantava para ela (o que é óbvio que eu não faria).
Agora a próxima aula seria educação física, nunca tive algum problema com essa matéria mas quando se trata de exercício físico simplesmente me dá um gelo na barriga que é como se fosse como se fosse um medo distante que eu não consigo explicar.
Claro embora eu seja mediana em várias outras matérias, quando se trata de exercícios físicos ou práticas eu não me saio muito bem o que deveria ser o contrário já que o TDAH pode ser conhecido por sua hiperatividade, mas não acho que funciona muito bem comigo nessa questão.
Antes que minha mente vagasse ainda mais o fato do meu TDH se concentrar na forma como eu sempre pareço estar no mundo da lua em algum momento importante Reyna começa a me arrastar para fora da sala em direção ao vestiário feminino ela parecia querer respostas ou algo do tipo, o que eu infelizmente não poderia dar.
Assim que chegamos no banheiro feminino ela imediatamente se afasta de mim ela se vira para o espelho que tem dentro do banheiro e começa a se maquiar ou bem o que eu achava que seria se maquiar né.
Ela substituiu a maquiagem escandalosa de azul que ela tinha por uma mais básica que era apenas um corretivo em certos pontos, um batom rosa leve e um pequeno delineado, ela não colocou o máscara de cílios porque bem você soa muito quando está na aula de educação física, ainda mais na aula da professora Cíntia.
Agora, eu gosto bastante de vários dos meus professores mas tem uns que são simplesmente insuportáveis, a professora Cíntia é um bom exemplo disso, ela se prende muito a regras o que na maioria das vezes não é a melhor coisa a se fazer com um bando de crianças que tem muita energia para gastar e não sabem como gastar e simplesmente não tem o que fazer em uma quadra grande.
_ Tudo bem pessoal, vamos começar com os exercícios básicos!_
Assim que chegamos na quadra podemos ver alunos formando um círculo no meio da quadra começando a se alongarem, alongamento para estralar os ossos do corpo em alguns lugares, e também alongamentos como polichinelo e entre outros mas eu não me lembro de ter os vistos porque no meio da aula eu acabei de desassociando no meio da aula.
A aula foi mais uma daquelas onde os professores querem que você fique quieto e escute, oque certamente não dá certo com a minha sala, tipo, você já conviveu com eles?
Eles são os piores, acho que e por causa disso que vários pais mandam seus filhos para este internato acabado, acabado pelo estado em que a estrutura está!
Tipo, você por acaso viu como as colunas de concreto ou pedra estão se sustentando? O ferro em alguns lugares está completamente enferrujado, se alguém acabar se cortando poderia pegar tétano, onde ‘tá a preocupação dos professores com a própria saúde dos alunos quando em vez de pegarem o dinheiro que ganham da prefeitura para reformar a escola ou pelo menos tirarem coisas que poderiam ser super prejudiciais para os seus alunos eles enfiam esse bando de dinheiro no meio do rabo.
Uma coisa que tem me incomodado até agora é a forma como a cidade onde eu cresci está sempre despreocupada com tudo ao seu redor, acho que desapegada seria a palavra certa.
Bom desapegada ou não, não é desculpa para deixar a escola do jeito que está, e claro todo mundo tem problemas, às vezes financeiros e entre outros, mas isso é uma responsabilidade da escola e mesmo assim eles não fazem nada?
_ Cabeça de vento precisamos ir embora e você está bloqueado o caminho. _ Alguém com um voz masculina grita(rosna?) pra mim. _ Por acaso não me ouviu!?_
Antes que eu pudesse me esquivar de um golpe que viria para minha cabeça sou puxada pela gola da minha camisa na parte de trás, uma força desumana me arranca da visão da figura masculina que estava gritando comigo.
Alecssandrer Louvers.
Ele é tem uma estrutura alta por ser do clube de basquete, não só isso como há algo na maneira como ele olha para o garoto que estava me intimidando que é quase malvada.
De qualquer forma, embora eu não concorde com a forma que ele está fazendo isso é melhor do que ir para detenção por causa de uma briga que eu não comecei.
Alecssandrer tem cabelos loiros e finos que caem desajeitadamente até pouco perto dos ombros, seu corte de cabelo é bagunçado mas dá para encontrar um pouco de ordem na bagunça de filhos na sua cabeça que parece palha.
Seus olhos são de um castanho profundo que não combina com a cor do seu cabelo naturalmente, sua pele é parda com manchas de bronzeamento ao redor dos braços pelo quanto ele fica no sol.
Ele está usando uma camisa branca de mangas compridas que estão arregaçadas até o cotovelo, sua jaqueta/uniforme está firmemente amarrada a sua cintura, sua calça é preta sem estampas ou qualquer coisa extravagante e em seus pés a botas de couro preta que chegam apenas um pouco acima do calcanhar mas nada além disso.
Ele é o tipo de garoto popular que a maior parte da escola apostam com quem ele vai namorar e como sendo sua amiga de infância me leva momentos como esse.
_ Olha defendendo a namoradinha hein?_ o garoto dizia um tom zombeteiro enquanto o ri ao meio das palavras _ Cai na real garota, ele só ‘ta te usando porque você e meio bonita e talvez daria uma boa f-
Ele não consegue terminar o resto da frase, Mayra que apareceu de repente consegue atrás dele consegue lhe dar um chute no meio das pernas por trás.
_ Olha! Parece que alguém irá ficar cantando soprano por uma semana, hahaha._
Reyna. REYNA XURKS estava abertamente rindo do que aconteceu à sua frente, agora não me entenda mal ela ri de todo mundo mas o garoto a sua frente é tipo seu lacaio, sua carteira ambulante e acho que ela não vai ter mais depois do que ela falou foi a gota d’água sabe.
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Algo vai acontecer hoje.
Não me leve a mal, não estou jogando praga nem nada, mas, eu tenho esse estranho pressentimento que algo irá acontecer, algo memorável, algo inesquecível.
Talvez seja apenas a minha imaginação, mas, não sei se quero acreditar nisso.
Teremos um passeio a uma igreja hoje no período da tarde, o diretor estava reluzente em relação a essa excursão, oque só alimentou ainda mais a minha apreensão, memórias daquela mensagem que a Reyna recebeu me davam calafrios, algo estava estritamente errado hoje.
_ Ainno? Tá tudo bem?_
Mayra apareceu de repente atrás de mim me assustando com uma bandeja de prata, certo, o almoço.
_ Desculpe e que esqueci de fazer o meu próprio almoço hoje de novo, hehe._
Tentei dizer em um tom zombeteiro para tentar esconder o meu medo crescente.
_ Tem certeza que está tudo bem? Você nunca esquece de fazer o seu almoço. Pelo que me lembro você adora cozinhar. _
Seu rosto estava enrugado de preocupação, eu não queria a preocupar só que ultimamente meus sonhos tem ficado piores que o de costume, eu realmente sou um desastre hein.
_ Não se preocupe Mayra, qualquer coisa e só me pedir ajuda._
Alecssandrer que estava na nossa frente logo nos ofereceu um sorriso simpático que foi devolvido com um ar de dúvida de ambas as partes, eu, Mayra e ele próprio.
Somos amigos, mas recentemente ele vinha acompanhando Reyna em sua ‘atividades sócias’, como ela chama e vem ficando chato de olhar pra eles e ver Reyna flertando descaradamente com ele e ele sequer perceber.
Acho que não sou o único desastre dessa escola.
_ Não precisa se incomodar-
_ Eu não estaria incomodado de te ajudar._ (Alecssandrer)
_ Eu posso cuidar de mim mesma._
Tentei dizer em um tom confiante, dava pra ver em seu rosto que ele não estava nem um pouco convencido com as minhas mentiras descaradas.
_ Mas chega de falar de mim, vocês vão pra excursão que terá no período da tarde? Eu não ouvi muito coisa. _
Perguntei tentando fazer com que se concentrassem em outra coisa em vez de mim e minha escassa saúde de mental e física, talvez seja um exagero chamar de escassa mas e a única descrição que me aparentava agora.
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Logo no período da tarde enquanto a maioria estava concentrada na atividade que a professora de história tentava explicar eu não pude deixar minha mente viajar por mil e um pensamentos sobre o meu mau pressentimento em relação a excursão e a mensagem que Reyna havia recebido.
Oque a mensagem significava? Quem a mandou? Por que a mandou? Por que mandou pra Reyna? Do que se tratava? Os pais da Reyna sabem? De quem a mensagem estava falando? Oque a mensagem queria diz-
Antes que eu pudesse terminar minha linha de pensamento o sinal bateu, era estridente mas irritante.
Assim que a professora nos dispensou da sala de aula agarrei a alça de minha bolsa com força, eu não sabia o que aquele pressentimento significava, mas sabia que problemas estavam por vir.
Um arrepio gelado subiu pela minha espinha, os cabelos de minha nuca se arrepiaram, algo estava definitivamente errado e eu não acho que eu teria tempo de descobrir antes que a excursão começasse.
Assim que saímos da escola o diretor que estava em um terno vermelho requintado de bordados dourados nos conduziu a um velho ônibus amarelo da escola, a viagem até o museu foi calma mas com a ansiedade consumindo o meu estômago em meio a um ambiente cheio de pessoas que eu não conhecia direito me deixou apreensiva.
Aqui estava eu em um ônibus com pessoas de uma escola que não se davam bem ou se quer se davam bem comigo, e olha que não era por falta de tentativa, eu juro que tentei de tudo mas parecia que as pessoas de lá não gostavam muito de mim, o que eu não me importo mas às vezes me incomoda que tenha tanta gente que me odeia desse jeito apenas por causa de uma opinião boba.
Ok, talvez não seja uma opinião tão boba se formos parar para pensar que é a escola onde eu estudo é de certa forma muito religiosa, mas isso não justificava todo ódio que as pessoas sentiam por mim.
Enfim, eram 5 da tarde, daqui a três horas era o toque de recolher, oque significava que não tínhamos muito tempo no museu.
Assim que chegamos lá eu notei que o museu era apenas um tipo de igreja que foi reutilizada em um museu sem nada de especial por fora, mas não se engane o interior prometia ser um tanto ‘magico’ para compensar o exterior sem sal.
_ Bem vindos a igreja de Ainoreus, meu nome e Rodrick Clark e eu serei o seu guia para essa excursão hoje._
Um tom alegre interrompeu minha mente de vagar novamente no mundo da lua, assim que olhei pra figura masculina a minha frente engasguei com a saliva ao perceber uma certa semelhança entre esse homem Rodrick e a pessoa que eu vi no meu sonho não muito tempo atrás.
Se não fosse o cabelo castanho claro e a pele parda eu quase os teria confundido, eles era da mesma altura, os mesmos olhos e tinham a mesma expressão macabra de euforia distorcida.
Assim que a excursão começou me agarrei ao braço da Mayra em busca de um conforto que não veio, fiquei meio irritada de primeira mas logo vi o olhar em seu rosto, eu não havia contado a ela o meu sonho e agora ela apenas acha que eu estou carente em relação as discussões que aconteceram hoje mais cedo oque eu não posso negar eu estava meio carente por causa da briga que houve na quadra mas não era só isso.
Assim que o ‘Rodrick’ nos leva a dentro conseguimos ver as prateleiras que estavam repletas de artefatos antigos, desde a esculturas de gesso a armas quebradas como lanças, espadas, arcos e machados.
A cada prateleira que passávamos o nosso guia nos contava a história de como cada ontem foi encontrado e sua história, oque nos leva a esse momento.
_ E bem, essa foi uma das esculturas de Da Jha, ou Arachnne se preferirem, foi uma das deusas na mitologia ackraniana responsável por tecer os fios do destino, dizem que ela era uma das criações de um antigo primordial sem nome que em revolta por não ter um lugar ou trono por direito a criou para servir de arma de guerra para si, mas oque ele não sabia era que Da Jha iria se aliar aos ackranianos na batalha contra os céus em busca do tesouro de Phanes, embora este tesouro nunca foi encontrado._
Ele disse em um certo tom melancólico, como se quisesse dizer algo a mais mas se conteve. A estátua de que ele estava falando era como uma grande aranha branca de gesso e na parte superior de seu torso estava uma coroa de prata, sua cabeça estava desaparecida.
_ Bem, acho que já vimos tudo não e? Sem falar que o toque de recolher da sua escola._
Ele disse em um tom apreçado e assim nos vimos de volta para o ônibus escolar, a viagem de volta não foi nada mais do que monótona e chata, com todo aquele barulho e os olhares estranhos que eu estava recebendo de Reyna.
Logo nos vimos em frente aos dormitórios da escola, não podia ver a hora de afundar em minha cama, eu estava cansada tanto emocionalmente quanto fisicamente.
Ao chegar em meu quarto não pude deixar de reparar a bagunça costumeira que já havia virado parte do meu quarto, tentei ao máximo limpar tudo.
(Limpar tudo significava juntar toda a bagunça e enfiar tudo dentro de um antigo armário que eu tinha)
Logo foi fácil pegar no sono, um sono sem sonhos eu espero.
Eu gostaria de nunca ter dito nada sobre nenhum sonho meu.
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A Coroa de Arachnne
Historia CortaLivro 1 de As Consequências de Suas Ações 'Um se perderá na terra proclamada pela mira' 'A desgraça do irmão aponta a trilha' 'Uma traição em meio a ponte brilha' 'Um filho do mar, que o sacrifício provoque tua ira' 'E pelas mãos da deusa um deve e...