A vida e a morte de Regulus Black

James Potter

Regulus nunca imaginou que um dia beijaria James Potter, mas aconteceu.

Eles começaram se encontrando acidentalmente na torre de astronomia, tarde da noite. Eles apenas conversaram. Conversaram até o amanhecer, sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Regulus sempre passava a noite na torre, e agora James era uma presença constante, deitado no chão com Regulus escutando atentamente enquanto ele falava sobre os astros acima deles.

Em algum dia, James o beijou e Regulus retribuiu, se entregando completamente a ele todas as noites a partir daí.

Portanto, Regulus sabia do seu destino. Sabia que iria receber a marca negra logo e que, caso ele a negasse, sua família morreria.

Ele sinceramente queria não escolher um lado da guerra, queria poder viver em paz, ter um romance com James e ser um adolescente normal, mas ele não pode. Nunca pôde se sentir normal em toda a sua vida. Desde que Sirius havia fugido, ele era o herdeiro Black, e não podia decepcionar sua família.

Apesar de tudo, Regulus sempre deixou claro para James que eles não podiam ser nada. Eles podiam se beijar, passar tempo juntos e serem amigos, mas nada mais do que isso. Ele não podia pertencer a ninguém senão ao Lorde das trevas, e ele odiava isso mais que tudo.

Agora, eles estão na torre de astronomia, como sempre estão. Black receberá sua marca negra em 3 dias, consolidando-se comensal. Ele precisa terminar com o que quer que eles tenham antes disso, porque não aguentaria ver James se intrometendo, não aguentaria vê-lo em perigo por sua causa, para salvar a causa perdida que ele é. Porque ele sabe que, no momento que James descobrir, ele irá tentar salvá-lo de qualquer forma, é isso que ele sempre faz.

— Nós poderíamos dar certo, Reggie — James diz, seus olhos encharcados após Regulus dar a notícia que eles precisam parar de se ver — Vamos, nos dê uma chance.

— Jamie, eu não sinto o mesmo — ele mente, seu coração dói tanto que ele poderia explodir — sempre te deixei claro isso.

James sufoca um soluço, enterrando o rosto no peito de Regulus, que está em pé na sua frente. Ele chora, tão vulnerável que é difícil de ver. Regulus tem que usar toda a sua força para se manter em pé por ele.

— Eu sei, mas eu te amo, Regulus. Te amo de verdade, tanto, tanto, tanto.

— Eu sinto muito, James — ele responde, seu olhar embaçado pelas lágrimas quando puxa James pra mais perto — Vai passar. — e ele sabe que assim que o grifinório descobrir que ele tem a marca, seu amor se tornará puro ódio, desgosto, então pelo menos isso não é uma completa mentira.

E eles ficam abraçados, chorando em silêncio, sabendo que nunca vão poder pertencer um ao outro. Se tocando pela última vez.