• 02 | I am the devil himself.

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Cinco anos atrás

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Cinco anos atrás.

- Emília pega pra mim aquela caneta vermelha. — Reneé apontou para caneta que estava em cima da mesa e eu prontamente atendi seu pedido.

- Aqui chefe. — Entreguei a mesma para ela, sentindo sua mão tocar levemente a minha.

Reneé então começou a escrever um breve recado no pequeno papel que estava em mãos. Olhei para caixa que estava em cima da mesa e suspirei sentindo meu estômago revirar ao encarar o feto exposto ali dentro.

- Tá enjoada? — Ela perguntou sem tirar os olhos do papel.

- N-não. — Eu respondi rápido, tentando esconder o medo na minha voz, mas tudo o que consegui foi fazer ela rir de mim.

Ela então se aproximou, e meu coração começou a bater disparadamente, tão forte que eu pensei que fosse desmaiar ali mesmo.

- Assistente minha não pode ser fraca. — Ela levou a a mão ao meu rosto o segurando.

Sua mão no meu queixo era firme, dominadora, e tudo o que eu conseguia pensar era em como eu queria que ela não me visse como fraca, como eu precisava provar para ela que eu era digna de estar ali, ao seu lado.

- Tirei você da porra do tráfico porque percebi que você era diferente. Sempre muito dedicada, obediente, fazendo tudo certinho, me tratando bem, com respeito... — Ela aumentou o aperto no meu rosto me fazendo engolir em seco. — Se não aguenta o tranco posso facilmente te devolver para um dos caminhões de contrabando...

Senti o aperto no meu rosto se intensificar e levemente arregalei os olhos. Meu primeiro instinto foi o de recuar, mas, invés de me afastar, levei minha mão à dela, acariciando-a, tentando mostrar que eu estava disposta a fazer qualquer coisa para que ela não me visse como uma fraqueza.

- Não, não chefe. Tá tudo bem... não vai mais se repetir, por favor... eu faço tudo pela senhora. — Minhas palavras saíram apressadas, desesperadas, e eu vi um pequeno sorriso surgir nos lábios dela, um sorriso que me fez sentir como se, talvez, eu tivesse uma chance de ser algo mais para ela.

Reneé riu, um som frio e desdenhoso, mas eu não me importava. Eu queria ouvir aquele riso, mesmo que fosse à minha custa.

- Você ainda é novinha... quinze anos... tem muita coisa pra aprender. — Senti meu coração ficar em paz quando ela começou a acariciar meu rosto. — Eu vou cuidar de você pequena, não se preocupe com nada.

Seus dedos, que momentos atrás seguravam meu rosto com firmeza, agora deslizavam suavemente pela minha pele, quase como um gesto de afeto.

- Eu vejo algo em você, Emília. Algo que ninguém mais viu... — A voz dela era suave, quase hipnotizante, enquanto ela se inclinava para mais perto, mantendo seus olhos fixos nos meus. — E é por isso que você está aqui. Porque você é especial.

Mrs. O'Connell | third season.Onde histórias criam vida. Descubra agora