Capítulo 05

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Quando Keith abriu o embrulho plástico, pôde notar que dentro da cesta havia um leãozinho lilás de pelúcia, junto de vários outros mimos e algumas nostalgias que fizeram parte da infância da dupla.

– Tá zoando?! – pegou o leãozinho com cuidado, acariciando a pequena e farta juba que tinha – A gente tinha um desse!! Só que o meu era vermelho e o seu azul – olhava a pelúcia como a uma joia. Eles ganharam esses leões de aniversário um do outro, Lance lhe deu um azul e recebeu um vermelho.

– Sim – riu – Eu... ainda tenho o meu... – disse com vergonha sentindo o olhar do outro em si. Sim, ele tinha e estava em cima de sua cama.

– Não vou mentir, estou surpreso! – disse abraçando a pelúcia.

– Por que? – questionou.

– Você tinha zero de organização e responsabilidade Lance – viu o olhar incrédulo do latino enquanto ria – Nunca pensei que ainda teria.

– Nossa... Magoou agora, mas agora eu sei ser organizado, senão minha mãe não teria deixado eu morar sozinho.

Nisso o coreano tinha que concordar, a mãe de Lance não permitiria nem se Deus dissesse que ele sabia se virar. O rapaz era um desastre quando mais novo.

– Mas eu também tenho o meu ainda... – um leve rubor se fez presente no rosto pálido, rapidamente olhou a cesta novamente e ali, achou um potinho com seu chocolate preferido – Aaaa Lance, não precisava.

– Precisava sim! – disse sorrindo alegremente ao ver o asiático feliz da vida só de olhar seus chocolates – Você estava deprê aqui... Então resolvi fazer uma surpresa!

– E que surpresa, mas você deve ter pago uma fortuna nisso! – apontou para o potinho – Você sabe que isso é caro Lance! – alternava o olhar dos doces para o latino – Não deveria gastar seu dinheiro com isso... não posso aceitar. – sentiu uma pequena pontada de culpa por tê–lo feito gastar seu dinheiro com besteira, então colocou o pote de volta na cesta.

– Não, não, não, não! – pegou o pote e o empurrou para Keith – Eu sei que você ama esses chocolates e você tava triste, chocolate faz bem para vida! Come logo e para de reclamar – o coreano sorriu abertamente para logo abrir o pote e se deliciar com as pequenas bombas de chocolate recheados com mousse maracujá. Com certeza, era muito bom.

Só faltava chorar de tão alegre que estava o Kogane.

– Obrigado Lance! – mexeu um pouco na cesta depois de oferecer um para o latino que recusou.

– Que nada... – olhava um sorriso tímido surgir no rosto do menor, que estava com uma moldura em mãos, no qual tinha uma folha de papel velha.

– Você guardou... – passou os finos dedos pelo vidro. O colorido desenho que ali estava, fora feito pelo próprio Keith; nele havia uma casa, um cachorro e duas pessoas, que eram o McClain e ele.

– Claro, é importante para mim! – se acomodou pertinho do menor, passando um braço ao redor dos ombros dele que sentiu o coração falhar uma batida – Você mesmo me disse que seriamos amigos até o fim e que moraríamos juntos.

Era bem evidente que eram os dois, pois o asiático sempre teve esse dom para desenho e uma boa imaginação para que suas criações tivessem parte de sua alma. Agora foi a vez de Lance retirar a última coisa que tinha naquela cesta. Um porta–retrato com o tema espacial. Nele havia uma foto dos dois na formatura do fundamental, Lance estava com o braço esquerdo por cima dos ombros do Kogane, que sorria com o braço direito ao redor da cintura do latino e levantava seu outro braço fazendo o número dois com a mão.

Ao reverem aquela velha foto, várias lembranças vieram a mente de ambos. Todas as aventuras que viveram, as brigas que se metiam, a professora mais chata, as provas aterrorizantes e até as mais severas broncas que recebiam, de suas mães e até de Shiro, irmão mais velho de Keith.

Mais ou menos uma hora se passou até que Celestia voltasse para o quarto do coreano.

– Volteei! – olhou para os dois que estavam na maca a olhando sorridentes – Tudo pronto! – se aproximou, pegando uma bolinha de algodão para retirar a agulha que conduzia o soro até a veia do coreano.

– Você vai morar comigooo!!! – disse Lance animado, sorrindo para o menor e saindo da maca – Vai morar comigo para sempree!!

Celestia riu e retirou com cuidado a agulha, colocando o algodão para secar a pequenina quantidade de sangue que saiu do furo.

O de mullet fez uma careta de desconforto quando sentiu o objeto ser retirado e ficando com um pequeno rubor com a fala do McClain.

– É Lance, certo? – perguntou a ruiva vendo o latino assentir com a cabeça – Será que você tem alguma muda de roupa para ele? Já que ele chegou aqui só com o seu moletom...

– Acho que ele não tro–

– Claro que sim! – viu o coreano se assustar com a afirmação.

– O–o que? Como?? Quando?? – o latino sorriu envergonhado, coçando a nuca. (A médica de vela)

– Lembra que você me deu seu endereço para pegar seus documentos? – Keith assentiu levemente com uma das sobrancelhas arqueada, tentando saber onde ele queria chegar com isso – Pronto... Já que eu tinha, e tenho, algumas semanas de férias da faculdade, – estava enrolando – eu fiz a limpa no seu apartamento e levei tudo lá para casa – ele deu um sorrisinho como o de uma criança que aprontou alguma, mas está orgulhosa do que fez.

– Só você mesmo. – riu baixo, um pouco assustado com o cubano – Ok! Mas ainda vou ter que falar com o síndico e–

Foi ele só olhar para a médica que sorriu para ele e apontou para um certo McClain que estava saindo de fininho assim que ouviu a palavra "síndico". Agora sim o Kogane estava assustado.

– Lance!

– Tururu – o cubano abriu a porta fingindo que não havia escutado.

Keith se sentou ereto, retirando a franja que caía em seus olhos. E, com a feição irritada, o chamou:

– Lance Charles McClain, volte aqui imediatamente! – a ruiva arregalou os olhos e abafou a risada, porém, o latino travou na hora em que ouviu seu primeiro nome. Fechou a porta e voltou para perto do menor de cabeça baixa – O que você fez?

– E–Eu... – o Kogane o olhava furioso – Eu... procurei o síndico, falei para ele sua situação, paguei os 2 meses atrasados e levei suas coisas... – disse rápido, mas o mais novo entendeu.

– LANCE!

– Eu sei, eu sei... Eu só queria deixar tudo pronto e organizado para quando você saísse daqui não se preocupasse com nada – fez um beiçinho e escutou o outro suspirar.

– Você é impossível... – passou a mão pelo rosto e depois no cabelo, para arrumá–lo – Certo, certo. Depois eu te pago.

– Não, não pre–

– Depois eu te pago Lance – repetiu entre os dentes fazendo o outro apenas concordar com a cabeça.

– Ok. – foi até a porta novamente – Vou pegar a bolsa onde tinha todos os utensílios básicos do menor.

– Tem certeza que não são casados? – a mulher olhou para os dois – Por que já agem como tal.

Ambos coraram fortemente. Lance saiu para ir até seu carro, deixando um coreano irritado para trás por ele ter feito tais coisas sem seu consentimento, mas não pôde evitar dar um sorriso pelo cuidado do outro consigo.

Violet Moon ::: Concluído (Klance)Onde histórias criam vida. Descubra agora