Sinopse

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Por mais de uma vez, tentei acertar o tom exato dos seus olhos no meu godê.
Mas falhei todas as vezes.
Talvez porque o brilho apaixonado só possa ser visto por outra pupila.

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Com quantos anos você descobriu o amor?
Ou melhor, com quantos anos o amor te descobriu?

É uma pergunta simples, mas nem todo mundo lembra a resposta. Alguns, talvez, apenas não queiram dizer.
Mas eu, Jennifer, me lembro perfeitamente. Eu tinha sete anos. Ele, oito.

Ziran era o neto da vizinha da frente. Veio passar o verão com a avó, dona Ella, junto com sua irmã, Mia.
E foi aí que tudo começou.

Consequentemente, passamos o verão juntos — e ele mudou a minha vida. Foi a primeira vez que me interessei por um garoto.

Ziran tinha olhos pequenos e bonitos, um brilho curioso e cabelos lisos que caíam sobre a testa. Ele era engraçado, leve. Gostei de estar perto dele. Foi diferente.

Mia, por sua vez, era encantadora. Adorava brincar de boneca, como eu. Eles se pareciam nos traços, mas não nas personalidades.

Enquanto eu e Mia nos envolvíamos nas brincadeiras, Noah — meu primo — e Ziran jogavam bola e faziam questão de jogar a bola em nós, só para nos tirar do sério.

Mia corria atrás de Noah, e eu, atrás do irmão dela.

Foi um ótimo verão. Um verão que marcou meu coração de verdade.
Tanto que até hoje, na adolescência, ainda me lembro de Ziran. Lembranças curtas, quase desbotadas... afinal, já se passaram oito anos desde que eles vieram pela última vez.

Agora, apenas dona Ella e o senhor José vêm visitar os filhos.
Eles, ocupados demais, não voltam mais ao vale.

E foi assim que o amor me descobriu.

Na tentativa de não esquecer aquele verão, escrevi cada momento no meu diário.
Descrevi como me sentia quando ele me olhava, e como eu queria — de um jeito simples e inocente — ser sua namorada.

Guardei esse diário a sete chaves.
Um segredo entre mim e meus sentimentos.

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