Episódio 8

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O rapaz se apoia em uma das mesas da sala, cruzando os braços sobre si. Cruza também as pernas mas ainda em pé. Em um gesto, fita a menina de cima a baixo e começa a falar.

Suga: Aqui está melhor, bem, eu quero falar sobre as aulas. Seus pais vão estar em casa, né?

Yuna: Sim, eles estarão.

Suga: Onde vai ser a aula? Na sala, escritório, quarto? - Ele fala levantando uma sobrancelha.

A menina revira os olhos e dá uma pequena bufada, fala um pouco impaciente, talvez pelo nervosismo.

Yuna: A gente se mudou faz um mês, mais ou menos, então meu pai montou uma sala pra eu estudar, ele disse que não queria que eu estudasse no meu quarto, porque eu acabava dormindo. - Ela ri quando lembra dela dormindo em cima dos livros.

Yuna: A salinha é bem iluminada, tem uma mesa com 4 cadeiras acolchoadas, tem uma estante com livros, tem frigobar e uma mesa de guloseimas, tem ar condicionado também, mas só vou ligar se você quiser. É bem aconchegante. Fica em um local bem isolado na casa, pra termos silêncio. Não precisa se preocupar, meus pais são bem meticulosos. Eles não vão ficar interrompendo a aula, sabem que preciso me concentrar. Ah e também tem um banheiro ao lado e um sofá no canto, caso você queira descansar um pouco enquanto eu estiver tentando resolver os exercícios. Se você precisar que eu imprima ou compre algo, só me falar. Você que manda, mestre. - Ela foi listando as coisas nos dedos, enquanto olhava pra cima, lembrando de cada cantinho da sala de estudos, quando terminou, estava satisfeita com a descrição.

Suga: Assim eu fico mais aliviado. Não gosto de me sentir vigiado. Bem, eu não falo isso pra todo mundo, mas como aceitei te dar aula, eu não gosto de me sentir pressionado a nada. Vou te dar aula, e naturalmente vão surgir burburinhos no colégio quando eu entrar no carro dos seus pais. Você tem namorado ou ficante ou coisa parecida? - Fala coçando a nuca.

Yuna: Não, mas o que isso tem a ver? - Ela fala, ficando vermelha.

Suga: Aish, num pensa besteira não, é que não quero levar um soco na cara de um cara que tivesse com você, sei lá. - Ele fala balançando as mãos.

Yuna: Ah sim, entendi. Não se preocupe, num tenho ninguém não. Quem em sã consciência ia me querer? - Ela ri e dá de ombros.

Suga: Por que disse isso? Não entendi. - Ele franze o cenho.

Yuna: Ah, eu sou esquisita, feia, gorda e pareço uma nerd, mas burra. - Ela ri.

Ele pega nos ombros dela e fala sério, assustando a menina que o olha séria.

Suga: Nunca mais diga isso, você não é esquisita, nem nada disso que você disse. Você não precisa ser ninguém mais, a não ser você mesma e tá ótimo. Entendeu?

Yuna: Sim, entendi, pode me largar agora! - Ela fala e olha pras mão dele em seus ombros

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Yuna: Sim, entendi, pode me largar agora! - Ela fala e olha pras mão dele em seus ombros.

Suga: Ah, desculpa! Então, era só isso mesmo, amanhã a gente começa.

Yuna: Tá bom, obrigada por estar me ajudando, isso é realmente importante pra mim, não posso decepcionar meus pais.

Suga: Você devia mais se preocupar em não decepcionar a si mesma. Já pensou sobre isso? A vida é sua, garota. - Fala com uma voz grave.

Yuna: Eu sei, mas eu tenho responsabilidades. Não posso simplesmente fazer o que quero, haveriam consequências. - Fala fazendo bico.

Suga: Aish, eu não penso assim, mas tudo bem, é a sua vida! Você quer fazer alguma coisa agora?

Yuna: Quais são as opções?

Suga: Ah, sei lá, qualquer coisa. Meus amigos devem estar no pátio, dormindo. É o que a gente geralmente faz depois do almoço. Um sempre fica de vigia, porque você sabe né? Se der mole, já era.

Yuna: Como assim, já era? - Ela arregala os olhos.

Suga: Se todo mundo dormisse, com certeza, alguém ia zoar com a gente, jogar alguma coisa e tal. Essas coisas que esses idiotas adoram fazer pra se sentir superior.

Yuna: Ah, sim, entendi. Na minha antiga escola, também tinha essas pegadinhas. Nem preciso dizer que eu era alvo de muitas, né. Mas depois de um tempo, eu aprendi a me defender.

Suga: Que bom, porque aqui eles pegam pesado. Parece que todo mundo tá querendo competir nesse inferno.

Yuna: Muito bom você ter me avisado, só assim eu fico preparada.

Suga: Não temos muito tempo, acho que vou lá pro pátio. Quer vir?

Yuna: Vou sim! - Fala animada.

Suga: Só tenho que te avisar uma coisa. Andar comigo vai te trazer má fama.

Yuna: Mas por quê?

Suga: Porque eu sou, o que os idiotas intitulam de "rebelde". Na verdade, nós, perdedores, somos os "rebeldinhos" do colégio. Só porque a gente acha isso tudo um grande circo. Estudar é perda de tempo, na minha opinião. Mesmo se eu tirasse zero nas provas, eu ia terminar exatamente onde meus pais quisessem. Eles são, assim como os seus, eu suponho, pessoas influentes, e o dinheiro compra tudo por aqui. Eu não quero ser o próximo colarinho branco da família, então meu pai cortou minha mesada e cá estou eu, agora sou seu tutor. Não preciso do dinheiro dele. Eu quero ser o que meu coração mandar eu ser. - Ele fala colocando a mão no coração de forma dramática.

Yuna: Uau, eu acho, então, que estou no grupo certo. Eu não quero ser a sucessora do meu pai na empresa, mas ele disse que eu vou ser. Eu não posso decepcionar ele, nem minha mãe. Eles já fizeram tanto por mim. Eles nunca me escutam.

Suga: Aish! Eles já viveram a vida deles, tem que viver a sua também? - Fala e revira os olhos. Ah, quer saber, Okay!

O sinal toca e eles levam um susto.

Yuna: Nossa, o tempo passou muito rápido! - Ela fala olhando pro relógio.

Suga: Bora lá, senão você pode se encrencar! Ah, hoje, se você mandar mensagem, provavelmente eu não vou responder antes das 23h, então não morra de saudades até lá. - Ele fala com um sorriso de lado.

Yuna: Pode deixar, vou tentar não morrer de saudades. - Fala num tom entediado.

Sem saber, Suga havia alugado um container nos pensamentos de Yuna, a proximidade do rapaz deixou Yuna nervosa e estranhamente feliz. Suga também sentia algo estranho por ela.

No restante do dia, eles tiveram aulas diversas e eles apenas estudaram de forma robótica. Ao final do dia, cada um foi pra casa. Yuna teve que pegar um carro de aplicativo, pois seus pais não poderiam pegá-la na escola hoje. Ela já chegou, correndo pro quarto e tomando um banho demorado, colocou seu pijama mais fresquinho, pois o dia estava quente. Abriu o app de delivery e pediu hambúrguer e batata frita. Isso era uma coisa que ela só podia comer quando estava sozinha, pois sua mãe não ficaria nada feliz vendo ela comer essas comidas gordurosas. Yuna não era uma menina padrãozinho, para os padrões de beleza coreanos, ela era gordinha, já pros padrões brasileiros, ela era "gostosa". Por causa do calor, uma tempestade se formou lá fora, Yuna tinha medo de trovões, ficou tensa. Ela pegou seu caderno de dever de casa e abriu. Hoje não havia lição de matemática pra casa, mas tinha de física, outra disciplina que fazia a garota ficar confusa. Fez a lição da maneira que conseguiu, não estava satisfeita, tudo parecia muito errado.

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⏰ Última atualização: Aug 29 ⏰

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