• 05 | Hasta la vista, baby.

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Emília

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Emília.

- O que foi, pequena? - Perguntei, tentando soar normal.

Casey não respondeu. Em vez disso, seus olhos se arregalaram um pouco, como se algo tivesse finalmente feito sentido na cabeça dela. Antes que eu pudesse reagir ou tentar amenizar a situação, ela se virou e saiu correndo pelo corredor, em passos pequenos e rápidos.

- Casey! - chamei, tentando manter a voz calma, conseguindo pegar ela pelo braço antes que pudesse sair do corredor do meu quarto.

A menina me olhou com os olhos azuis arregalados, e eu rapidamente tive que tomar uma atitude, senão ela iria foder com tudo.

- Casey... - Passei a mão pelo rosto dela, sentindo sua respiração acelerar.

Seus olhos arregalados me diziam que ela estava assustada e, pior ainda, curiosa demais. Eu precisava agir rápido.

- Ma-Mas... - Ela tentou falar, gaguejando.

- Ei, calma, pequena. - Minha voz saiu suave, quase melosa, enquanto abaixava para ficar na altura dela. - Eu não vou te machucar, prometo. Só vem aqui, deixa eu te contar uma história. - Sorri de leve, mas por dentro, meu coração batia acelerado. Se ela falasse alguma coisa, tudo que eu planejei estaria arruinado.

Casey olhou para mim, hesitante, mas não tentou se soltar. Eu a guiei até a cama do meu quarto e a sentei ao meu lado, mantendo o sorriso gentil, o mesmo sorriso que eu usava quando precisava conquistar a confiança de uma criança; e já tinha funcionado antes.

- Era uma vez... - comecei, minha voz tranquila, como se estivesse narrando um conto de fadas. - ...uma família muito feliz. Tinha duas mamães, um cachorro, um filho, e a uma filha mais velha... Eles viviam numa casa grande, com muitas janelas e um jardim bonito... - Fiz uma pausa, observando os olhos de Casey seguirem cada palavra minha. - Essa família era perfeita, Casey. Eles riam juntos, faziam piqueniques, tomavam banhos de piscina e a filha mais velha, que era muito esperta, sempre era elogiada pelas mamães. Ela tinha tudo o que poderia querer, e as mães confiavam muito nela. - Continuei, minha voz ficando um pouco mais baixa.

Casey se inclinou para frente, curiosa, para saber o que estava por vir.

- Um dia, algo muito ruim aconteceu. - Minha voz ficou grave, quase sombria. - A filha mais velha ouviu uma conversa que não deveria. Ela estava num corredor, assim como você estava agora. E, por causa da curiosidade dela, sabe o que aconteceu?

Os olhos de Casey se arregalaram um pouco mais, mas ela não respondeu.

- Ela contou. - Minha voz saiu como um sussurro. - Ela contou para as mamães o que tinha ouvido. E sabe o que aconteceu depois? - Me inclinei um pouco mais perto, ainda acariciando o cabelo dela de maneira suave.

Casey balançou a cabeça, negando lentamente, já com medo do que viria a seguir.

- Tudo acabou, Casey. As duas mamães, o irmãozinho, todos que ela amava... morreram. Até o cachorrinho... - Fiz uma pausa dramática. - Por causa de uma curiosidade boba. Se ela tivesse ficado quieta, tudo teria ficado bem. Mas não... ela falou. E aí... bum! - Estalei os dedos no ar, vendo a pirralha me olhar apavorada.

Mrs. O'Connell | third season.Onde histórias criam vida. Descubra agora