𝐀 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐝𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐞 𝐨 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞

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Os dias de reconstrução trouxeram um novo senso de normalidade ao reino, que, após o ataque do dragão, finalmente encontrou um pouco de paz. O som constante dos martelos e serrotes se misturava ao murmúrio das vozes dos trabalhadores, enquanto o sol se erguia sobre os campos devastados. Klaus, apesar de seu status real, não hesitava em se envolver no trabalho árduo. Ombro a ombro com seus súditos, ele carregava tábuas e blocos, suando sob o calor do sol implacável.

Ômega, ao lado de Klaus, demonstrava uma determinação silenciosa. O garoto agora colocava sua força a serviço da reconstrução. Com cada tábua erguida e cada bloco assentado, procuravam deixar para trás as sombras da destruição. As mãos calejadas de Klaus, forjadas em batalhas e agora no trabalho, guiavam as de Ômega, que aprendia mais a cada dia sobre o que significava reconstruir não apenas um reino, mas também uma vida.

À medida que a noite caiu, o trabalho cessou e todos se dirigiram para suas casas. Mais tarde, na praça central do reino, uma grande fogueira foi acesa, e o espírito de celebração tomou conta do local. Plebeus e nobres se reuniam, compartilhando carnes assadas e vinho forte, enquanto um bardo tocava uma gaita, seu som acompanhando os aplausos e risos da multidão. Sob o céu estrelado, o povo comemorava a resistência e a força do reino, sentindo que, por um momento, a escuridão havia sido afastada. Klaus observava a cena da janela do castelo, satisfeito ao ver seu povo unido, enquanto Ômega, ao seu lado, sentia pela primeira vez o calor da vitória compartilhada.

Klaus: Filho, já é hora de deixar a janela e repousar. Tenho a intenção de tomar um hidromel e depois deitar, pois amanhã teremos uma jornada árdua pela frente.

Ômega: Ainda desejo ler um pouco, mas não demorarei para me deitar.

Klaus: Ler? O que lhe atrai tanto nas letras?

Ômega: São crônicas antigas que retirei da biblioteca real.

Klaus: Olhando para ti agora, percebo que talvez tenha falhado. Deveria ter investido mais em conhecimento e aprendizado, em vez de apenas forjar teu corpo para a batalha e empunhar uma espada. Peço desculpas por isso.

Ômega: Pai, o reino foi atacado. Se não houvesse aprendido contigo, o sofrimento teria sido muito maior para as pessoas que salvei.

Klaus: Talvez tenhas razão.

Ômega: Mas, pai, e quanto àquela espada? Minhas mãos arderam ao tocá-la. Prometeste que terias algo importante a revelar…

Klaus: …

Ômega: Pai?

Klaus fechou a porta com um gesto resoluto e respirou profundamente, seu semblante carregado de um peso há muito oculto.

Klaus: Senta-te, Ômega. Creio que chegou o momento de te revelar a verdade.

Ômega fechou o livro, seus olhos refletindo uma combinação de curiosidade e temor.

Klaus: Durante todos estes anos… eu menti para ti.

Ômega: Mentiu? Sobre o quê?

Klaus: Não te encontrei perdido. Alguém te entregou a mim.

Ômega: Por que ocultar isso? O que se passa?

A preocupação toma Ômega, e ele sente uma forte emoção, como se fosse uma mistura de raiva e dúvida.

Klaus: Ouça-me com atenção.

Ômega: …

Klaus: A mulher que te entregou a mim era chamada Rosa, e veio de terras distantes, além do norte, de regiões sombrias e longínquas, onde não havia leis nem homens.

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐨𝐠𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora