𝐔𝐦 𝐚𝐝𝐞𝐮𝐬 𝐞 𝐮𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨

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A batalha do capítulo anterior entre Alaric e os selvagens filhos de Ragnor havia atingido seu clímax sangrento. Alaric e Ômega, exaustos e cobertos de neve e sangue, tinham vencido a maioria dos selvagens, forçando os poucos sobreviventes a fugir desesperados pelas montanhas, deixando Ragnor sozinho no campo nevado e Alaric, ainda de pé, segurava sua espada com firmeza, seus olhos fixos no imponente líder dos selvagens. Ele deu um passo à frente, a respiração pesada se misturando com a neblina fria que envolvia o pico, pronto para lançar uma proposta a Ragnor…

Alaric: Seus selvagens estão mortos e fugidos Ragnor, então desista e entregue-se ao rei, e eu prometo que sua sentença será uma morte rápida, por uma espada no pescoço.

Ragnor, desafiador e com um sorriso cruel, levantou o olhar para Alaric, o orgulho de um líder derrotado ainda presente em seus olhos.

Ragnor: Tu brincas com a minha cara? Olhe para o chão, pois seus cavaleiros também estão mortos. Eu posso muito bem matar você e seu pirralho metido, e depois rasgar a carne de seus ossos.

Alaric: Acaba de cometer seu maior erro, pois morrerá aqui seu cadáver servirá de comida aos lobos.

Alaric e Ragnor se enfrentavam no gelado Norte. Ragnor, com suas duas espadas, atacava com agilidade e força, mas Alaric, com sua grande lâmina, defendia-se com firmeza, desviando cada golpe com precisão e um erro de cálculo fez Ragnor perder uma das espadas, que caiu na neve. Alaric aproveitou a brecha e avançou com um golpe decisivo. Sua lâmina, pesada e mortal, cortou o ar e atingiu Ragnor, derrubando-o na neve com a espada de Alaric cravada em seu ombro.

Ragnor: Mais que inferno…

Alaric: Eu te avisei pra desistir.

A neve continuava a cair silenciosa enquanto Alaric puxava sua espada do corpo de Ragnor. O guerreiro caído permanecia estendido sobre o chão gelado, seu sangue jorrando em abundância, manchando a neve de vermelho. Ele lutava para respirar, engasgado com o próprio sangue, tentando falar com dificuldade, e com o olhar opaco e a voz fraca, conseguiu emitir as últimas palavras com esforço:

Ragnor: O que teve foi sorte…

Com essas palavras, Ragnor, pai dos exilados do reino, fechou os olhos, sua vida esvaindo-se lentamente. Depois disso, Alaric e Ômega  voltaram para o lugar onde a caravana estava acampada, mas tiveram a amarga surpresa de verem apenas corpos e sangue, com corvos já devorando restos do que antes eram cavaleiros do rei. Ao verem os destroços e corpos da caravana, Ômega e Alaric só puderam presumir que quem fez aquilo foi algum dos exilados que podem ter fugido, mas não, aquilo estava longe de ter sido feito por humanos…

Ômega: Por Deus, que houve aqui?

Ômega olhou em volta, os olhos percorrendo o campo de neve devastado. Sangue cobria a terra, e corpos estavam espalhados como folhas ao vento, destroçados de forma grotesca. Algo estava errado, ele sabia. Não era o trabalho dos exilados selvagens que haviam enfrentado antes. Eles eram brutais, sim, mas não possuíam tamanha força para tal carnificina, então, Alaric, franziu a testa, e examinou os corpos com atenção. Ele havia visto muita morte, mas aquela cena era diferente de tudo que já encontrou. A brutalidade e o desmembramento dos corpos sugeriam uma força descomunal, algo muito além do que os exilados selvagens seriam capazes de realizar.

Ômega: Algum dos exilados que não encontramos deve ter atacado eles, talvez em um momento de desespero – disse Alaric, embora

Alaric balançou a cabeça, a apontou para os corpos, especialmente para um guerreiro cuja armadura fora despedaçada.

Alaric: Não. Veja isso. Nenhum dos homens que matamos teria tamanha força.

Ômega: Tens razão, mas se não foram os selvagens, então quem ou o que poderia ter feito isso?

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐨𝐠𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora