𝗙𝗟𝗔𝗦𝗛𝗕𝗔𝗖𝗞: 𝓙𝓮𝓷𝓲𝓯𝓮𝓻 𝓘𝓷𝓰𝓻𝓲𝓭
Fecho os olhos e me vejo de volta àquela noite. O cenário parece mais vívido do que eu me lembrava, as cores e os sons tão intensos quanto eram naquele momento. Estamos no nosso sofá, o lugar onde costumávamos conversar e sonhar sobre o futuro. Mas naquela noite, a atmosfera estava carregada de uma tristeza que eu nunca havia experimentado antes.
Jeremiah está lá, inclinado para frente, seus dedos entrelaçados em um gesto que eu conheço bem, mas que nunca antes me pareceu tão carregado de significado. A luz fraca da sala projeta sombras longas, acentuando a distância que agora parece tão grande entre nós.
— Jenifer, — ele começa, sua voz tão baixa e hesitante que quase parece um sussurro. — Eu... eu preciso te dizer algo.
Eu já sinto o peso daquelas palavras que ele ainda não pronunciou. O pressentimento que eu tinha estava se confirmando.
— Jeremiah, não precisa dizer. Eu já entendi.
Seu olhar se torna mais profundo, cheio de uma tristeza que quase me faz desmoronar.
— Eu sei que você entende, mas eu preciso explicar. A mudança para outra cidade é algo que eu tenho que fazer. É uma oportunidade importante para mim, algo que não posso simplesmente ignorar.
Meu coração começa a bater mais rápido, uma dor fria se espalhando pelo peito.
— E eu? O que faço eu com isso? Com a gente?
Ele passa a mão pelo cabelo, um gesto que costumava me confortar, mas agora só acentua a dor.
— Eu não sei como fazer isso mais fácil. Eu queria que houvesse uma maneira de estarmos juntos apesar da distância, mas não é justo com você. Não posso pedir que você espere por algo que não sei quando será.
A voz me falta, um nó se formando na garganta.
— Você só quer se acovardar, Jeremiah. É isso que você está dizendo? Que não pode lutar pelo que temos?
Ele balança a cabeça, a expressão dele um misto de dor e culpa.
— Não é isso, Jenifer. É apenas que eu preciso seguir esse caminho. Não é uma escolha fácil, mas é a que eu tenho que fazer. Não quero que você fique esperando por algo que pode nunca voltar.
A dor é quase física agora. Sinto uma sensação de vazio, como se ele tivesse levado uma parte de mim embora.
— E o que eu faço agora, Jeremiah? Fico aqui, desolada, esperando? E se eu não quiser esperar? E se eu quiser que você fique?
— Eu desejo poder ficar. Mas eu não posso. Isso não é justo com você, e nem com o que você merece. — Ele fecha os olhos por um momento, a dor estampada em seu rosto.
Quando ele se levanta, o olhar que ele me dá é uma mistura de amor e tristeza.
— Eu espero que, com o tempo, você possa entender isso e seguir em frente.
E então, a cena se dissolve, e eu estou de volta à minha realidade, sozinha no sofá. O vazio da sala reflete a solidão no meu coração. As lágrimas escorrem pelo meu rosto, enquanto a memória daquela noite dolorosa se torna um lembrete constante da perda que estou enfrentando.
Enquanto as lágrimas continuavam a escorrer, o som de passos se aproximando me fez levantar os olhos. Samuel Garcia, meu melhor amigo, estava ali. Seu semblante era de preocupação e compreensão, uma visão de alívio em meio à minha dor. Ele se aproximou, sentando-se ao meu lado no sofá.
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𝑶 𝑭𝒂𝒓𝒅𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒐𝒔 𝑪𝒓𝒖𝒛𝒂𝒅𝒐𝒔
FanfictionEm uma cidade onde o sobrenatural e o cotidiano se entrelaçam, os destinos de muitos estão cruzados de maneiras inesperadas. Aqui, cada escolha carrega o peso de consequências profundas, moldando não apenas o futuro individual, mas o de todos ao red...