chapter one.

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▬▬▬▬ mergulhei nos seus olhos

― Você só vai pegar isso aqui - balançou meu celular entre suas mãos. ― Quando sairmos da festa.

― Não, não, não, você definitivamente não tem esse direito! Se fosse algo importante? Eu posso ser demitida, seu fuleiro! - finquei minhas unhas sobre a palma da minha mão, me segurando para não pegar Medina pela gola da camisa e jogar ele no mar.

― Pode deixar que eu cuido disso, raiva do divertidamente. Se você não se acalmar, cuidado para seu cabelo não começar a pegar fogo. - deu aquele sorriso descontraído que me dava vontade de soca-lo.

― Me devolva.

― O que você pode me oferecer para eu devolver seu precioso celular com todo seu trabalho? - perguntou, sua voz em uma linha provocativa que me arrepiou por completo.

Ele se aproximava de mim em passos lentos, seu olhar me encurralando e me fazendo mergulhar naquela imensidão castanha em segundos, me inebriando com seu timbre profundo, que atingira meu coração em batidas errantes e contidas para não explodir de tensão.

― A graça de escapar de ser o centro da minha raiva por uma noite. - imitei seu sorriso, utilizando todo meu auto controle para não prestar atenção na sua respiração batendo contra meu rosto.

― Você não sabe como eu adoraria ser o centro da sua atenção por uma noite. - declarou em um sussurro, contido, rouco, seus olhos me penetrando em intensidade pura e concentra.

― Isso foi um pedido?

― Uma afirmação do que vai acontecer no futuro.

Ele estava carregado do mais puro ego e orgulho, o orgulho que portava em suas palavras como ele portava em suas baterias perfeitas. O sorriso descontraído e ladino saira do seu rosto por apenas um segundo, o segundo em que eu pus as mãos contra as suas para puxar o aparelho que estava nelas, sendo impedida por sua força. Seus dedos se fecharam contra os meus, nossos olhos se encontrando em uma onda elétrica de provocação e competição. De quem largaria primeiro, de quem daria o braço a torcer. Meus dentes trincaram, conseguindo observar seu braço forte fazendo uma força brusca que me tirou o ar quando tentou expulsar minhas mãos do contato. As suas tatuagens flexionadas brilhavam contra a luz fraca da lua sobre nós e sua blusa se abria, revelendo o peitoral bronzeado. E por Deus.

― Você pode até ser o príncipe do mar, mas está fraco demais para competir, sabia? - provoquei, distanciando aquela imagem inegavelmente maravilhosa da minha cabeça.

― Então está admitindo que sou o príncipe do mar? Obrigado... - ironizou, seus lábios formando uma curva provocativa e sólida. ― Se eu estou fraco e estou vencendo, imagine você.

― O que você está querendo insinuar? - lambi meus lábios, propositalmente, sua atenção retornando para minha boca. ― Solta logo e a gente acaba com isso.

― Ação e reação, princesa do mar. Todo ato tem uma consequência, me diga, qual a sua?

― A gente se conheceu hoje, Medina, acho que está cedo demais para jogos de interesse.

― Desviando do assunto... que desobediente. - riu, baixo e gutural, observando o toque do meu celular ressoar e nome de Malie mais uma vez aparecer.

O som de bad idea right? se dissipou quando ele puxou a mão no mesmo segundo em que decidi que acabaria com a vida dele. O celular estava apoiado na orelha dele, escutando o sotaque carregado da minha chefe pedindo calmamente para que eu olhasse os e-mails que ela havia mandado.

A calma dela se transformou em dúvida quando escutou a voz de Gabriel.

― Dona Malie, a Lana não pode falar por agora... mas se quiser, eu posso avisar para ela depois. - olhou para mim e piscou seu olho direito.

SUMMER BUMMER ⸻ GABRIEL MEDINAOnde histórias criam vida. Descubra agora