Prólogo

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Em meio à opulência da Casa Park, um jovem de olhos grandes e brilhantes navegava por um mar de indiferença. Kim Taehyung, um submisso, filho da concubina Kim Sejeong e do poderoso Ministro Park Chul-min, cresceu à sombra dos salões dourados, um estranho em seu próprio lar.

A morte de sua mãe no parto o deixou órfão de afeto, e o título de esposa secundária de sua genitora o relegou a uma posição inferior na hierarquia familiar. O sobrenome Park, sinônimo de poder e prestígio, era um luxo reservado aos filhos da esposa principal, Bae Hae-sun. Enquanto os filhos da primeira esposa, Jihoon e Jimin - também um submisso -, frutos do casamento principal, desfrutavam de todos os privilégios e atenções, Taehyung era apenas uma nota de rodapé na história da família Park.

Seus dias eram marcados pela solidão e pela rotina. Enquanto seus meio-irmãos recebiam lições de etiqueta e eram preparados para assumir os negócios da família, Taehyung era deixado à própria sorte, entregue aos cuidados de servos que o tratavam com desdém. Aos olhos deles, ele não era mais do que um bastardo, um fardo a ser carregado.

Park Hae-sun, a matriarca da casa e esposa principal, era a personificação da frieza e da arrogância. Seus olhos castanhos, gélidos como o inverno, eram armas afiadas que cortavam Taehyung em pedaços. Seus filhos, Jihoon e Jimin, espelhavam a mãe, alimentando-se da mesma crueldade. Jihoon, o mais velho, era um estrategista calculista, seu sorriso falso uma máscara para sua ambição desmedida. Jimin, mais jovem e impulsivo, encontrava prazer no sofrimento alheio, atormentando Taehyung com uma crueldade quase infantil. Juntos, formavam um trio implacável, que mantinha Taehyung aprisionado em um ciclo de humilhações e desprezo.

Sempre que via Taehyung, os olhos de Hae-sun se estreitavam em desdém. Com a postura ereta de uma rainha e o olhar gélido de uma estátua de gelo, Hae-sun avistou Taehyung encostado na parede do salão principal. Seus lábios se curvaram em um sorriso amargo, mais parecido com um escarro.

- Por que você está aí parado, como um cão esperando migalhas? - sua voz cortou o ar como um chicote. - Vá procurar algo útil para fazer. Essas roupas velhas são mais do que você merece.

Ela jogou um monte de tecido sujo aos pés de Taehyung, um lembrete constante de sua posição inferior.

Jimin, observando a cena com um sorriso cruel, completou:

- Elas combinam com você, Taehyung. Afinal, você é apenas um bastardo.

Taehyung encolheu-se contra a parede, tentando se tornar invisível. Os insultos de Hae-sun e Jimin o atingiam como facadas, mas ele se manteve em silêncio, acostumado à crueldade de sua madrasta e meio-irmão. Os olhos de Jimin brilhavam de satisfação. Ele sabia que, por mais que tentasse, Taehyung nunca seria capaz de se igualar a ele.

Os filhos submissos de famílias nobres, como Jimin, recebiam uma educação rigorosa. Professores da família real eram trazidos para ensiná-los a tocar instrumentos, cantar, dançar e comportar-se diante de seus futuros maridos. Eles eram treinados para serem os futuros parceiros da família real, seja como esposas principais ou secundárias. Hae-sun contratou os melhores tutores para Jimin, determinada a fazer dele o submisso perfeito para o príncipe herdeiro Taemin. Jimin, sempre obediente e talentoso, não a decepcionou. Ele dominava a arte da música, conhecia todas as etiquetas e era considerado um dos mais belos jovens do reino.

Enquanto isso, Taehyung permanecia na sombra de seu meio-irmão. Jimin era moldado para a perfeição, cercado por tutores reais que o ensinavam a tocar harpa, a dançar com graça e a dominar a arte da conversação. Cada lição recebida, cada elogio conquistado, aumentava ainda mais a distância entre os dois. Jimin tinha um futuro brilhante pela frente, um futuro que Taehyung sabia que jamais poderia alcançar.

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