Meu Doce General

Capítulo III

Chul-min gesticulava com entusiasmo, detalhando cada item do dote destinado a Taehyung. O brilho das joias reluzia sob a luz suave do salão, os tecidos finos se destacavam pelas cores vibrantes, e a coleção de arte, meticulosamente selecionada, faria qualquer nobre sentir inveja. Era uma demonstração de riqueza e prestígio que Chul-min se orgulhava em apresentar. Cada peça parecia escolhida para elevar o status de Taehyung.

Sentada ao lado, Hae-sun mantinha um sorriso no rosto, mas por dentro, a inveja queimava como fogo. A cada nova peça de ouro ou arte que surgia, uma onda de amargura se avolumava. Aquilo poderia ter sido dela, de seu filho Jimin. Mas não. Todo aquele tesouro estava sendo entregue a Taehyung, o bastardo. Aquele que, em sua visão, jamais deveria receber mais do que o mínimo. Era difícil engolir o fato de que, apesar de ser a esposa principal, o seu filho, estava sendo preterido.

Hae-sun se mantinha cordial, disfarçando os sentimentos sob uma máscara de compostura. Ela sabia que, diante dos olhos do marido e dos servos, era crucial manter as aparências. A sociedade não tolerava escândalos, e a nobreza exigia discrição. Mas, internamente, o ciúme e o rancor a corroíam. Cada gesto de Chul-min, cada palavra de apreço dirigida a Taehyung, apenas aumentava sua raiva.

Jimin, ao lado dela, parecia compartilhar do mesmo ressentimento. Tamborilava os dedos na perna com impaciência, o que denunciava seu desconforto crescente. Seu rosto estava fechado em uma expressão severa, e seus braços cruzados reforçavam a barreira que ele havia erguido entre si e o resto da família. Ele deveria ter sido o primeiro a se casar, o primeiro a desfrutar das vantagens de um matrimônio vantajoso. Mas lá estava seu meio-irmão, o bastardo, prestes a se unir a uma família de prestígio. Jimin sentia que aquilo era uma afronta pessoal, como se todo o sacrifício que ele havia feito até então não fosse reconhecido.

Para ele, a tradição não era apenas um conjunto de regras antigas; era o que lhe dava segurança, o que afirmava sua posição no mundo. Como mais velho, era seu direito receber a maior parte da herança, o respeito, e, acima de tudo, ser o primeiro a se casar. A visão de Taehyung, com sua beleza delicada e modos muitas vezes desajeitados, assumindo essa posição o irritava profundamente. "Ele não merece isso", pensava Jimin, enquanto seus dedos tamborilavam em ritmo acelerado.

Taehyung, por outro lado, sentia-se deslocado no meio de toda aquela opulência. Enquanto seu pai exibia o dote com orgulho, ele permanecia em silêncio, com os olhos baixos, tentando não chamar atenção. A riqueza não lhe trazia conforto; na verdade, ela o fazia se sentir ainda mais distante daquilo que realmente desejava. Ele nunca almejara as joias ou as posses que agora lhe eram entregues. O que ele queria, de fato, era algo que nem o ouro, nem os tecidos finos poderiam comprar: um lugar onde fosse verdadeiramente amado e aceito.

Ele sabia que, para muitos naquela sala, ele era apenas o filho bastardo, alguém que não deveria ter subido tão alto. E essa percepção o deixava inquieto. Embora nunca tivesse escolhido essa vida, sentia o peso das expectativas que agora recaíam sobre seus ombros. E, mais do que isso, sentia o olhar de Jimin, repleto de desprezo, queimando em suas costas.

Enquanto os servos circulavam pelo salão, organizando os itens do dote, Taehyung se viu refletindo sobre o futuro incerto que o aguardava. Embora fosse o centro das atenções naquele momento, havia uma sensação crescente de que ele nunca encontraria seu lugar naquela família, ou talvez em qualquer outra. Ele estava prestes a se casar com um completo estranho, e a única coisa que lhe restava era a esperança — uma esperança tênue de que, em algum lugar distante, ele pudesse encontrar o amor e o acolhimento que sempre desejou.

Mas, ao olhar ao redor, vendo a indiferença de Jimin e a hostilidade velada de Hae-sun, Taehyung começou a duvidar se algum dia essa esperança se tornaria realidade.