🛑O Capítulo não está totalmente revisado🛑
Violet, sem palavras, viu a mansão onde cresceu destruída. Os portões da casa estavam inteiramente destruídos, e o gramado do jardim estava coberto de sangue negro dos infernais. As runas de proteção da mansão estavam destruídas. Ela caminhou lentamente até onde ficava a porta e atravessou. Olhou para os lados, vendo a mansão revirada.
– Quantos soldados morreram? – Perguntou Violet, analisando os resquícios de sangue humano seco no chão.
– Eu não sei. Os que estavam responsáveis pela sua casa, só dois deles morreram – disse Evan, calmo como sempre.
Violet respirou fundo. Sentia pena das famílias deles, mas com certeza o Duque daria dinheiro suficiente a eles para viverem uma vida confortável. O pai de Violet podia ser um homem durão, mas era justo com aqueles leais a ele.
Evan se virou rapidamente, sacando a arma ao ouvir passos, mas logo se acalmou ao sentir a mão de Violet em seu ombro.
– Papai – disse Violet, indo abraçar um homem careca com uma pequena barriga. Ele estava usando uma tipoia e alguns ferimentos superficiais.
– Filha, que bom você aqui – disse o homem, forçando um sorriso. – Eu estava com saudades. Onde está minha mãe e meus irmãos? – Perguntou Violet rapidamente.
– Seus irmãos estão bem, mas a Emma foi levada. Tudo aconteceu tão rápido, eu não consegui fazer nada – disse Filipe, com um semblante abatido.
– Vai ficar tudo bem, eu prometo – disse Violet, abraçando-o enquanto segurava as lágrimas.
– Onde está a mamãe? – O homem a afastou, e Violet percebeu que havia algo errado.
– É, o Duque não disse nada – falou o homem, segurando as mãos de Violet.
– Não, o que aconteceu? Ela está bem, não é? – Violet viu o homem abaixar a cabeça.
– Eu não sei o que ela tem. Os médicos tentaram descobrir, mas não conseguiram – disse o homem, preocupado. Violet podia ver as lágrimas de seu padrasto.
– Onde minha mãe está? – Perguntou Violet.
– No quarto lá em cima – apontou Filipe para o andar de cima da mansão.
– Evan, vá ver como estão os guardas. Eu quero ver minha mãe sozinha – falou Violet, subindo as escadas.
A garota atravessou os corredores da mansão até chegar no quarto principal. Abriu a porta vagarosamente, revelando Elena dormindo em sua cama de madeira. Violet foi até sua mãe e se ajoelhou ao seu lado.
– O que ela tem? – Perguntou Violet ao espectro de Tani, que apareceu ao seu lado.
O espírito analisou o corpo de Elena detalhadamente. A fada estendeu a mão sobre a cabeça da mulher e uma luz azul cintilante apareceu.
– A magia dela foi corrompida. Mande uma mensagem para o Duque e peça para ele trazer um curandeiro mágico – disse a fada.
– E você não pode fazer nada? – Perguntou Violet, esperançosa.
– Sim, mas minha existência correria perigo, pois precisa de muita energia – respondeu a fada.
– Mas eu coloquei um selo nela, então ela vai sobreviver – disse a fada com desdém.
Violet saiu do quarto da mãe, com os pensamentos pesados, e fechou a porta silenciosamente. Ela respirou fundo e, sentindo uma mistura de raiva e desespero, gritou pelo corredor:
– Evan!
Ele apareceu rapidamente, seu rosto preocupado ao ver a expressão de Violet.
– Envie uma mensagem para meu pai. Diga que precisamos de um curandeiro mágico para ajudar minha mãe – ela ordenou, a voz firme, mas carregada de angústia.
Evan assentiu e saiu apressado para cumprir o pedido. Violet sabia que ele faria o possível, mas algo a incomodava. O estado da mãe, a crescente ameaça infernal, e agora... Freya. Ela precisava de respostas.
Violet caminhou rapidamente até onde Freya estava, sua expressão severa como sempre. Freya olhou para Violet com seus olhos penetrantes, e antes que Violet pudesse falar, Freya começou:
– Nosso pai não virá. Ele tem outro plano.
Violet parou, sentindo o sangue gelar. Ela sabia que Freya era mais direta e rígida que a maioria, mas aquilo parecia... insensível.
– Como assim ele não virá? Freya, a mamãe está muito doente, precisamos de ajuda! – Violet retrucou, tentando manter a calma, mas sua voz tremia de leve.
Freya cruzou os braços, os olhos fixos em Violet, sua postura rígida e sem emoção.
– A prioridade aqui não é a sua mãe, Violet. A prioridade são as crianças de Lorburn. Nosso pai sabe disso, e ele vai cuidar do restante.
Violet sentiu um nó apertar em sua garganta, as palavras de Freya soando duras demais. Ela queria gritar, mas sabia que Freya não a escutaria. Em vez disso, sua mente lutava para encontrar alguma lógica no que sua irmã dizia.
– Mas... e se algo acontecer com ela enquanto estamos longe? Eu não posso deixar isso assim! – Violet insistiu, dando um passo à frente, sua frustração evidente.
Freya manteve-se inabalável, o tom de voz firme.
– Você não entende? As vidas dessas crianças estão em nossas mãos. O resto pode esperar. Nosso pai vai garantir que tudo seja resolvido aqui, mas, por agora, precisamos nos concentrar no que importa. Se você não estiver com a cabeça no lugar, vai colocar mais pessoas em perigo.
O silêncio entre elas ficou pesado. Violet queria protestar, mas sabia que Freya estava cumprindo seu dever. Ela sempre foi assim, disciplinada e implacável. Violet respirou fundo, lutando contra a vontade de discutir.
– Eu... vou confiar em você – murmurou, sua voz mais fraca.
Freya olhou para ela por um momento e depois se virou, preparando-se para organizar os últimos detalhes da missão.
Violet, sentindo-se mais isolada do que nunca, recuou alguns passos. A imagem de sua mãe, fraca e indefesa no quarto, pesava em sua mente. O plano era claro, mas a incerteza sobre o futuro se agigantava. E, mais uma vez, apenas ela podia ouvir a voz suave de Tani em sua mente, lembrando-a do quanto estava sozinha naquele fardo.
